Livin' On a Prayer

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Danny nunca imaginou que ficaria tão ansioso para voltar ao trabalho, mas foi assim que ficou quando sua folga acabou. Nunca havia ficado tanto tempo fora, então era nítido como estava entediado quando percebeu que não havia nenhum caso a ser resolvido, não que não estivesse aproveitando o tempo para ficar deitado no sofá da sala de McGarrett, ele não sabia que a equipe já sabia sobre eles, mesmo que soubessem que eles iam ficar juntos antes dos dois, então ficou se contendo ali mesmo no sofá por algumas horas até que Lou entrasse na sala avisando sobre uma ligação para a emergência sobre um suposto assassinato na beira da praia. Quando chegaram no endereço indicado a única coisa que possuíam eram dúvidas e confusão, já que não havia nada de errado, nada de corpo, sangue ou algo que indicassem que ali havia tido no mínimo uma luta então decidiram se separar e ver se achavam algo antes de voltar ao escritório.

Enquanto parte da equipe perguntava para as poucas pessoas no lugar se viram algo Danny e Steve procuravam alguma coisa, qualquer coisa que pudesse ajudar acabaram entrando num beco ali perto sem perceber, estavam discutindo sobre o motivo de todo mundo perguntar se estava tudo bem com Danny.

"Só estão preocupados, Danno, qual o problema?"

"Nenhum além do fato de parecer que estão me tratando feito um bebê doente!"

"Mas você parece um, babe... Danny sai daqui agora!"

Steve estava um pouco mais na frente e não viu uma linha de pesca amarrada no meio do beco, só notou quando a sentiu sobre a calça, atrás da lixeira ao seu lado viu um dispositivo cuidadosamente escondido num canto, Danny apenas fez um gesto para que o comandante explicasse.

"Bomba!"

Logo o beco já estava bloqueado para que nenhum curioso fosse espiar o movimento de perto e Grover dava as notícias de que encontrou um suspeito espreitando o lugar e Tani o levou para interrogatório, Danny havia ficado ali até que alguém chegasse para desarmar a bomba e não se mexeu até ter certeza que era seguro para todo mundo sair de lá. Estava apoiado na parede oposta com os braços cruzados observando em silêncio, tentando não deixar o desespero tomar conta de si e colocar tudo a perder.

"Ei, Danny? Eu esqueci uma coisa e você vai me odiar por isso... todo mundo já sabe da gente, contei faz um mês." Nessa hora o detetive não sabia se gritava ou se ficava em choque, a ficha de que era por isso que ele tinha a sensação de que todos guardavam algo para si havia caído e ele não estava irritado, ao contrário do seu habitual.

"E você espera ter uma bomba prestes a explodir na sua cara 'pra lembrar? Tem mais alguma coisa que queira me dizer, Steven?"

"Só que te amo, ou não vai aceitar isso?"

"Vocês vão ter tempo de sobra 'pra discutir isso, ladies, ele desarmou a bomba." O encarregado de cuidar da bomba já estava parado havia cinco minutos tentando chamar atenção dos dois para dar a notícia, mas acreditou que a discussão era real e ficou sem saber o que fazer até que Grover tomou à frente e interrompeu os dois, explicando ao rapaz que eles eram assim desde sempre. A situação em si foi rápida, foi o tempo de Tani iniciar o interrogatório e possuir uma ou duas informações preocupantes que logo foram passadas a Lou quando ele avisou que estava todo mundo bem.

Acontece que o homem que colocou a bomba no beco foi a mesma pessoa que ligou para a emergência, armando para que fosse a Five 0 a assumisse o 'caso', sabendo que com McGarrett sendo quase um ímã de problemas era certeza que ele ou Danny ficasse preso ali. Estava tão confiante que daria certo que não se preocupou em ir embora e armar um álibi e obviamente acabou preso, mas nem isso abalou sua confiança e acabou soltando as informações completas assim que Danny e Steve chegaram para assumir o interrogatório já sabendo quem contratou ele.

"O que ela queria atingir mandando colocar uma bomba num beco?"

"Ela não mandou colocar uma bomba, só me contratou 'pra fazer um inferno na vida de vocês, não disse o motivo mas prometeu um pagamento alto."

"Quantos mais tem atrás de nós? Porque eu sei que caras como você nunca trabalham sozinhos."

"Alguns, não sei exatamente quantos mas estão espalhados pela ilha esperando 'pra vir até vocês."

O suspeito ficou observando enquanto os dois se afastaram para conversar, claramente organizando o melhor jeito de descobrir as identidades de todos do grupo e estavam prestes a passar isso para a equipe quando o suspeito os chamou de volta, perguntando o motivo de não irem atrás da mulher que os contratou, Steve ficou segurando a porta enquanto Danny respondia com um sorriso irônico.

"Catherine está morta, idiota, eu mesmo fiz isso."

As pesquisas sobre as atividades de Catherine depois de Steve largá-la demorariam certo tempo já que ela sabia como esconder seus rastros mas se mantiveram firmes até notarem que já estava tarde e precisavam fechar a agência, sem contar que todos estavam cansados demais para conseguir prestar atenção em alguma coisa. Menos Danny, ele estava distraído preocupado com o plano de Catherine, que mesmo estando morta parecia estar fluindo rumo a mais dor de cabeça que ele poderia suportar. Estava em sua sala arrumando suas coisas para ir embora quando Steve o chamou para irem juntos.

"Você vai 'pra minha casa, Danny, suas coisas ainda 'tão lá e já 'tá muito tarde, vem."

No carro o comandante não deixou de notar o conflito interno do detetive, que segundos depois colocou para fora todas as suas preocupações com o assunto. Danny sabia que eles eram mais que capazes de colocar esse esquema abaixo mesmo indo parar no hospital mas não podia deixar de temer que eles pudessem ousar chegar perto de Grace e Charlie, por exemplo, se algo ruim acontecesse com seus filhos ele sabia que não iria suportar.

Steve não estava tão diferente, também temia que algo maior pudesse acontecer e se preocupava com os pequenos Williams como se fossem seus filhos, porque chegavam bem perto disso, mas sabia que um dos dois precisaria pensar positivo para que pudessem resolver o assunto direito. Sabia também que Danny teria mais problemas com isso.

"Ei, Danny? Antes de dormir eu queria fazer uma coisa."

"O que?"

Steve fez sinal para que Danny esperasse onde estava e correu para o quarto. O detetive estava sentado num canto no chão da sala bebendo uma cerveja e fechava o livro que estava lendo quando Steve voltou com o violão que ganhou do detetive anos antes e sentou frente a frente com ele.

"Eu não consegui deixar de pensar em você cantando naquele dia."

E Danny ficou sem entender até que ouviu os acordes de Livin' On a Prayer tomarem conta do lugar, não conseguindo se conter e começando a cantar sem se importar com mais nada além de Steve ali com ele.

I Need You, IdiotOnde histórias criam vida. Descubra agora