O Guardião do Irmão ✔

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"Quais são seus votos, Harry?"

Harry sabia quais eram, apesar de ter apenas cinco anos de idade. Ele sussurrou ao lado de sua mãe as palavras hipnóticas que ele ouvira a vida inteira enquanto ela o segurava sobre a cama de seu irmão.

"Manter Connor seguro. Sempre protege-lo. Me Certificar de que ele viva uma vida tranquila até ter que enfrentar Lord Voldemort novamente" houve uma pausa para recuperar o fôlego, sua mãe sempre faz isso e dá a impressão de estar com medo. Harry esperou até que ela começasse a falar novamente, depois juntou sua voz à dela. "Ser seu irmão, amigo e guardião. Amar ele. Nunca competir contra ele, nunca superá-lo e nunca deixar ninguém saber o quão próximos somos. Ser comum, para que ele possa ser extraordinário."

Harry lembrou-se de tropeçar nessa palavra, de volta ao aniversário de seu irmão e quando sua mãe o ensinou a fazer os votos e não apenas a ouvi-los. Ele nunca tinha perguntado o que eles queriam dizer. Seus pais às vezes pensavam que ele era mais esperto do que aparentava. No entanto, agora ele queria saber, então ele se virou para sua mãe assim que ela o colocou em sua cama e perguntou.

"Mãe, o que significa 'extraordinário'?"

Lily Evans Potter hesitou por um longo tempo, olhando para Harry como se ela não soubesse responder. Então ela sorriu levemente, balançou a cabeça e sentou-se ao lado dele. Harry se contorceu sob as cobertas. Ele manteve os olhos no rosto dela, nunca os mexendo. Ambos tinham olhos da mesma cor, verde esmeralda, enquanto Connor compartilhava a cor avelã com seu pai. Harry considerou, na caixa de seus pensamentos, onde colocava tudo o que não dizia, que tinha um vínculo especial com a mãe por causa dos olhos. Ele sabia que isso não era verdade, é claro, não quando Connor era o menino que sobreviveu, mas Harry gostava de fingir, às vezes.

Lily distraidamente passou a franja sobre a cicatriz na testa de Harry. Tinha a forma de um raio. Harry sabia como a cicatriz veio - de um punhado de pedras que caíram quando Voldemort os atacou, naquela noite terrível que ele não conseguia se lembrar. Lily e James foram levados para longe da casa com a falsa ideia de que seus gêmeos haviam sido sequestrados. Voldemort trancou ele e seu irmão e jogou um Avada Kedavra no último, que Connor conseguiu desviar e atacou o bruxo das trevas, destruindo-o. Connor tinha um coração na testa, uma cicatriz amaldiçoada.

Pensando naquela noite, Harry percebeu que sabia o significado de "extraordinário" antes mesmo de Lily sussurrar para ele.

"Significa ... especial, Harry. Não ordinário. Destaca-se." Ela hesitou novamente como se não soubesse dizer o resto.

"E eu tenho que ser normal, para que Connor possa ser especial", disse Harry, assentindo. Ele entendeu. O irmãozinho dele precisaria de sua ajuda. Não era um destino fácil, explicava Lily todos os dias, seu irmão teria que enfrentar Voldemort mais cedo ou mais tarde. Um dia, Aquele Que Não Deve Ser Nomeado retornaria. E Connor tinha que estar pronto para aquele dia, ele tinha que se concentrar, outra palavra que Harry havia aprendido há pouco tempo. Então Harry o ajudaria a se concentrar sendo comum.

Ele não sabia como faria isso, mas descobriria. Toda vez que ela olhava para Connor, sentia uma onda feroz de amor por ele. Connor era especial, e ele seria ainda mais especial. Harry o ajudaria.

Quando ele olhou para sua mãe, ela estava sorrindo para ele, aquele pequeno sorriso secreto que ambos compartilhavam. Ela assentiu e murmurou. "Sim, Harry, é exatamente isso", e ela o beijou antes de se levantar e sair da sala.

E Harry soube então, em um ataque de alegria, que seu vínculo especial era verdadeiro, afinal. Sua mãe confiava nele para cuidar de seu irmão mais novo. Isso era importante. E especial.

Saving Connor - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora