História dedicada a Dandelion_E quem fez essa linda capa.
Boa leitura <3
A alegria no rosto do português ao receber o jovem Martín em sua casa era sem igual. O convidou a se sentar acendendo o seu cachimbo e em seguida chamou a escrava.
— Verônica, venha servir vinho ao nosso convidado, mostremos a ele que no Brasil também se cultiva vinhos de qualidade — Olhou o jovem sentado no outro sofá. — Por mais que adoraria oferecer-te um vinho direto de Portugal.
— Não faz mal — disse tranquilamente com um pouco de sotaque. O rapaz estava bem vestido e era muito atraente aos olhos de qualquer dama, os cabelos loiros nunca estavam fora do lugar e seus olhos esmeraldinos eram penetrantes.
— Martín permitá-me dizer: eu nunca conheci um treinador que fosse capaz de domar os cavalos com tanta habilidade quanto o senhor. Não consigo acreditar que aquela égua maldita te trata como se fosses um encantador de animais.
Martín riu.
— Cacau é um amor, hei de treiná-la rápidamente.
— Até mesmo te lembras do seu nome! —. Sempre achou exagerado como o jovem tratava os animais, mas depois que descobriu o seu dom com os cavalos já simpatizou bastante com o extranjeiro. O anfitrião por muitos anos foi amigo de sua família, mas não sabia aonde os Hernández estavam escondendo essa jóia rara para que só o tivesse conhecido há poucos meses. — Martin tu és um cavaleiro, queria que todos os homens fossem como tu. Como que faço para que a minha filha se case contigo amanhã?
Martín riu levando na brincadeira. Olhou em direção a escrava que veio servir-lhes o vinho. Ela era muito bonita, tinha fortes traços indigenas e nem parecia ter mais de quarenta. Sorriu agradecido a ela que devolveu em um sorriso discreto, amava aquele garoto.
— Eu não vi o Luciano —, comentou o argentino referindo-se a um dos seus escravos.
O dono de terras se surpreendeu e Verônica o olhou interessado.
— Toda vez que vens perguntas sobre ele. Por que te interessas tanto?
Martín sorriu, seus olhos se perderam por um momento antes de responder.
— Eu estava lhe ensinando ajedrez outrora.
O senhor de cabelos meio-ruivos, meio-grisalhos, se inclinou semincerrando os olhos como se não tivesse escutando bem, depois se pôs a rir como quem escutava uma história contada por uma criança.
— Luciano a aprender jogos? Hahaha! Por favor Martín, é mais fácil ensinar um macaco a falar. Meu filho é um excelente professor e já tentou ensinar aquele mestiço a ler e acredite, é impossível.
Martín sorriu forçado, o comentário pareceu incomodá-lo visivelmente, mas não mudou a sua postura.
— Estás enganado, ele aprendeu muito rápido, na verdade ele é muito bom nisso.
O português encarou o argentino interessado, levantou uma sobrancelha se sentindo desafiado.
— O Luciano? Bom em xadrez? —. Riu incrédulo. — Será que eu tenho pelo menos um escravo que pensa nesta fazenda e nem sabia? —. Novamente esse desconforto pairando no ar, o português começava a achar estranho, mas não era de se admirar: Martín se tornava amigo dos animais tão rapidamente, o dono começava a acreditar que se tratava do mesmo tipo de relação. Encarou Verônica. — Vá chamar o Luciano, ele está tratando das canas de açúcar com...
— Eu seu aonde ele está — disse a mulher ríspida antes de receber uma encarada séria do anfitrião.
— Então despacha-te.
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Um Escravo Sortudo
Ficción históricaBem humorado, curioso, doce e gentil, um garoto especial que no entanto teve o azar de nascer em uma época terrível para qualquer um da mesma cor. O jovem mestiço não caiu na mão dos mais carrascos dos brancos, mas não mudava o fato de que seu senho...