Denise

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Os erros do passado são coisas que iremos viver para sempre. Viveremos e morreremos com algo que desejamos voltar no tempo para que pudéssemos ter feito diferentes. Eu já tentei sentir, já tentei amar, mas o resultado é que eu nunca amei.
Denise, ela é foi um erro que eu plantei.
Desejos carnais, o sexo, o prazer, o orgasmo. Todos os seres humanos desejam o prazer da penetração, a maioria dos jovens. Eu nunca tive um desejo de trocar calor com alguém, por mais que eu nunca tivesse me privado disso.
Eu vivi de uma forma assexuada até meus 16 anos, quando conheci Denise, Denise Cristyen. Eu admito, eu não senti nada por ela, nem uma mísera vez, mas eu me sinto mal por isso, afinal, ela era caída por mim. Me sentia um monstro, um ser horrível estragando os sentimentos e vida daquela garota. Eu sempre soube que eu iria destruí-la, mesmo não querendo.
Seus cabelos castanhos que iam até o ombro, seu rosto era angelical, não muito alta, mas de fato ela era esbelta. Um dádiva! Uma dádiva dos Deuses! Mas eu não fui capaz de ama-la.
Nossas relações, o amor que ela havia por mim durou dois anos. Ela fez de tudo, o impossível para me ter perto, porém ela não pode suportar minha auto-destruição. Quando eu fiz dezoito anos, os vícios, mal hábitos se iniciaram. Eu comecei a beber, festejar, criar rotinas destrutivas, eu estava me matando e ela deixou. Não a culpo.

Denise foi embora pouco antes de conhecer Gabriel. Estar com ele me faz mal, porém é vicioso, como as festas, as bebidas, as drogas... O sexo.

A festa continuava rolando, o som alto, os ouvidos sangrando e a bebida descendo. Eu a cumprimentei, tentei ser amigável, disse "Olá, Sarah!". Ela perguntou meu nome, e eu respondi:
ー Bruce ー E fechei a boca.
Por alguma razão, de alguma forma, senti que devia entrar dentro de casa. Com dificuldade, levanto, ando, entro, e vejo enquanto a música estava explodindo paredes, cadeiras também estavam. Uma briga, Gabriel havia arranjado uma briga. Não era incomum, e eu já estava cansado de entrar no meio e sempre sair com a sobrancelha sangrando de um soco bem dado, mas infelizmente o ciclo está fadado a se repetir e novamente eu tentei segurar Gabriel para que ele não fosse espancado por uma pessoa com o dobro do tamanho dele.
Enquanto eu empurrava Gabriel na parede e o xingava de tudo quanto é tipo de nome, fazia ofensas a família e afins, consigo sentir um perfume familiar, eu talvez não tivesse reconhecido se não fosse a inexplicável vontade que me deu de bater no rapaz a minha frente.
Cabelos voavam ao vento, lá estava ela, após alguns anos, Denise.
A melancolia. O passado. Tudo volta e eu apenas tenho uma recaída. Apenas me sinto extremamente horrível por tudo que fiz a ela.
Pego na manga de Gabriel, e disfarçando eu o tiro da casa, e o soquei. Não por ódio, não pelo fato de ter sido a milésima surra que eu evitei ele de tomar, mas para extravasar o repúdio que eu acabava de sentir por mim ao sentir aquele perfume no ar.

Enfim, a festa acabou e eu finalmente tive a oportunidade de deitar, e chorar.

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⏰ Última atualização: Jul 27, 2020 ⏰

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