Capítulo 6 - Harry

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Quinta-Feira, 7:49

A aula já havia começado e como de costume eu e o Niall estávamos sentados nas primeiras carteiras. tudo normal até que vimos duas pessoas entrarem pela porta.

Niall logo olhou pra mim e serrou os olhos, dando sinal pra eu ignorar o garoto que tinha acabado de entrar na sala. Louis e Hannah haviam chegado, louis olhou pra mim e por pequenos instantes nós trocamos olhares...

tentei disfarçar olhando para o lado oposto.

- quer um lencinho? - Niall disse

- lá vem você, pra que um lencinho? - eu perguntei

- se continuar olhando desse jeito pra ele, a sua baba vai escorrer, melhor se previnir né? - Niall sempre tinha as melhores respostas

A aula passou mais rápido que o normal. Acho que acabei me virando pra olhar para o garoto de olhos azuis algumas vezes... antes que me perguntem, meu exame de drogas já está marcado pra semana que vem

Saímos da escola e o Niall me deixou em casa, o dia seria corrido, a dona Anna não iria poder abrir a padaria hoje, então eu teria que ir mais cedo que o normal.

Almocei, falei com meus pais, tomei um banho rápido e fui direto pro trabalho.

Em menos de 15 minutos de caminhada eu cheguei no local, peguei as chaves e abri a padaria, eu amava aquele lugar...

Peguei meu caderno e fui fazer os cálculos do estoque de ingredientes e conferir os gastos mensais, tudo ocorria bem até eu ouvir um barulho.

- Harry? - logo reconheci a voz, Louis tinha chegado

- você chegou cedo, pode ir voltar e ficar com sua namorada - eu disse ainda olhando pro caderno, quando eu levantei minha cabeça eu me deparo com essa cena: Louis estava todo descabelado, parecia exausto e seu olho... seu olho estava completamente roxo

- Meu Deus! O que aconteceu? Você está bem? - perguntei preocupado

- Posso dormir aqui? - aquela pergunta me pegou de surpresa

- dormir aqui? Como assim? E seus pais, sua casa?

Louis me explicou tudo o que acontecido, eu fiquei perplexo. Como um pai poderia fazer aquilo com o filho? Como um ser humano conseguiria ser tão desprezível?

- Louis, sinto muito... eu não imaginava - eu disse triste - sair do armário nem sempre é fácil, mas o que seu pai fez foi completamente errado, homofobia é crime! Louis, ele te bateu,Você tem que denunciar

- sair do armário? Não, eu não sou gay! - o garoto falou, ele me parecia confuso

- como assim? Mas seu pai... - respondi sem entender

- ele apenas suspeitou, eu não cheguei a responder - ele disse

Eu tinha me assumido pros meus pais havia cerca de 1 ano e meio, foi tranquilo, de primeira eles ficaram em choque, mas depois foram super acolhedores.

Eu sabia que eu era privilegiado por ter pais compreensivos, eu sabia que muitos pais não entendiam, mas eu nunca imaginei que um pai bateria em um filho apenas por sua sexualidade... isso era desumano

Louis sendo ou não gay, seu pai estava errado. E o garoto, bem... ele ainda precisava se descobrir.

- eu posso dormir aqui ou não? - ele perguntou

- ahh, eu acho que sim, no fundo tem o escritório, tem um sofá cama lá. Não é a melhor das acomodações mas pra uma noite ou outra acho que não tem problema - falei mostrando a direção do cômodo

- tudo bem - o garoto assentiu

Liguei pra dona Anna assim que deixei louis no escritório, expliquei a situação e ela deixou que louis dormisse na padaria, e pediu pra eu fechar o local e cuidar do garoto. Ela disse que ele precisaria de mim.

Eu me encontrava em uma situação que eu nunca imaginava me encontrar. Eu estava perdido, não sabia muito bem o que fazer, duas semana à traz ele nem sabia meu nome e agora tudo isso...

- você tá com fome? Já tem duas horas que você chegou e não comeu nada - perguntei

- não precisa pegar nada, eu só tô cansado. - por ironia do destino a barriga de Louis fez um grande barulho no final da frase dele, fazendo o garoto assumir que estava com fome e acabamos rindo

Fui na cozinha, peguei uns pães, biscoitos, um pedaço abacate e um chá

- eu aceito os pães, os biscoitos e o chá, mas abacate não - louis disse com cara de nojo

- qual o problema dos abacates? - eu disse rindo, o que fez o garoto rir também

- Fruta modinha, e ainda é ruim, simplesmente odeio - ele respondeu

Acabamos dando algumas risadas enquanto ele comia, o tempo passou rápido e quando percebemos já havia escurecido.

- boa noite, descansa, tenho que ir pra casa... quer que eu te pegue aqui amanhã-
perguntei

- você já vai? E seu o Troy me achar aqui? - ele perguntou assustado

Eu não podia deixá-lo ali sozinho, ele já tinha sofrido muito em um dia só.Eu poderia dormir lá... só pra vigiar ele, fazer ele se sentir seguro, em casa.

- se você quiser eu durmo aqui, eu durmo na poltrona e fico de olho na padaria -falei

- seria ótimo - ele disse envergonhado - mas a poltrona não está quebrada?

Olhei na direção do móvel, meu Deus, ele realmente estava quebrado.

- dorme aqui, - ele falou batendo no sofá -eu viro pra um lado e voce pro outro, não vejo problema, o sofá cama até que é grande - louis disse, completamente corado, ele estava sem jeito.

- ahh, tudo bem - eu disse me acomodando na cama - vai ficar tudo bem

Ele assentiu.

Eu dormi rápido e acordei mais rápido ainda, nunca tinha dormido tão bem, mas acho que o plano de dormirmos em lados opostos não deu muito certo...

Eu dormi rápido e acordei mais rápido ainda, nunca tinha dormido tão bem, mas acho que o plano de dormirmos em lados opostos não deu muito certo

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