Sleepy Sleepy

Regras Rígidas

É claro que estava falando da boca para fora, eu sei que minha mãe tinha uma grande preocupação comigo em questão a minha parte social que não era nada boa, o máximo que posso fazer é ficar quieta no canto para não me meter em confusão. A cidade era como uma normal, a única diferença era que não tinha nenhum lixo no chão ou cano de esgoto aberto ao contrario do lugar onde morava.

Nas paredes de algumas lojas podiam ver cartazes de eventos ou apenas propagandas de produtos, de vez em quando as pessoas olhavam para gente e assinavam, sempre assinávamos de volta. – Olhe, tem um parque aqui! A gente podia fazer um piquenique aqui – Olhei para a direção dela e realmente tinha um lugar enorme com uma árvore no meio que estava cercada com algumas mesas com bancos, certa gente sentava nas mesmas, outras lanchavam no chão, crianças corriam e brincavam.

- Eu vou buscar uma cesta com guloseimas pra gente, você pode esperar aqui? – Antes de responder, ela já tinha corrido para nossa casa, não sabia o que fazer a não ser olhar o povo, então assim fiquei até uma senhora olhar para mim com um sorriso no rosto – Hey pessoal! É a menina nova! – Todos olhavam para mim com o mesmo sorriso, era um tanto assustador – Por que não se senta com a gente, menina? – Um velho interrogou.

Estava nervosa com tudo isso, mas consegui responder – É-é que eu estou espe- - Antes de eu sequer completar minha frase, quatro pessoas me empurraram para dentro do local em seguido de um “Aaaaah” bem agudo e em unissom – Por favor, não me digam que vão começar a can- - o coro me interrompeu mais uma vez -- ♪ Olá menina nova! Está com fome? ♪ – Todo mundo disse de uma vez só – ♪Primeiro tem que responder nossas perguntas♪ - Uma mulher cantou enquanto me colocava em um dos bancos - ♪ Qual é seu nome? ♪ - Um garoto um pouco mais velho chegou perto de mim – B-bem... Uh... Meu nome é... – Uma menininha chamou a atenção - ♪ Gente! Não temos tempo a perder! Se ela está com fome, temos que dar algo a oferecer! ♪ – todos correram para todos os lados procurando algo.

O que estava acontecendo? Eu não entendia nada, parecia um filme musical horrível criado pela Disney, até que finalmente uma idosa se aproximou com uma barra de chocolate na mão -♪ Já sei o que todo jovem gosta, Chocolate! ♪ - A mesma foi parada por uma pré-adolescente baixinha - ♪ Sabe de nada, o gostoso mesmo é um suco de abacate ♪ - Retrucou com um copo contendo o suco de abacate, e assim foi, varias pessoas me mostrando lanches variados me forçando a decidir qual eu vou querer.

Comecei a entrar em pânico por causa da pressão que estava recebendo e sentir tonturas, quando estava querendo derrubar minha primeira lagrima, ouvi uma voz de um homem, ela falava de uma maneira calma e pacífica – Gente... Parem com isso... Ela não esta gostando nada disso – Olhei para frente para ver quem era, mas estava tudo embaçado, só via uma figura vermelha, o mesmo estava tentando falar algo, parecia uma pergunta diretamente a mim, mas não estava escutando direito.

- Você ouviu o que eu disse? – Perguntou minha mãe com a uma cara confusa olhando diretamente para mim, logo eu vi que eu estava no lado de fora e tudo estava normal, como se nada estivesse ocorrido – O que... O que foi? – Indaguei ainda meio tonta – Já trouxe as coisas, vamos fazer o piquenique! – Disse animada puxando meu braço. O que havia acontecido? Parecia que estava tendo pesadelos acordada, mas tudo foi muito real.

- Alguma coisa aconteceu? Você esta pálida – Não estava escutando, pois havia reparado que todos os personagens do meu “sonho” estavam comendo o que tinham me recomendado naquela música – Ah? S-sim, to ótima – Peguei um sanduíche de peito de peru e dei uma mordida, a mesma não fez uma sequer pergunta sobre o ocorrido e assim aproveitamos aquela estranha tarde.

Chegamos em casa ao pôr-do-sol, deitamos no sofá, pegamos alguns salgadinhos e ligamos a televisão para assistir alguma coisa. – Boa noite! Vocês ficaram o dia todo na rua, como foi? Se divertiram? – Perguntou a TeeVii logo que ligamos, tinha esquecido que tínhamos um televisor falante – Foi ótimo, encontrei pessoas gentis e carismáticas, até me deram o numero! – Falou minha progenitora sorridente.