one - A chegada

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A viagem havia sido longa, claro, mais de 600 milhas de NYC até a Carolina do Norte.
Aurora estava incomodada com o assento do banco do ônibus, não havia conseguido dormir a viagem inteira. Ficava encarando a foto, a imagem de sua mãe.
A foto era antiga, a única que ela tinha onde as duas estavam juntas, Aurora tinha quatro anos de idade.

Sentiu o calor do sol através do vidro e abriu um sorriso observando a paisagem pela janela. Era lindo, exatamente como nas fotografias que ela pesquisava, era como o paraíso na terra.

Desceu do ônibus na rodoviária e pegou sua mala.
Se aproximou de um dos guardinhas e questionou:

-Olá, o senhor pode me informar onde fica o hotel Seaver?

O homem alto estranhou, arqueando a sobrancelha.

-Você vai se hospedar nos Seaver,senhorita? Bem... -ele limpou a garganta- ele não é longe, você segue em direção a praia seguindo o sul, ele é a espelunca rodeada de palmeiras e kombis.

Aurora arqueou a sobrancelha observando o mesmo, realmente, não parecia alguém muito humilde.
Mas ela agradeceu e seguiu o caminho. Havia combinado por telefone com a dona do hotel que estaria lá antes do meio dia.
E assim aconteceu, ela encontrou o pequeno hotel.

Tinha um tamanho considerável, suas paredes pareciam a de uma crechê. Cheio de pinturas, como arco-íris, sol, paz, fases da lua...
Aurora sorriu enquanto olhava em volta, haviam várias redes e todos os hóspedes conversavam como se fossem uma família.

-Srta. Crawford?

Aurora olhou na direção da voz doce e então viu a mulher baixinha, sua barriga de gestante já era notável.
Mas antes que ela respondesse, a mulher continuou:

-Ah! Ainda bem que você chegou a tempo! A pesca de ontem foi muito lucrativa, o almoço está divino! -ela falava tudo rápido, se aproximando de Aurora- A propósito, deixe eu me apresentar direito, eu sou Ophelia, sou dona junto com meu marido Tom.

-É um prazer te conhecer, você pode me chamar de Aurora. -ela sorriu gentilmente- Vou adorar o almoço, mas...acho que preciso guardar minha mala no quarto primeiro.

-Ah! Claro! Aqui... -ela entregou a chave, número 18- vou deixar você se acomodar e logo peço para minha filha te apresentar o hotel, agora..tenho que ir, essa criança no meu ventre parece sapatear em minha bexiga

Aurora riu de Ophelia enquanto negava com a cabeça, olhou em volta e seguiu caminho para onde parecia ficar os quartos. Demorou um pouco, mas conseguiu encontrar seu quarto.
Respirou fundo deixando a mala ali e olhou em volta, era bem pequeno, mas bastava para ela. Precisava se estabelecer antes de encontrar sua mãe.
Guardou algumas coisas em algumas gavetas, mas como uma sereia hipnotizando um marujo, aquela cama estava lhe seduzindo. As horas sem dormir fizeram com que Aurora apenas se deitasse ali agarrando o travesseiro e caísse no sono.

•••

Iris bateu na porta várias vezes e nada acontecia, o que a fez ficar um pouco impaciente/preocupada.
Abriu devagar a porta e viu a menina de cabelos castanhos atirada na cama, o que a fez rir sem acreditar. Se ela fosse mesmo trabalhar, teria que se acostumar com horários.

(Essa é a Iris)

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(Essa é a Iris)

Iris se aproximou da cama devagar e tocou o ombro, o que fez a menina resmungar enquanto se virava. Mas ela virou de uma forma que apenas fez com que caísse no chão, fazendo Iris segurar o riso com dificuldade

-Ai, meu Deus! Você se machucou?

Aurora dava risadas levando a mão para cabeça enquanto se levantava

-Desculpa, desculpa...eu estava...num sonho meio estranho.

-Estava sendo perseguida ou algo do tipo? -Iris perguntou, seu humor estava melhor, nada que um tombo de alguém não resolva.

-Exatamente, por golfinhos tarados. -Aurora brincou e apertou a mão da garota- Sou Aurora.

-Eu sei, eu sou a Iris. -ela sorriu levemente- Minha mãe pediu pra eu te mostrar o lugar, então...

Aurora balançou a cabeça, passando as mãos nos cabelos

-Claro! Vamos!

-Bem...eu te garanto que aqui nenhum golfinho tarado vai te perseguir. Mas estamos sem luz por conta da tempestade, e o sinal de telefone deve voltar daqui alguns dias.

Iris começou a apresentar o local para Aurora. Apresentou também algumas das pessoas, todos pareciam uma grande família de tão próximos.
Mostrou então onde ela trabalharia.

-Você pode ajudar na limpeza, na cozinha, na pesca. Já pescou?

-Eu aprendo rápido. -Aurora respondeu, mas estava distraída enquanto olhava o local, dando um sorriso vendo o teto.

-Ótimo,vou pedir para Luca te ensinar, eu não suportava mais mexer em peixe. Vem, vou te mostrar como chamamos o pessoal pro almoço.

Aurora a acompanhou enquanto pegava o sino e passou tocando pela área de lazer e pelo lado de fora

-Toda vez que você toca esse sino, você corta a minha vibe, Iris. -disse um garoto que esteva atirado na rede. Ele era negro e tinha o cabelo trançado.

-A minha vontade e jogar ele em sua cabeça. Então aproveite que só estou te chamando pro almoço.

-Quem é a garota nova?

-Aurora, esse é o Akin.

A garota cumprimentou o cabeludo dando um sorriso

-A garota da cidade...saiba que se precisar de maconha é comigo.

Aurora deu risada e olhou para Iris que revirou seus olhos.
A garota pegou sua mão, dizendo que só faltava seu irmão.

Elas andaram até a praia e Iris começou a tocar o sino, gritando por Luca.
A praia tinha uma pequena quantidade de pessoas. Aurora desviou o olhar lentamente para o lado, onde, a distância, pode ver um garoto com uma câmera apontada para ela. Ela franziu a testa, enquanto ele abaixava a câmera e a olhava contra a luz do sol. O garoto tinha o cabelo um pouco cumprido e ondulado

-Você deve ser a Aurora, que vai trabalhar com a gente.

Aurora voltou a realidade, levando seu olhar para frente e então encontrou o tal Luca. Ele estava molhado e carregava uma prancha

 Ele estava molhado e carregava uma prancha

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♕ ℙ𝕣𝕖𝕥𝕥𝕪 ℍ𝕦𝕣𝕥𝕤 ♕ m.eOnde histórias criam vida. Descubra agora