Stockolm Syndrome

D O I S

Caminhei apressadamente, desejando que nada acontecesse durante o meu caminho até à Starbucks, o sítio que frequentava todos os dias. Só queria era chegar lá e tomar um cappuccino quente, pois hoje o dia estava muito pior que ontem. Em Londres, tanto faz sol, como faz chuva, por isso já estava habituada.

Finalmente cheguei, mais atrasada que o habitual e fui até ao balcão, começando a fazer o meu pedido, mas logo fora interrompida.

"Anastasia (decidi mudar o nome da personagem, prefiro Anastasia xD), já estava a estranhar a tua ausência", uma voz bastante familiar suou e eu olhei para trás podendo dar de caras com Zayn. Sem dar conta, já estava agarrada ao seu pescoço, abraçando-o intensamente, enquanto as suas mãos se encontravam na minha cintura.

Zayn é o meu melhor amigo, já não o via a algum tempo, pois ele tinha ido para fora do país com o pai, que era um empresário extremamente rico, para tratar de alguns negócios.

"Isso são tudo saudades?", ele gargalhou enquanto me afastava ligeiramente. "Podes crer que sim", sorri-lhe docemente e abracei-o novamente. Sentia-me protegida perto do Zayn.

Era um rapaz magro, mas com um corpo bem definido. Moreno, com os olhos cor de avelã, e o cabelo escuro a combinar com o seu tom de pele. É um rapaz extremamente atraente. Adoro ouvi-lo contar histórias sobre a sua cultura, já que ele é de uma religião diferente da minha. Que posso mais dizer? Ele é um autêntico princípe das Arábias, e a seguir ao meu pai, é o homem que mais admiro.

"Então, conta-me como têm estado as coisas...", ele perguntou-me, assim que finalmente o soltei. Encarei-o, relembrando-me do incidente que ocorrera no dia anterior. "Tudo bem...", comecei a mexer nas pontas dos cabelos, constantemente. Era um sinal de que estava a mentir, e pelo ar com que ele me olhava, com uma sobrancelha erguida, eu consegui perceber que ele sabia que eu estava a mentir.

"Ai sim?", ele desafiou-me e eu encolhi os ombros. "Não é nada de importante..." , sorri delicadamente e acabei por me sentar num dos bancos altos do luxuoso café.

"Então e tu, novidades?", perguntei, tentando desviar o tema de conversa, observando-o a sentar-se igualmente num dos bancos altos, junto ao meu. "Amsterdão é sem dúvida impressionante! Deveria ter-te levado comigo, ias adorar.", ele contou-me e eu pude sentir um raio de inveja a subir-me pela espinha acima, enquanto o observava a colocar os cotovelos sobre o balcão e a cabeça sobre as suas mãos, o que lhe dava um ar extremamente sexy.

"É o meu sonho", murmurei enquanto pousava um dos cotovelos sobre o balcão e a cabeça sobre a minha mão, olhando-o. "Um dia, um dia eu levo-te lá, prometo", ele sorriu-me e eu sorri de volta. As suas palavras eram sinceras, eu pude perceber pelo seu sorriso. E o melhor de tudo é que, quando ele promete, cumpre.

Ficámos a conversar mais um pouco sobre Amsterdão e sobre os seus negócios, até que finalmente fomos atendidos, por uma senhora loira bastante jovem. "Um cappuccino, para mim por favor.", pedi educadamente. "São dois", ele sorriu e fez um gesto com a mão. A rapariga parecia estar a derreter-se com ele. Também, não era difícil, era cá um borracho.

Rapidamente nos trouxe as bebidas e ele pagou-as, não me dando sequer tempo para negar a sua oferta.

"Acerca de ainda à pouco, o que é que se passa Anastasia? Eu conheço-te, e sei muito bem que algo se passa contigo" , ele desafiou-me novamente, dando um golo no seu copo, que possuia o simbolo do starbucks e o seu nome estampados. "Aconteceu uma coisa ontem, mas já está tudo bem...", esperei que ele acreditasse, pois ele era bastante protetor e tenho a certeza que nunca mais iria deixar de procurar o tal homem. É persistente. Algo que também admiro bastante nele.

"Conta-me, já." , ele meio que ordenou e não tive alternativa. Contei-lhe promenor por promenor, e pela sua expressão tensa, pude perceber que não gostou do que ouviu.