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Abro os olhos, tentando focá-los no ambiente a minha volta. Sinto uma brisa gelada, a terra úmida ao meu redor. Sento-me, olhando ao redor. Vejo algumas figuras próximas, Azra e Michael para ser específica. Eles olham ao redor também, mexendo as mãos testando a fidelidade da simulação. Olhos para minhas mãos, mexendo-as. Realmente parece real. O céu escuro e nublado agita os pinheiros do bosque, agora ameaçador. Levanto-me e os outros fazem o mesmo. Um pouco a frente, avisto o Instituto, a parte de trás, com a aparência destruída. Poucas luzes refletem de suas janelas, piscando vez ou outra. Saio do bosque e avisto melhor o grupo, saindo da mata. Nos reunimos, ainda perdidos e assustados.

―Ok, estamos no Instituto ― Rosie diz, reunindo as informações que temos

Observo a estrutura, as paredes destruídas, janelas quebradas e poucas luzes iluminando o lugar.

―Esse não é o Instituto. Ele esta destruído ― Volto os olhos para o grupo, agora disposto em um circulo ― Pelas trevas.

A brisa gelada passa por nós, tornando o momento mais sombrio. Todos observam a construção, algumas partes em ruínas. Olho na direção de meu quarto, e um arrepio me percorre quando o vejo completamente desmoronado, as paredes laterais inexistentes e a clarabóia com os vidros quebrados. Adack tira todos do transe, parecendo focado e inabalado.

―Ok, qual é o plano?

Não temos um plano. Não sabemos nem por onde começar. Rosie raciocina em voz alta.

―Ok, estamos do lado oposto da sala, com certeza não podemos apenas contornar o Instituto, seria fácil demais. Precisamos entrar.

―Eles estão lá dentro ― Azra diz, a voz tremula ― Como vamos passar por eles? Eles possuem domínio total dos elementos!

Minha cabeça começa a maquinar. Como vencer um oponente armado de forças que você desconhece? Uma ideia brilha em meio à escuridão.

― É simples ― Levanto os olhos, saindo do mar de pensamentos ― Vamos virá-los contra eles mesmos.

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Repassamos nossa espécie de plano. Me lembro dos princípios ensinados por Maximus. Temos nosso objetivo e nossa estratégia, agora precisamos colocar tudo em prática. Não tenho ideia de como vamos executar nosso plano, mas nosso objetivo é claro. Nos entreolhamos uma ultima vez, buscando coragem um nos outros. Convivemos muito nos últimos dias, mas nunca me senti tão próxima quanto agora. Somos um time. Seguimos até a porta dos fundos do instituto, adentrando o que se assemelha a uma dispensa, porém totalmente destruída. Até o cheiro de alimentos podres ocupa o ambiente. Isso definitivamente parece muito real. Não sei o que teremos a disposição, que tipo de objetos ou armas em potencial, só sei que precisamos inutilizar o que nos faz mais fracos: Os poderes. Seguimos com cautela pela dispensa, Adack e Michael na frente. Tentamos andar o mais silenciosamente possível, temendo atrair a atenção de algum de nossos rivais. Saímos da dispensa em uma cozinha, grande, o lustre do teto parcialmente apagado e pendurado, fios passam pelo teto e pendem pelas paredes, e não deixo de sentir um arrepio provocado pela tensão pulsante deles. Faço uma nota mental para me manter longe das paredes. Caminhamos com passos cuidadosos, quase inaudíveis, até que um ruído alto vem de nossas costas, olhamos para trás, alarmados com o barulho repentino e fora dos planos, e me deparo com Azra, as mãos na boca, e a sua frente uma lata rolando. Nosso sigilo já era. Como se imediatamente, ouço passos pesados vindos da outra porta da cozinha, e procuro qualquer coisa que me sirva de arma. Um rolo de massa, ótimo. Alliot surge pela porta, a expressão assustadora. Ele parece maior do que o normal. Ele diz, o tom rouco e arrepiante

―Ora, veja só se não são meus peixinhos― Ele sorri assustadoramente― Prontos para nadar?

Dito isso, as torneiras e canos parecem tremerem. Engulo em seco, percebendo o que aconteceria a seguir. Quase como se lendo meus pensamentos, Michael também antecipa, e salta na direção de Alliot, jogando todo o peso de ser corpo na tentativa de derrubá-lo. Mas é tarde demais. Canos estouram, lançando água pressurizada com tanta força que derruba a maioria de nós. Sinto as costas baterem com força nos armários parcialmente destruídos, mas ainda assim resistentes o suficiente para causarem danos em meu corpo. A dor é real. Todos estamos caídos, encharcados com os jatos de água repentinos. Menos Adack. Ele agarra uma panela, o único objeto em seu alcance, e parte para cima do brutamonte, que lança Michael na direção da geladeira de metal. Ele bate com as costas, e juro que consigo ouvir suas costelas quebrando. Zara e Rosie vão em socorro dele, enquanto olho ao redor ponderando meu próximo movimento. Adack tenta atingir o rosto de Alliot com a panela, mas o loiro segura seu punho no ar, soltando um grunhido que sinto tremer o chão. Alliot atinge a barriga de Adack com um soco, fazendo com que se curve com o impacto. Quase não vejo Azra chegando sorrateiramente por trás, batendo em suas costas com o resto de uma cadeira destruída. Alliot sofre com o impacto, mas não o suficiente para que seja derrubado. Ele vira quase lentamente para trás, e o Nerd arregalando os olhos, presumindo o que viria a seguir. O loiro grunhe mais alto, e agarra o pescoço de Azra, levantando-o no ar. Ele se aproxima de uma pia, o rosto do garoto já ficando roxo. Os canos parecem saltar para fora da parede, contorcendo-se à medida que a água pressurizada corre por eles. Alliot bate a cabeça de Azra contra a pia, e seus olhos reviram. Ele puxa um dos canos vindos de baixo, e o prende em volta do pescoço do garoto, prendendo-o contra a pia. Imediatamente, água começa a brotar da torneira, enchendo seu recipiente rapidamente. Ele vai afogar Azra. O garoto não parece ter muitos reflexos restantes, e começa a engasgar com a água, tentando soltar-se da armadilha feita com o cano de metal. Porém, o cano não cede, obedecendo ao fluxo da água que corre em seu interior. Preciso pensar rápido, ele vai nos matar. Olho para Adack, apontando minha estratégia com os olhos, e ele assente. Precisamos molhar o local. Precisamos provocá-lo. Zara encontra uma faca, e não sei de onde encontra tanta coragem, mas parte para cima em defesa do menino nerd, quase submerso. Ela crava a faca no ombro de Alliot, que grunhe de dor. Ela se afasta, mas não o suficiente para escapar do soco deferido em seu rosto. A garota cai no chão, parcialmente desconcertada. Rosie me olha desesperada, e sinalizo Azra com os olhos, meu olhar desesperado, o mais próximo de um "salve ele" que consigo. Grito, chamando a atenção do Loiro enraivecido.

Fascínio: As Pedras PrimordiaisOnde histórias criam vida. Descubra agora