capitulo 42

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Bruna Narrando

Estava em paz, toda agonia, incerteza foi embora, quando eu fiz a minha  vontade, quando pensei em mim, minha mãe teve razão, meus compadres também, como eu vou me permitir ser infeliz, por uma pessoa que é doente, doente de mente, de tudo, amarga por dentro, não se sente realizada e não quer que ninguém se realize, eu preciso ser feliz e vou ser feliz ao lado do Vinicius, com a minha filha.

- tá pensando em que? Foi longe hein - me perguntou abraçando a minha cintura.

- pensando na gente, em tudo como aconteceu,  mesmo parecendo ser errado, você foi o mais certo- falei.

- me de boca não, papo de sujeito homem, já errei com várias, mas foi com você que eu senti a necessidade  de fazer da certo, tô velho pra caralho, quase trinta anos na cara, pra ficar brincando de casinha, pulando de galho em galho. - falou

Vemos o sol nascer e viemos embora, a estrada estava vazia por ser cedo demais e  está chovendo, muita chuva ,  estava na chamada Luísa, quando um carro veio  com tudo fechando a gente na pista, meu corpo chocalhou fazendo eu bater  a cabeça no vidro, foi tudo muito rápido, já tinham mais de dez homens cercando a gente, pegaram Vinicius pela camisa, enquanto um segurava, dois batiam nele

- qual foi Ramon, agindo na covardia, deixa a mina ir embora, Bruna não tem nada haver - Vinicius falou tossindo

- então  é  essa, que fez você mudar, vale a pena mesmo, muito gostosa, antes de ir, ela vai olhar você morrer- o cara falou me olhando

- não faz isso, deixa a gente ir, por favor - falei nervosa

- eu até poderia deixar você  ir,  mas a sua irmã já me falou de quem você é coligada, então antes de ir eu, vai você - falou

Eu só conseguia pensar na minha filha,  Helena não tem nem dois anos e vai crescer sem mim, perdão  Deus se eu errei por algo, se pequei, mas não deixa a minha filha desamparada,não deixa o Vinicius ir, tem a filha dele, a mãe parei de pensar, quando eu ouvir os tiros e o corpo de Vinicius cair todo ensaguentado, corri até ele e me sentei no chão colocando seu corpo no meu colo.

- não fecha os olhos, não Vinicius, não vai, me perdoa por não ter te amado antes, tem sua filha, sua mãe, eu aqui, não vai assim, por favor - pedi chorando

- já foi preta, não dá mais, cuida da pequena hein, não esquece, que eu te amei e vou sempre te amar, até a eternidade- falou tossindo sangue

- que cena linda, mas vou atrapalhar os dois, não tenho o tempo todo - destravou a arma

Ouvir os barulhos, logo em seguida o meu corpo caindo em cima do de Vinicius que nem uma pluma.

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