Todos os poetas são loucos
Imagine você
Quem ousaria derramar seu sangue num papel
Até a última gota!
Loucos
Falar de lua, estrelas e por do sol como se fossem gente
Deslizar a caneta horas a fio
Madrugada a dentro e vomitar palavras
Entregar sua dor, desvelar seu amor e deixar entrar no seu silêncio
São loucos os poetas
Escrever poesias, imagine só
Misturar angústias e decepções e servi-las numa bandeja de linhas confusas
Com rima, sem rima
Com métrica ou desarrumada
Deveriam todos estarem em um grande manicômio
Com paredes azul celeste e mesas brancas
Com pilhas e mais pilhas de livros pra comer
E a noite dançar em volta de uma fogueira de ilusões
Loucos e desvairados são os poetas
Conseguem ver o mundo
Conseguem ler o mundo
Conseguem escrever o mundo
Loucos