Há exatamente 1 ano meus pais morreram naquele acidente mas parece que foi ontem que eu estava jogando flores em cima do caixão e depois de 1 ano, cá estou eu novamente entregando flores para os meus anjos.
— Está sendo tão difícil continuar. — falo enquanto as lágrimas caem — Pensei que depois de um tempo as coisas iam se ajeitar mas tudo continua triste desde aquele dia. Finjo ser forte o dia inteiro mas quando chega a noite eu desabo. Eu só queria que vocês estivessem aqui. — com a voz embargada falo enquanto seco as lágrimas — Na verdade vocês estão e eu posso sentir mas queria tanto os abraçar e dizer o quanto eu os amo. Eu te amo mãe, eu te amo pai!
Fiquei ali sentada pensando em como seria se eles estivessem aqui, hoje seria um dia normal e não um dia de luto. Depois de mais ou menos dez minutos pensando na vida — digamos que até na morte — decidi me levantar e ir para a Bookends. Meus pais tinham uma livraria à qual deixaram para eu cuidar, antes deles falecerem, eu ficava indicando livros para os clientes a troco de nada e sim por gosto mas depois do ocorrido eu precisava de um salário porém não levo jeito nenhum para administração, então deixei Lourdes (funcionária mais antiga da livraria) tomar esse posto e agora de fato eu sou uma funcionária e recebo um salário.
Cheguei na Bookends e já havia alguns clientes.— Boa tarde! — cumprimentei todos — Rafa, eu vou lá em cima e já volto. — Rafael é um dos funcionários, o meu melhor amigo e mora comigo em cima da livraria que era onde eu morava com os meus pais.
— Tá bom. — disse ele.
Subi e fui direto tomar banho. Após o banho vesti as roupas mais confortáveis que haviam no meu guarda roupa e desci.
— Hoje aqui está bem cheio, aleluia! — disse Rafael erguendo as mãos.
— Sim. — respondi distante.
— Faz 1 ano hoje, não é? — questionou ele tristonho.
— Sim, mas parece que foi ontem. — respondi — Tem sido horrível, Rafa.
ele me abraçou enquanto dizia que ia passar.
— Tira o dia hoje de folga pra por a cabeça no lugar.
— Prefiro ficar aqui. Converso com as pessoas e me distraio um pouco.
— Só tem algumas pessoas lendo na biblioteca agora, vai ler um pouco, sei o quanto ler te faz bem.
— Vou fazer isso! — falei — Tem café?
— Tem, a Clara acabou de fazer. — respondeu.
— Tá bom. Agora vou ler uns contos eróticos para me distrair. — falei e nós dois rimos.
Fui para a biblioteca — antes dos meus pais morrerem tiveram a idéia de fazer um espaço para a leitura dentro da livraria, a cada 100 livros que mandam, retiramos 5 para deixar na biblioteca, não custa nada e acho que por isso as pessoas gostam tanto daqui.
Peguei o livro ps. eu te amo da Cecelia Ahern — eu devo estar afim de sofrer mesmo — e fui colocar um pouco de café pra mim. Queria que meus pais houvessem me deixado cartas assim como o Gerry deixou para a Holly mas a morte do Gerry foi através de uma doença e a dos meus pais através de um acidente, não sabiam que iriam morrer.
Depois de ler um pouco levantei-me e fiquei olhando os livros que haviam chegado, até que escuto uma voz.— Esse lugar é tão lindo. — disse a garota que estava atrás de mim.
Virei-me e vi uma linda garota de cabelos castantos e pele morena com um sorriso encantador de orelha a orelha.
— Sim! — falei sorrindo — É a primeira vez que vem aqui?
— Sim. — disse ela — Sou do Canadá, cheguei em Londres agora à pouco.
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ah, Maria!
Romancequando vi Maria, senti a conexão mais forte que já pude presenciar em toda a minha existência. nosso amor é coisa de alma, almas gêmeas feitas uma para outra. quando a vi sorrir o meu mundo parou, eu poderia morrer ali, feliz e maravilhada por ver t...