Respiração acelerada.
Olhos fixados ao meu.
Inquietação com os dedos.
Negação com a cabeça.
Era claro, ele estava mentindo, acho que qualquer criança reconheceria isso, não é tão difícil. Carlos era um homem muito bonito, mas não era um homem muito esperto, não para mim, que desde de mais nova sempre fui curiosa com as emoções e linguagem corporal do ser humano, tinha até um caderninho para anotação quando ia para lugares públicos e observar as pessoas, querer saber o que elas pensam, o que elas realmente querem ou até mesmo se elas eram sinceras com as pessoas que a acompanhavam, acabei pegando a rotina.
Carlos, meu namorado, trabalha em uma construtora como engenheiro civil, vou admitir, ele é ótimo no que faz, lembro até do dia que havia uma construção em frente a minha casa (que hoje é um prédio enorme) e quando chegava em casa com as compras do mês, vi um cara alto com um capacete azul parado me olhando com uma prancheta, até pensei que minha mãe tinha posto alguém pra me vigiar. E um dia, depois de tantas trocas de olhares, ele decidiu me chamar pra sair, resultando em um namoro, que aliás, completaria 1 ano se não tivesse pego ele no pulo do giráia. Foi muito simples, há um bom tempo ele vem sendo muito carinhoso e atencioso comigo, trouxe até alguns presentes sem data comemorativa, claro, isso não é motivo para suspeita, porém, quando uma pessoa começa esconder algo ou mentir existe uma tendência de que a mesma faça um recompensa para a pessoa na qual seria atingida por essas ações. Comecei a desconfiar desse comportamento, não fazia parte do dia a dia da gente, pensei em muitas coisas e possibilidades que levariam essas ações inesperadas, então, um dia ele trouxe amigos do trabalho: Léia, Túlio e Pedro.
Eles se conheciam fazia 3 anos, o período em que Carlos entrou na empresa, eram pessoas legais e educadas, pra ser sincera gostava mais do Pedro, porque uma vez eu o vi conversando com a Léia sobre um livro chamado Terra das Mulheres, que ela mesma recomendou, e que ele havia lido. Sempre achei um cara muito gente boa e atencioso com as pessoas, ele usa um óculos que o deixa ainda mais com um ar de nerd geek com um toque ar de romântico que beija na chuva.
Mas não é esse detalhe a qual quero expor. O Carlos durante todo o encontro apresentou muitos sinais de flerte e atração sexual, não comigo, mas sim com o Túlio, que também trocavas os olhares discretos (o quais eu percebia), depois eu comecei a desconfiar que havia algo, percebi que não havia suspeita de ninguém, acredito que ninguém do grupo estava sabendo o que estava acontecendo naquela sala, eles estavam tendo um caso às escondidas de todo mundo.
Mais tarde, comecei a colocar meu plano em prática, me fiz de boba por uns dias, perguntando onde ele estava, como foi seu dia e perguntas que casais fazem. Claro, em algumas perguntas ele mentia pensando que eu não sabia nada e que acreditaria facilmente na resposta, contudo mal sabia que eu estava ciente onde ele ia quando era chamado para uma "reunião urgente" com a "empresa".
Primeiro, para você fazer com que um criminoso confesse, você precisa saber fazer as perguntas certas e ter a postura com que o indivíduo se intimide.
Segundo, saiba qual o ponto fraco do criminoso, qualquer mudança de estado ou de feição pode ser um sinal que você esteja chegando na resposta.
Terceiro, saiba que você precisa fazer com que ele perca suas desculpas sobre o caso e comece a ficar nervoso para acabar confessando o que realmente aconteceu, pois ele vai perceber que não tem mais recursos que possam ser usados para enganar e despistar.
Foi só questão de tempo para que ele revelasse a verdade.
No dia que eu faria o "interrogatório", coloquei uma lingerie e fiz uma decoração como se houvesse uma comemoração e esperei ele chegar em casa para ver a surpresa.
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Ache o assassino
AdventureE se você tivesse a responsabilidade de achar um serial killer que está aterrorizando a todos? Pamela, por ironia do destino, conhece um detetive que está encarregado do caso, Santos. Ele percebe a habilidade de Pamela no momento que a conhece, ela...