Festa

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O som era extremamente alto e tocava uma música que eu não conseguia perceber se era Metal ou Rock, mas as pessoas estavam bêbadas demais para prestar a atenção nisso e apenas estavam balançando suas cabeças cabeludas em círculos achando que estavam aproveitando a festa ao máximo. Alguns se beijavam, outro estavam se esfregando (ainda com roupa) e provavelmente alguém estava transando acima de nós em um quarto fechado. A fumaça que pairava pelo local era densa, e cada vez mais o ambiente ficava escuro pela fumaça de cigarros e drogas que aquelas pessoas imundas e chapadas soltavam pela suas bocas que exalavam alguns dias sem escovar os dentes.
Não me sinto a vontade para narrar como seriam as pessoas e ambiente por completo, mas era sujo, feio e tinha pessoas péssimas.
Gabriel estava deitado na parede com duas garotas semi-nuas ao redor do mesmo, uma loira e outra ruiva. A loira estava com a mão dentro da camisa dele e a ruiva estava com a mão na virilha da Gabriel. Dava pra ver que ele estava muito chapado. Decidi não falar com ele e nem aparecer na frente, então com minha garrafa de cerveja quente, eu saí e fiquei na porta, dei alguns passos ao lado e me sentei na mesmo, com as costas apoiadas na parede, e com minha chave eu abri a cerveja e comecei a beber aquela bebida.

Era triste ouvir aquelas pessoas chapadas lá dentro dançando (ou fingindo que estavam) enquanto eu não tinha motivos para estar lá dentro. Comecei a pensar, apesar de um pouco bêbado, eu comecei a pensar. Pensei, relembrei. Obras de arte que eu gosto.
Campo de trigo com ciprestes, Girassóis, Oliveiras com alpilles ao fundo, O Grito, artes feudais japonesas, O nascimento de Vênus, a persistência da memória, A ronda noturna e a Traição das Imagens.

Uma pessoa sentou ao meu lado, não perto de mim, mas ao meu lado. Eu não virei a cabeça para ver quem era, o que era, nem se estava armado. Se fosse me roubar, eu não me importaria de ser morto ali mesmo. Tendo o sangue que um dia já teria sido meu escorrendo pelo chão depois de sair de uns três buracos na minha cara. A morte valeria a pena.
ー Sarah ー Ela bebe um gole da cerveja que está em suas mãos ー Sim, sem motivo nenhum, meu nome é Sarah.
ー Espera, o que? ー Virei minha cabeça de lado e vi ela. Usando um óculos redondo, dourado, cabelo bem pequeno que mal chegava nas orelhas porém era bastante volumoso. Seu rosto era um pouco rechonchudo mas não chegava a ser grande demais para se tornar um rosto obeso, seu nariz era grande, mas não tanto e possuía um formato bastante arredondado. Boca perfeitamente simétrica e lábios um rosa avermelhado. Fora o rosto, ela estava toda coberta por roupas largas com estampas estranhas e quadriculada no meio da roupa.
ー Bruce.

A garota que odiava rosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora