U M

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Levantei-me ao soar uma forte batida na porta do meu apartamento, seguida de outra, e de outra e de outra.

"Já vai, já vai!", eu gritei, enquanto vestia um robe e calçava as minhas pantufas. Caminhei em direção à mesma.

Espreitei pelo pequeno buraquinho existente na porta e suspirei por ela ter chegado tão cedo. Abri a porta e entrou super entusiasmada pela casa a dentro, fechei-a logo de seguida.

Eu vivia sozinha, sempre gostei de ter o meu espaço, e assim que fiz os 20 anos, decidi mudar-me da casa dos meus pais, para um pequeno apartamento nos arredores de Londres. Foi a melhor coisa que fiz, sinto-me tão mais à vontade. Sem ninguém para me chatear, sem ter de ouvir a minha mãe a dizer "Anastasia arruma isto, Anastasia arruma aquilo", vezes e vezes sem conta. Eu amo-a, é a mulher da minha vida, mas quando se trata de mandar alguém fazer alguma coisa, ela é insuportável. Nunca fica satisfeita com nada. No entanto eu tento sempre agradá-la ao máximo.

Voltando àquela pessoa que se encontra neste momento no meio da minha sala a correr parada, como se parecesse uma maluca. Ela, ela é a minha irmã mais velha. Tem 24 anos e infelizmente ainda não arranjou um namorado, logo, eu tenho que servir de companhia, já que também estou sozinha. Não é que me importe muito, os rapazes só dão problemas. É o que a minha mãe sempre me diz. Ela também não quer que eu arranje já um namorado, prefere que primeiro termine os estudos.

"A sério que ainda estás em pijama?!", ela falou histericamente, como sempre. Tinhamos combinado ir fazer exercício, às 9 da manhã, num parque relativamente perto da minha casa. Ainda são 8 horas, logo, ou ela tem o relógio realmente adiantado, ou é burra e não sabe ver horas. Acho que vou optar pela segunda opção.

Limitei-me então a encolher os ombros e a caminhar novamente em direção ao meu quarto. Procurei algo prático no roupeiro. Estava sem vontade nenhuma, mas não lhe podia fazer esta desfeita.

Encontrei um top curto que possuía a barriga destapada, e umas leggins que me ficavam realmente justas. Estava calor, logo podia aproveitar para vestir este conjunto. Fui tomar um banho e arranjar-me. Não conseguia sair de casa sem me sentir devidamente arranjada.

Demorei cerca de 20 minutos a despachar-me, e quanto finalmente acabei de tomar o pequeno-almoço, saímos de casa. Coloquei os fones nos ouvidos, e procurei por uma boa música para ouvir enquanto caminhávamos. Se não ouvisse música ia dar em doida, porque a minha irmã é a maior tagarela existente à face da Terra.

Quando a música terminou, retirei o telemóvel do bolso, pronta para procurar outra, que me impedisse de ouvir a minha irmã, até que choquei contra um alguém. Só depois de o olhar, é que pude perceber que era um homem. Alto, elegante e bastante atraente. Nunca vira tal coisa. Era uma beleza fora do comum. Cachos caídos elegantemente sobre o seu rosto, olhos verdes esmeralda, lábios extremamente bem definidos. Acordei deste pensamento quando ele me segurou para que não acontecesse nenhuma queda. Soltei uma gargalhada tímida e de seguida disse "Peço imensa desculpa, estava distraída". Fiquei à espera que este me soltasse, mas continuava a agarrar-me, enquanto me observava intensamente. O seu rosto encontrava-se sério e o seu maxilar tenso, quando ele finalmente pronuncio com um tom de voz rouca "Anastasia" O sorriso que se encontrava nos meus lábios logo desapareceu, começando até a ficar assustada com a situação.

Graças a deus que a minha irmã me puxou, fazendo com que ele me soltasse. Continuámos a andar, um pouco mais rápido que o normal. Quando olhei para trás, ele encontrava-se lá, no mesmo lugar a observar-me de uma maneira extremamente psiquíca.

Isto foi realmente estranho. Como é que ele sabia o meu nome? E porque é que me olhou com aqueles olhos? Olhos de quem quer caçar a sua presa? Meteu-me um meto do catano.

Só espero não o voltar a encontrar, porque pela maneira que me estava a agarrar e a observar, se a minha irmã não estivesse ali, algo mais poderia ter acontecido. Ou talvez sou eu a fazer demasiados filmes na minha cabeça.

"Conheces aquele moço de algum lado?", a minha irmã interrompeu-me os pensamentos fazendo-me olhar para ela e retirar os fones dos ouvidos. "Não, não faço a mínima ideia de quem seja!", respondi olhando-a assustada. "Mas olha que ele parecia conhecer-te", soltei um longo suspiro desviando o olhar, após a sua frase. Voltei a olhar para trás e ele já não estava lá, felizmente. Respirei fundo e olhei em frente continuando a caminhada, tentando esquecer-me do estranho incidente que acontecera à momentos atrás.

Ainda que não consiga parar de pensar de como é que ele sabia o meu nome... E o pior, é que eu sinto que algo ainda está para vir. Algo do qual eu não vou gostar nada...

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Este é o primeiro capítulo, é pequeno eu sei, mas o próximo será maior, foi apenas para dar uma pequena introdução. Espero que tenham gostado e peço imensas desculpa por só agora ter publicado o capítulo.

Queria também dar uma breve explicação acerca do tema desta fic. É baseada na nova música dos One Direction, Stockolm Syndrome e que traduzido significa Síndrome de Estocolmo. É o nome dado a um estado psicológico, em que uma pessoa ao ser submetida por um prolongado tempo de intimidação, passa a ter simpatia ou até mesmo sentimento de paixão perante o seu agressor.

Achei o tema interessante e pensei então em criar esta fic, espero que gostem, e que se divirtam tanto a ler como eu me divirto a escrever.

Eu vou tentar não enrolar muito, pois não quero que se torne cansativo, tanto para mim como para vocês.

Desejo-vos já agora um bom ano novo :D

AnaMaylinorasty ✌

Stockolm SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora