Hoje está vazia e abandonada
A casa do sertão
A janela bem azulada
Parece fechada á um tempão
Porta do fundo quebrada
Como se fosse ao chão
Por fora posso escutar
O ranger da máquina de costurar
As vezes escuto alguém falar
Aí fecho os olhos
E na espreita do aperto começo a rezar
E em pouco tempo
O silêncio volta a reinar
Meu pensamento gira pela casa
Em cada lugar
E lá dentro me chamam pra sentar
Era a senhora a costurar
E com muita cautela eu pergunto
Vc já morreu e eu posso provar
Ela responde sem me olhar
Isso não deve importar
E vc pode esperar
Que mais cedo ou mais tarde
Eu virei te buscar
Com a voz embargada falei
Como e quando vai acontecer?
Ela saiu andando com os dizeres
Vai ser como tem que ser....