⊱ B L O O M ⊰

⊰ U M ⊱

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- Com licença, alteza.

A voz suave o fez virar-se para trás, já sorrindo por reconhecer quem o chamava.

- Chaeyoung, bom dia.

- Bom dia. - respondeu alegremente - Seus pais o esperam no salão principal, pediram que lhe chamasse.

Resignado, Jimin caminhou de volta até o interior de seu quarto espaçoso, deixando as portas da varanda aberta para que a brisa leve continuasse a levar o cheiro das flores silvestres que tanto lhe agradava para dentro do cômodo.

- Chamaram só a mim? - perguntou um tanto receoso, nunca era um bom sinal quando seus pais queriam falar consigo a sós. E, sendo bem honesto, Jimin se sentia um pouco intimidado pela aura imponente que emanavam quando o falavam de coisas mais sérias. Afinal, não era todo mundo que crescia levando broncas do Rei e da Rainha.

A criada - e amiga de Jimin - apenas acenou negativamente com a cabeça.

- Menos mal. Se chamaram Shinhye e Jihyo sei que não estou encrencado sozinho. Tu sabes como as duas são... - deixou a frase morrer e fez Chaeyoung rir da expressão engraçada em seu rosto.

- Pediram que chamassem todos vocês. Não acho que estejas encrencado, mas acho que devas se apressar, todos já estão lá.

- Certo, estou indo. Obrigado.

Com uma curta reverência e um sorriso gentil, a garota deixou o quarto. Jimin levou mais alguns minutos para arrumar as roupas amarrotadas e os cabelos bagunçados. A brisa de que tanto gostava sempre deixava os fios emaranhados e ele já podia prever a mãe os penteando com os dedos no momento em que aparecesse diante de si caso estivesse com eles desalinhados.

Já se considerando mais apresentável, Jimin saiu de seu quarto e, no caminho até as escadarias principais, avistou Namjoon caminhando um pouco mais à frente.

- Hyung, espere por mim! - chamou pelo outro

Com um sobressalto pela voz elevada de Jimin, Namjoon se virou para trás rápido demais, o que o fez esbarrar com o braço em um dos bustos que ficavam espalhados pelos corredores. O livro pesado que carregava acertou em cheio o rosto esculpido, fazendo-o balançar um pouco sobre o suporte de mármore no qual ficava.

Os olhos de Namjoon estavam arregalados e ele tentava, ainda que sem jeito, posicionar os braços para que apanhassem a estátua caso esta caísse. Mas, depois de alguns segundos, o busto parou de balançar e ele finalmente respirou aliviado, fechando os olhos e se afastando a passos largos da vítima mais recente de seu jeito desastrado. Jimin só observava a cena e continha o riso ao ver o desespero do amigo.

Namjoon era assim desde que ainda eram filhotes e corriam juntos pelo palácio inteiro. Suas pernas sempre estavam repletas de hematomas e arranhões e os dedos sempre tinham cortes que ele adquiria por conta de sua curiosidade que o levava a tocar toda folha, flor e animal que via pela frente. Quebrou incontáveis objetos, até mesmo objetos que Jimin nem sabia que poderiam ser tão facilmente quebrados, mas nunca fez por mal, disso todo mundo sabia.

Era simplesmente seu jeito e, se qualquer coisa, Jimin o achava extremamente adorável. Era engraçado porque Namjoon sempre fora tão grande mas sempre parecia curioso e desajeitado como um filhote pequeno.

Ele mesmo não gostava desse seu lado um tanto desastrado. Detestava ter que pedir desculpas sempre que derrubava algo ou quebrava alguma coisa. Não que ele recebesse da rainha algo além de "Tudo bem, Namu. Não fizeste por mal, não te preocupes", já que ela tinha demasiado apreço por si. Talvez por ser filho de sua ama de mais confiança ou talvez por ser muito amigo de seu filho, mas a rainha sempre o tratou com muito carinho. Sempre encontrava um olhar compreensivo, palavras gentis e um abraço carinhoso.