Capítulo 1: Flagrada

59 2 0
                                    


Eu estou de quatro sob a cama, com Rey me penetrando, quando avisto alguém nos observar. O rosto está escondido entre a pequena fresta da janela empoeirada do apartamento da frente. Só percebo que se trata de uma pessoa quando a sombra move-se e some da minha vista.

- Amor! – Chamo pelo meu marido, atônita.

É importante deixar claro que o apartamento da frente sempre esteve desocupado. Já morávamos lá havia dois anos. Durante esse tempo houveram algumas visitas, mas não passou disso. Por esse  motivo  sempre deixamos a janela do quarto aberta. Os dias estavam quentes e não há nada melhor que a luz natural do dia.

- Amor, tem gente...

Eu tentava concluir a frase, mas ele metia em mim, mais forte e mais rápido. Um misto de constrangimento e excitação tomam conta de mim. A ideia de ter sido descoberta me deixou excitada - coisa que eu não estava até então.

Confesso que aquela trepada estava acontecendo mais por insistência do meu marido que qualquer outra coisa. Fui acordada com uma ereção roçando minha bunda. A mão de Reynaldo alisando minha coxa, como ele sempre fazia quando queria meter.

Bem, o problema não é o sexo. Eu adoro transar! A questão é a forma com a qual tudo começa. Rey está sempre pronto para meter e, por isso, ele pensa que eu também estou.  Nem sempre era assim, é claro. Só que era sete da manhã! Eu só queria dormir mais um pouco. Mesmo não muito animada eu cedo as investidas deles. Ele me pega por trás e mete o pau em mim. É a posição preferida dele para uma rapidinha, afinal, temos pouco tempo. 

Estou distraída essa manhã. Tão distraída que olho para a janela e então vejo a figura do outro lado. Não faço ideia do quanto "ele" viu. Se fora repentino ou se acompanhara todo o ato.

- Ai, vou gozar! – Diz, Rey.

Sinto a pressão da sua porra entrando em mim. Ele segura meu quadril com força. Algumas gotas de seu suor pingam nas minhas costas. Rey tira o pau de dentro de mim. Levanto-me rapidamente e fecho a cortina do quarto.

Contei tudo o que tinha visto, enquanto me ensaboava, fora do chuveiro. Nosso banheiro era muito pequeno, de maneira que precisávamos revezar quem iria ficar do lado de fora e quem ficaria do lado de dentro.

- Tem certeza?

- Claro que tenho, ! – Respondo.

Reynaldo e eu estávamos casados há pouco mais de dois anos, após três de noivado. Ele fora meu primeiro namorado, mas não o único. Terminamos o nosso namoro e ficamos um tempo separados. Durante essa época me relacionei com outros caras, embora eu sentisse falta de Rey. 

Eu já havia me acostumado com a ideia de que nunca voltaríamos, quando nos encontramos no aniversário de uma amiga em comum. Especialmente nesse dia eu estava incrível. Usava um vestido soltinho vermelho e sandálias pretas. Meu cabelo estava solto e eu estava toda maquiada. Tinha ido para praia há algumas semanas, logo ostentava um bronzeado lindo com direito a marca de biquíni.

Ele não parou de me olhar um segundo sequer, mas me fiz de desentendida. Ele não era o único que me notava e acho que isso foi um dos motivos pelo qual ele veio conversar comigo. quela coisa de marcar território (mesmo que não houvesse nada para marcar).

Nós conversamos bastante aquele dia. Rey era muito engraçado e sempre me fazia rir. Todos foram embora, mas a gente continuava conversando, Não demorou muito para que ele me pedisse para voltarmos. Confesso que ainda me sentia confusa sobre reatar. Mesmo assim eu aceitei. 

Não demorou muito para que pedisse em casamento.

Rey era o queridinho da minha família. Não preciso dizer que todos ficaram muito felizes quando dei a notícia que havíamos voltado a namorar. Embora eu estivesse feliz, queria que tudo fosse perfeito. Não tinha o menor interesse em morar com a família dele. Nada contra os Mendonça, mas eu sempre quis o meu espaço. Não poderia viver com a minha sogra querendo me ensinar como cuidar do meu marido, da minha casa, das minhas coisas.

- O cara ficou lá olhando? – Quis saber.

Respondo que não. De fato, ele pareceu ter olhado muito rápido. Não sei dizer há quanto tempo ele esteve ali, nos observando. Mesmo assim, não quis fazer um julgamento precipitado.

- Vamos precisar por o ventilador no quarto. – Digo.

- Ou comprar de vez o ar condicionado.

Meu marido não desistia da ideia de comprar o ar condicionado. Eu também queria um em casa, é claro. Acontece que os custos eram altos e nós ainda tínhamos dívidas referentes a compra da casa. Sem contar que a conta de luz aumentaria. Modéstia à parte, tudo estava nos eixos graças a minha organização financeira. O problema era que Rey adorava gastar. 

- Ou comprar um ventilador para aguentar as pontas. – Rebato.

Entro debaixo do chuveiro e pego o sabonete, passando por todo o meu corpo. Sinto o suor no meu coro cabeludo e fico chateada ao constatar que terei que lavá-lo. Isso não seria problema se meu cabelo não fosse tão longo.

- Estou pensando em cortar o meu cabelo – tentei iniciar "A Conversa". Sim, com a maiúsculo porque era uma saga.

Reynaldo odiava a ideia de me ver de cabelo curto. Minhas madeixas já estavam chegando na cintura. Ele amava o meu cabelo. Eu também gostava do meu cabelo enrolado, mas estava tão calor que estava sofrendo muito nas últimas semanas com o calor.

- , ainda que eu corte metade, vai sobrar muito cabelo. – Respondo.

Ele faz careta. Há tanto tempo tenho deixado o cabelo comprido. As vezes tinha vontade de radicalizar, mas não achava que esses cortes modernos combinavam comigo, com o meu estilo. Eu era bem básica. Gostava de vestidos largos e não era do tipo que usava salto alto. Não que gostasse do meu corpo tipicamente brasileira: estatura média, seios pequenos  quadris largos (mais do que eu gostaria). Era só que parecia que tudo o que eu usava sempre chamava muito mais atenção do que eu gostaria.

- Não corta muito... – Diz, quase em tom de súplica.

Rey sai do banheiro e eu termino de tomar o meu banho. Entre ventiladores e cortes de cabelo volto a pensar no bisbilhoteiro do apartamento da frente e no quanto ele deve visto do "ato". Se alguém houvesse se mudado, de fato, para o apartamento da frente, eu teria que lidar com o constrangimento de precisar vê-lo todos os dias. Mas eu não contava com isso. Existia uma certa dificuldade em vender apartamentos naquele andar. Acontece que não era a melhor localização.  A única vista que se tinha era a janela da frente, logo não eram muitos atrativos. Inclusive, esse foi um dos motivos pelo qual compramos: o preço estava mais baixo.

Mesmo com esse empecilho o prédio era uma graça. Os vizinhos não eram intrometidos. O elevador sempre funcionava e tudo era limpo. A construção não possuía muito lazer, mas contava com um pequeno playground para as crianças, um jardim com plantas bem cuidadas e uma pequena academia.

Volto ao quarto e vejo meu marido terminando de abotoar a camisa. A musculação de Rey estava começando a estava fazendo efeito. Podia ver os músculos desenhados através da camisa. Ele não era do tipo vaidoso. Começara a academia por aconselhamento médico, depois de travar a coluna. Com o tempo pegou gosto em fazê-la e agora não passava um dia sequer sem bater o ponto diário na academia. 

Reynaldo não era apropriadamente alto. Ele tinha pouco mais de um metro e setenta, mas os ombros eram largos. Cabelos escuros e sempre em um corte quadrado, estilo exercito. Alguns fios brancos começavam a aparecer, embora ele tivesse apenas trinta e dois anos. O rosto dele era comum. Bonito, mas comum. O que mais lhe chamava atenção era o sorriso, com certeza. Seus dentes eram perfeitos. Aquele sorriso ganhava qualquer um.

Me apresso e me troco rapidamente. Tenho o costume de deixa a roupa de trabalho sempre pronta, logo, me trocar não é um grande problema. Ele termina e sai do quarto. Sei que ele vai botar o café para fazer. Ouço o som da maquina de café.

Seco meu cabelo rapidamente. Faço um rabo de cavalo no alto e passo bastante mousse para ficar bem alinhado. Deixo para maquiar-me no carro, a caminho do trabalho.

Vou para a cozinha e Rey está tomando o café recém passado. Eu também poderia tomar um xícara, mas sempre deixo para fazer o desjejum com o pessoal do banco.

Pego minha bolsa e caminho em direção a sala.

- Vamos? – Rey pergunta.

- Vamos! - Respondo.


Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 09, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O homem na casa á frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora