05. Capítulo Cinco

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(Revisado)

Macarena On

Já fazia alguns minutos que minha chefe tinha saído da mesa,pracitamente seguindo o tal Hierro. Estava curiosa, sobre muitas coisas ali, pelo que havia visto tinha pessoas da equipe dela muito importantes, não entendia porque estava ali, porque na verdade... eu tinha apenas três dias de trabalho, e não era necessário minha presença ali, mas estava.
Já que minha chefe mandou, no fundo eu não achava Zulema o demônio em pessoa, como muitos por ai.

Antes eu tinha medo, no primeiro dia por exemplo, eu nem queria saber ao menos dela, achava sim, ela chata e exigente, mas agora, uma das coisas que passei a gostar de fazer é provocar minha chefe, seja lá como for.

Com perguntas pessoais,  sempre que podia eu perguntava algo, mas nunca ela me dava um brecha, nem respondia a maioria das perguntas.

Quando vi os dois vindo, e voltando a sentar ali, continuamos ali, conversando e comendo.
Assim que todos terminaram, Castillo e Hierro foram primeiro, e logo em seguida a gente.

Zulema deixou, primeiro Saray e cachinhos, quando ela parou na frente acenei para Saray e Kabila.

─  Até amanhã. ─  Saray fala e em seguida me olha.  ─  Cuidado com a Zulema loira... É uma predadora de primeiro.

Ela disse em seguida rindo.

─  Tchau meninas. ─  Cachinhos se despede em seguida saindo do carro.

Olhei para minha chefe, vendo que ela dava a partida.

— Você não consegue nem disfarçar quando vai me olhar não? —  Ouvi Zulema perguntando ainda sem olhar em meus olhos.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Não — Ela respondeu, em um tom normal.

— Você tem quantos anos ? — Perguntei, sorrindo, vendo que ela me olhou por alguns segundos, e deu de ombros.

— Porque de repente você quer saber quantos anos eu tenho ou se chupo buceta ou não? — Ela retrucou, com outra pergunta me fazendo rir de imediato

— Na verdade eu, so fiquei curiosa. — Falei tentando me justificar enquanto desviava meu olhar.

Estava com vergonha, Zulema era bem "transparente", bem direta. E sabia muito bem como me intimidar, era incrível, parecia um dom.

— Bom, mas e você? — ela perguntou, em um tom baixo? Mas ainda assim mostrando interesse na conversa totalmente aleatória que estavamos tendo ali.

— Eu o que ?

— Você é lésbica? — Neguei enquanto vi ela rindo. — Achei que fosse, ja que demonstra tanto interesse assim em saber sobre mim.

Olhei para Zulema, rapidamente, após ouvir a morena, e neguei novamente. Óbvio que não era.

— Eu sou Hetero, não me entenda mal. — disse, enquanto voltava a olhar Zulema, que estacionava o carro na frente do meu condomínio. Senti minhas bochechas corarem, provavelmente ficando vermelhas quando ela passou a me olhar. — Eu só quero conhecer minha chefe.

Expliquei, me aproximando dela, e tocando levemente em sua bochecha com o indicador.

— Boa noite Chefe. — Disse saindo do carro em seguida, rindo baixinho ao ver a reação dela.

— Você não tem noção do perigo uh? — Zulema perguntou enquanto eu neguei rapidamente acenando para ela.

Minha chefe, não falou nada, apenas acenou de volta com a cabeça, e deu a partida no carro.

Entrei no meu prédio, indo em direção ao meu apartamento.
Quando entrei, fui direto ao banheiro, estava cansada, foi um dia longo, mas confesso que fiquei animada.

Zulema:On

Quando cheguei em casa, tomei banho, e vesti uma roupa confortável.

Deitei na cama, pegando meu celular para ver algumas mensagens que Saray havia me mandado.
Não tive tempo de ler elas antes, passei o dia supervisionando meus funcionários, e nem tive tempo para pegar o celular.

Tinham três mensagens deixadas pela Saray, então decidi abri-las ou amanhã ela poderia me matar, conhecendo a doida que eu tenho de amiga, era exatamente isso que ela iria fazer se eu a ignorasse mais uma vez.

Saray: Zulema

Saray Z u l e m a Z a h i r

Saray [+Macarena] peguei o número dela pra você

Zulema: pra que caralhos eu vou querer o número dela?

Saray: ta se mordendo pra mandar mensagem, para de bancar a sonsa, vai logo puxar assunto

Zulema: vai procurar o que fazer Saray pelo amor.

Desliguei a tela do celular, suspirando. Saray conseguia ser intrometida em tudo, até no que não era pra ser.

Eu não tinha o menor interesse na minha assistente,até porque além de "hetero" era curiosa demais, e Saray insistia sempre que combinavamos.
Eu levava isso como um desejo dela mesma, talvez por estar namorando, e querer bancar uma de cupido pra cima de mim... bom não sei.

Mas esses pensamentos sairam da minha cabeça, quando me lembrei da conversa que tive com Hierro, e me lembrei de Fátima... minha filha.

Era complicado, a mídia não sabia que Zulema Zahir tinha filha, e bom, eu iria correr o risco de perder tudo, se abrisse o jogo com todos e falasse "oh desculpem, eu tive uma filha e abandonei ela"

Na verdade, eu tive Fátima bem jovem, e nunca, meu relacionamento ou essa gravidez foi do agrado da minha família, primeiro por serem bem rígidos, e segundo porque a religião não permitia, muita coisa que eu havia feito de "errado"

Eu fugi, como uma covarde, fugi da minha mãe, da minha filha, do meu ex namorado... e estou fugindo até hoje...de tudo, e de todos.

As vezes sentia falta, de um contato físico, de sentir.
Desde que a empresa começou a crescer, não tenho dedicado meu tempo à ninguém, não no quesito emocional.

Algumas vezes eu saia sim, transava com uma ficante, mas a relação era só de momentos.
Nunca me entreguei, para ninguém depois de Hierro, nem estava apressada em fazer isso, na verdade, não sentia necessidade.

As vezes me sentia confusa, em relação a Macarena, suas perguntas sem sentido, e sua curiosidade por mim, me faziam rir, sorrir... isso melhorava meu humor.
Ela tinha essa capacidade de me fazer sorrir, mas também tinha de me fazer ficar puta, com a lerdeza, o sarcasmo e toda essa provocação que a loira sabia fazer quando queria alguma coisa, chantagista de carteirinha.

Talvez por ela, eu fique confusa, mas ainda assim, eu optava por ignorar essas merdas de sentimento. 

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