Sleepy Sleepy

Do Inferno Ao Paraíso?

Não vou fazer uma introdução, estou sem paciência então vou direto ao assunto. Minha mãe e eu mudamos para uma cidadezinha chamada “Clayhill”, pois nosso antigo bairro estava sofrendo uma grande criminalidade e muita gente de lá decidiram se mudar em plena madrugada, mas a nossa família se separou para outros lugares e acabamos ficando por nós mesmos, lembro muito bem daquele dia, a gente estava arrumando nossas malas enquanto a mesma ficava sussurrando agressivamente para me apressar.
- Se apresse logo! Já pegou tudo que tinha que pegar? Suas roupas? Sapatos? Chinelos? Escova de dente? E seu celular? Pegou ele também? 
Devo admitir isso me irritava muito, mas eu não podia discutir, ela tinha razão, aquele lugar me deixava com arrepios.
– Já mãe! Esta tudo dentro na mala!
Respondi um pouco nervosa.

Pegamos nossas coisas e saímos de casa com o máximo de silencio possível, me recordo do desespero quando ouvimos um barulho de tiro em seguida de um grito de uma mulher, colocamos rapidamente as bagagens na parte de trás do carro e rapidamente entramos no mesmo, minha genitora deu a partida, mas sem nenhum sucesso, minha genetriz estava querendo entrar em desespero, parecia um filme de terror, um pesadelo talvez, mas coloquei minha mão no seu ombro, nossos olhos se cruzaram, dei um olhar dando a entender que queria dizer que vai dar tudo certo, com sucesso minha progenitora se acalmou e tentou novamente, finalmente o bendito carro ligou, demos uma pequena comemoração e saímos da nossa antiga rua, por sorte a janela era fumê, mas mesmo assim ficamos com medo de ser barradas por algum criminoso louco, ainda bem que conseguimos sair daquele lugar horrível, pude finalmente dormir durante essa longa viagem, foi o que eu fiz, recostei minha cabeça na poltrona e fechei os olhos, a partir daqui não me lembro de nada.

Acordei, fiquei confusa por um tempo, meu pescoço doía por conta do mau jeito que dormi, ainda sonolenta, olhei para meu celular e tomei um susto por causa do brilho, esfreguei meus olhos para aliviar a dor nas retinas e diminui a luz da tela.

“27 de dezembro, 04:47”olho para minha mãe e vejo ela bocejando e passando a mão na vista como se fosse desmaiar a qualquer momento, parece que ficou focada na estrada e não parou para descansar.
– Huh? Mãe? Por que você não para um pouco para descansar? Você está meio acabada... 
Falei com uma voz falha por causa do sono.
– R-relaxa! Estamos quase chegando ve- *boceja* veja! Faltam alguns centímetros, tenha paciência...
Olhei para a estrada e a única coisa que via era uma passagem com árvores cercando, parecia um tipo de floresta, mas tinha certeza que nós ainda não estávamos perto do destino. Pousei meu crânio no assento olhando para mesma.
– Só... Não se esforce demais... Ok?...
Essas foram minhas ultimas palavras antes de repousar novamente, realmente me preocupava com minha genitora.

Quando estava na minha sétima soneca, ouvi uma gritaria, mas depois que voltei a minha própria consciência percebi que eram pessoas cantando num tom extremamente alto ao som de uma musica animada que eu não sabia de onde vinha, estava distraída com todos os cidadãos dançando e pulando na calçada enquanto minha mãe dirigia pela estrada, parecia um filme da Disney. “♪Bem vindos a este lugar chamado Clayhill, A cidade mais amada que você já viu! ♪”, Cantarolavam em sintonia, depois desse refrão eles contavam mais sobre a cidade e repetia tudo de novo, tanto que eu não estava nem prestando atenção, só apoiava minha mão sobre minha cabeça enquanto o pessoal se apresenta, meio clichê as pessoas se apresentarem através de canções, aparentava ser um desenho infantil bobinho.

Depois de muito barulho, eles finalmente terminaram e chegamos à nossa casa nova, a minha genetriz queria muito ajeitar nossas propriedades que estavam dentro das bagagens, mas o desgaste de energia corporal por causa das muitas horas de viagem fez com que ela fosse direto para cama, onde tinha apenas o colchão e isso significava que iria fazer tudo sozinha, estava igualmente cansada, mas a mesma merece um descanso já que ficou por horas dirigindo o carro sem descansar enquanto ficava dormindo, era praticamente meu dever ajudar. Enquanto tirava as malas do carro, umas silhuetas vieram até mim, eram duas senhorinhas que aparentavam serem minhas vizinhas, a esquerda era uma ave azul com a parte da cabeça até o peitoral totalmente preta, tinha um pequeno moicano, sobrancelhas azuladas, o bico e as pernas eram igualmente cinzas, calda preta que vai direto para o branco, vestia um vestido florido rosa com sapatilhas pretas e a da direita era uma salamandra alaranjada sardenta, ou seja, cheia de pintas pretas espalhadas pelo corpo inteiro, vestia um casaco vermelho pastel com calças pretas e estava descalça, ambas eram antropomórficas.
– Olá menina nova! Eu sou a Ruby e essa é minha amiga.
Dizia a de vestido em distancia enquanto balançava sua mão no ar.
– Olá.