Capítulo 8- Agridoce

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No qual, apesar de tudo, Yoongi se sente contente.

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"Oi," Respondeu. Sua voz estava rouca; ele limpou a garganta. "Oi."

Jungkook não respondeu, por um segundo. E Yoongi iria pensar que tinha imaginado sua voz, teria mesmo, se não conseguisse escutar sua respiração, suas roupas se esfregando uma contra a outra enquanto se mexiam, seus pés se arrastando pelo chão enquanto andava,

"Yoongi-hyung," Repetiu, sugeriu, suspirou, perguntou. "Yoongi-hyung, é-"

"Sou eu," Respondeu, respirou fundo. "Sou, eu, Jungkookie."

"Certo," Concordou. Respirou e respirou e respirou até sua respiração se embolar na sua garganta e, sem controle algum, começar a chorar. Yoongi queria chorar, também. Queria fechar os olhos e deixar todas as lágrimas acumuladas escorrerem. "Des- desculpe, é só," Fez um barulho fraco, como se estivesse com dor. "Fazia tanto tempo que você não me chamava de Jungkookie."

"Eu-" Sua voz se prendeu no seu peito, garganta, lábios- se perdeu em algum lugar. Tudo no seu corpo parecia estar preso, como uma represa esperando para se partir. "Me desculpe. Me desculpe, Jungkookie--"

"Não, não faz isso," Implorou, sua voz molhada. "Não faça nossa primeira conversa em 5 anos ser sobre isso."

Yoongi tentou rir, mas sua risada tropeçou assim que chegou nos seus lábios. "Sobre- sobre o que você quer que ela seja?"

"Eu- argh- não sei," Choramingou, soando infantil de um jeito familiar. Familiar, como quando Yoongi tirava sarro de sua altura, ou de sua habilidade com o piano, ou de suas pernas finas demais. Yoongi estava com medo de não reconhecer mais Jungkook, mas, ouvindo ele agora, ele percebeu que nunca não se sentiria familiar com ele. "Tá um dia bonito. Aqui em Seoul. Tá um dia bonito aí, também? Em Daegu?" Fungou. "Você ainda mora em Daegu?"

Yoongi riu de verdade, dessa vez- sem tentar, nem nada. Jungkook era esse tipo de pessoa; daquelas que fazia você sorrir sem perceber, rir sem pensar. Ele se perguntava se era esse tipo de pessoa para o Jungkook, também- se o mais novo ia dormir com um sorriso no rosto, lembrando de algo que ele disse anos, décadas, milênios atrás.

Ele se lembrava de querer voltar pra esses tempos mais do que tudo- de ver os olhos inocentes do Jungkook de novo. Agora, falando com ele, pensava: Eu quero reviver essas memórias com ele. Agora, escutando ele, pensava: Eu quero criar memórias novas com ele. Agora, imaginando ele, pensava: Eu quero ver seus olhos brilhando de novo.

Pensava: Quero ver ele sorrindo de novo. Quero ver ele cantando de novo. Quero ver ele dançando de novo. Quero ver ele fazendo tudo, fazendo nada, chorando, rindo, vivendo- não como uma criança, não como uma memória. Como Jeon Jungkook, em carne e osso, um jovem, um adulto, um idoso.

Pensava:

"Eu te amo," Dia e noite. Quando acordava, quando comia, quando estava prestes a dormir. Pensava, e se dava conta de que, "Eu nunca falei isso pra você. Não quando nos conhecemos, nem quando você foi embora. Eu nunca-"

"Você- você não precisava," Jungkook respondeu, mas não parecia certo. Não parecia-- "Eu sempre soube, hyung. Conseguia ver. Não queria declaração nenhuma."

"Mas-"

"E ainda não quero," Interrompeu. Ele cresceu, Yoongi se deu conta. Os dois cresceram. Não eram mais crianças, não como antes. Jungkook tinha 23 anos, agora. "Não quero que você me fale coisas melosas pra compensar por- por aquela bagunça toda."

Você me Mostrou o Amanhecer (namgi)Onde histórias criam vida. Descubra agora