Capítulo 2 - Eu tenho que ser perfeita

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DINAH POV

Ah, oi! Eu sou Dinah Jane. Bem, eu moro na Califórnia há um tempo com minha família. Aqui é uma cidade legal. Adoro andar pelas praças e fazer meus exercícios diários, passo praticamente o dia na tua fugindo da minha família, afinal, minha vida não é tão perfeita quanto parece.
  Tenho uma família com uma boa situação financeira, meu pai é professor da faculdade de Harvard, e minha mãe...bem, ela é modelo, e quer que eu siga essa carreira junto dela. Minha família é controladora, eles, principalmente minha mãe esperam perfeição de mim. "Use tal roupa, maquiagem exagerada, essa calça tá curta e apertada, quer parecer uma piranha?" Bem, essa é a vida que eu vivo, mas esse é uma realidade que eu não falo pra ninguém. Minha mãe fez eu desenvolver bulimia. Vivo com essa doença há anos. Minha começou com ela no dia em que que com 13 anos pesava 50kg. Ela dizia que estava acima do peso, e quando cheguei na escola, algumas pessoas começaram a me chamar de baleia, pois esse surto da minha mãe se espalhou pela escola. Desde então tudo ue ponho pra dentro volta pra fora. Por conta dessa Bulimia sofro de ansiedade, e me automutilo. Quando eu pedi para minha mãe levar a uma psicóloga ela me disse que isso era coisa de menina fraca e que só quer atenção, e como sempre, olhei para ela, sorri e em seguida concordei.
  Bem, consigo ouvir os grandes saltos de minha mãe baterem nas escadas e subirem.

- Olá minha modelo mirim! - Diz minha mãe com seu tom de voz irritante.

- Ah, oi mãe! - Digo com um falso sorriso no rosto.

- Ah, vamos lá, abra mais essa boca para mostrar seus dentes! Ontem mesmo fizemos clareamento e você decide escondê-los? Vamos lá, vamos fazer de novo. - Diz minha mãe que fecha a porta para abrir novamente - Olá minha modelo mirim!

- Oi minha modelo favorita!

- Ai, não é pra tanto, mas se você quer ser a modelo favorita de alguém não abra tanto a boca, por favor minha filha, não se torne um caso perdido.

- Okay mãe, não vou me tornar. Mas enfim, qual foi a finalidade de você subir?

- Ah é, bem, a diarista preparou a janta, então quero que você desça para comer, okay?

- Tá bom, vou agora mesmo!

  Desci as escadas em direção a mesa. Eu até curto meu pai. Ele é menos controlador que minha mãe, mas não quer dizer que não seja. Enfim, estou descendo as escadas, e sempre sinto a mesma sensação. É como se eu estivesse caminhando para mais um trauma, como se estivesse indo direto para um filme de terror, que pode acabar em um fim ruim.

- Olá minha linda Dinah!

- Oi pai. - Digo eu que em seguida dou um beijo em sua testa.

- DINAH JANE MILIKA ILAISAANE HANSEN AMASIO! Que postura é essa? Você parece um homem dando beijo na testa de seu pai! Dê um na bochecha e seja mais feminina, por favor!

- Okay mãe.

- Okay? Você é uma cachorra agora? Meu Deus do céu, diarista, me traz agora uma água, essa garota só me traz estresses.

  Engulo o choro e dou um beijo na bochecha de meu pai, que eu seguida fala em meus ouvidos que ele nunca tinha recebido um beijo tão gostoso. Eu sorri, afinal, foi a primeira palavra bonita que recebi vindo de minha família.

(Quebra de tempo: o 18:30)

  Bem, acabei de jantar agora, e subo as escadas. No caminho até meu quarto pensei na minha amiga, a Camila. A diferença de horário da Califórnia pra Cuba é de 3 horas, então suponha que lá seja 21:30, é, deve ser isso mesmo. Chego lá e mando uma mensagem pra Camila, estava disposta a falar com ela sobr tudo que eu passo, são quatro anos de amizade e nunca nem dei uma pista, mas desisti. Inventei uma mentira, disse que tinha ficado com um garoto que eu gostava e deixei passar, não quero causar mais preocupações para ela. Me sinto muito cansada, eu minto tanto pra minha melhor amiga que ela deve pensar que minha vida e perfeita, mas atrás de todo top, atrás de toda maquiagem, existe uma pessoa com um coração quebrado, mas infelizmente, essa pessoa guarda essa dor só para ela.
  Estava sentada e ouvindo um pouco de música enquanto faço meu dever, até que meu pai me surpreende com um abraço.

- Oi pai.

- Oi minha Dinah, tudo bem?

- Ah, claro! Eu estou fazendo alguns deveres, prefiro adiantar.

- Que orgulho, sempre muito estudiosa.

- Com certeza.

- Mas bem, senta aqui do lado do papai. - Diz meu pai que aponta para a cama. - Você está bem? Vi como você reagiu para com as palavras de sua mãe.

- Ah, eu tô ótima. Sabe, ela tá certa.

- Mas é isso que a Dinah inventada pela sua mãe acha, ou é isso que a Dinah de verdade acha?

  Meus olhos se encheram de lágrimas, eu não sabia o que dizer, não sabia que ele me reconhecia, mas preferi ficar em silêncio.

- É, é isso que a Dinah de verdade acha.

- Então tá bom, mas por favor, não deixe que a Dinah de verdade se torne igual sua mãe. Quando eu me apaixonei pela minha esposa, não sabia que ela ia me trocar para virar outra. - Diz meu pai que logo fechou a porta do quarto.

  Uau, não esperava isso dele. Mas enfim, você deve estar pensando, porquê o pai da Dinah não é legal? Ele tratou ela tão bem. Então, essa é uma história de anos atrás. Quando eu era apenas uma criança, meu era alcoólatra. Um dia, quando chegou em casa depois de uma noitada minha mãe estava trabalhando, mas eu estava em casa brincando com minhas bonecas. Meu pai me agarrou pelos braços e... bem, eu prefiro não contar em detalhes, mas ele foi ruim comigo, e é apenas isso que você deve considerar, afinal, como você vê, minha vida parece fácil, mas não, ela não é nem perto disso.
  Estou deitada na cama e sinto uma necessidade que sinto sempre que como. Foi bom passar esse tempo com você, mas agora, infelizmente tenho que praticar minhas manias.

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2020 ⏰

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