Episódio 1: A Vizinha do 303

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A primeira luz do dia surgia lentamente na janela do apartamento 306, do
condomínio Aspen. Fernanda se levantava de sua cama sempre as 6h da
manhã, mas hoje decidiu levantar-se um pouco mais tarde, e mesmo após o sol
iluminar sua cara pelo vidro da janela, sem folha ela continuou deitada. Ela não tinha que trabalhar hoje, até por que era domingo e tudo que ela queria era descansar um pouco mais.

Porém Aspen é muito agitado, mesmo nós domingos. É vizinho com som alto
antes das 9h da manhã, berros de uma mãe solteira criando três filhos
baderneiros e portas de carros batendo a todo momento. O lugar é bom para
morar, apesar da falta de organização e respeito, e por mais calma que
fosse, isso irritava muito ela.

Fernanda mora no Complexo de Farias, em Turvinhas. A cidade não é tão
grande, porém tem constantes mudanças de pessoas e vizinhanças,
principalmente no condomínio. Desde os 20 anos ela mora no mesmo
apartamento, e em 5 anos muitas pessoas passaram por Aspen.
O condomínio é bem disputado para se morar, aliás ótima localização e preço acessível chama o público, mesmo sendo apartamentos pequenos quase que amontoados, um em cima do outro com padrões iguais.

Ela se levanta perto do meio dia e como de costume troca seu pijama azul claro, quase que transparente por uma roupa mais discreta.

-Mas que merda, cadê minha camiseta? – Ela pragueja para si mesmo por não
estar achando sua camiseta preta do Linkin Park – Tinha colocado aqui no
roupeiro – Dizia ela quase desistindo da busca.

Ela se sentou na cama e ficou olhando para o apartamento 303 na frente do seu. “Pensei ter visto alguém na janela” – Pensou ela. No roupeiro, ela selecionou
outra camiseta, uma cinza sem estampa e um pouco larga. Retirou a blusa do
pijama deixando seu tronco nu ser banhado pelo sol do meio dia que entrava pela sua janela, logo em seguida, uma sensação de observação surgiu e
rapidamente ela olhou para a janela do apartamento da frente novamente  e lá estava uma pessoa lhe olhando fixamente.

- Mas que merda é essa!? – Ela grita apavorada e tampa seus seios com uma
camiseta que pegou rapidamente do chão e correu para longe da janela.

“Meu Deus. Alguém estava me olhando... De peitos de fora” ela pensou
apavorada e envergonhada. Rapidamente vestiu a camiseta que havia pegado
do chão e furiosa saiu do seu quarto e foi para fora indo tirar satisfação do vizinho
da frente.

- Oh desgraçado, por que estava me olhando da janela? – Antes de atravessar a rua que dividia os apartamentos, Fernanda gritava o mais alto possível
chamando a atenção de toda a quadra A. Quase que de imediato a porta do
apartamento 303 se abre e nela se apresenta uma mulher loira, com lindos olhos azuis usando um short preto e um topless de mesma cor.

- Desculpa, moça, mas o que você está falando?

- Tu sabe muito bem sua... – Fernanda correu seus olhos pelo corpo suado da
vizinha e focou no rosto dela - Quem é você? – Ela não se lembrava de ter visto essa mulher pelo condomínio ou muito menos de o apartamento na frente do seu estar ocupado.

- Eu sou Vanessa, sou nova aqui. Mas o que você estava falando?

- Você é nova? Tá suada...

- Sim eu estava malhando no segundo andar.

- Então você não estava me olhando pela janela? – No mesmo instante ela ficou
vermelha e constrangida – Desculpa eu...

- Tu vem me acusando e quer ser desculpada? – Fernanda ficou mais
constrangida ainda – Só aceito as desculpas se você entrar para tomar um café comigo.
Fernanda pensou duas vezes e sorriu de canto.

- Tá bom - Fernanda sorriu e entrou para dentro do apartamento 303 deixando os vizinhos boiando.

- Se acomode, tem lugar ali no sofá – Fala Vanessa apontando para o sofá na
sala.

Ela sentou no sofá de três lugares e olhou para a estante onde estava a televisão e alguns livros seguido de variados pênis de borracha que deixaram Fernanda envergonhada e sem jeito.

- Desculpa se pareceu que eu estava te olhando, e espero que não se sinta
envergonhada pelas minhas coleções – Na parede havia quadros e pinturas
quentes que só de olhar fazia Fernanda sentir uma leve formigação em suas
pernas e uma estranha atração sexual desconhecida por ela.

- Capaz, tudo bem.

- Eu vou fazer o café, sinta-se em casa. - Vanessa foi para cozinha por a água a ferver. A curiosidade de Fernanda era
grande e ela foi ver mais de perto a coleção de pênis da vizinha. Tinha variados tamanhos e grossuras.

- Se quiser pode tocar. – Fernanda levou um susto que fez ela pular.

- Não, melhor não – Sorriu sem jeito.

- Vamos, pega um – Ela pegou o primeiro da prateleira e avançou a Fernanda
que involuntariamente pegou e arregalou os olhos pelo seu ato descontrolado –
Acho que você está precisando de um, não é mesmo? - Vanessa apontou os
olhos para o calção de pijama azul que Fernanda não havia trocado e ao olhar e perceber ela ficou mais envergonhada do que o momento que se trocou em seu
quarto – Tudo bem estar molhada, são irresistíveis mesmo.

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Escrito por @EliasSD
Revisão de tialaybispo

Aspen, O CondomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora