Capítulo Vinte

415 46 6
                                    

O clima de volta estava sombrio, Christen - com a ajuda de Tobin e do GPS - conseguiu encontrar o caminho para a casa da família Press, apesar de ser um klutz de navegação. As estradas de San Pedro e Palos Verdes eram tão reconfortantemente familiares. Christen lembrou-se de aprender a dirigir e a satisfação de finalmente obter sua licença no verão antes de ir para a faculdade.

Ela não esteve em casa há um tempo, mas por sorte e sem surpresa, tudo era o mesmo. Ela abriu a porta da frente e até cheirava o mesmo.

Christen estava em casa.

Finalmente.

E, claro, Tobin implorou para ver o quarto de infância de Christen logo de cara.

"Caramba, eu acho que nunca vi um quarto mais 'você', Christen", comentou Tobin enquanto Christen a deixava entrar. O quarto de Christen era exatamente como ela o deixara antes da faculdade: limpo e arrumado, com apenas algumas decorações e plantas de casa. 

"Com toda certeza." Christen respondeu, a satisfação e emoção evidente em seu tom.

As paredes eram totalmente brancas e a luz do sol se filtrava através de uma janela perfeitamente limpa. Sua cama era pequena - não uma de casal, mas provavelmente apenas uma deitada - e os lençóis de riscos tinham uma vibe madura, mas entre os dois travesseiros havia um cachorro de pelúcia muito amado. Christen passou correndo por Tobin para colocar o cachorro em cima de uma estante de livros.

Tobin abafou uma risada.

Christen era muito fofa.

Nas paredes, pendia uma única flâmula de Stanford sobre a cama e sobre a mesa, um daqueles pôsteres inspiradores de citações que Tobin poderia jurar que já vira antes em uma Target. Havia pequenos vasos de plantas espalhados pela sala em vários lugares - uma suculenta aqui, um cacto ali - e Tobin contou um, dois, três detentores de incenso.

Sim, este era o quarto de Christen, com certeza.

"Onde estão todas as suas coisas de futebol?" Tobin se perguntou em voz alta.

Christen sorriu e sem dizer uma palavra, abriu o armário.

Estava quase organizado como uma espécie de santuário. Seus troféus estavam um ao lado do outro em torno da Bota de Ouro da Liga Sueca e do Troféu Hermann da faculdade. Era uma ótima visão de se ver. Ela colocou fitas e medalhas sobre seus troféus, e a maioria tinha vários.

"Piedosos-"

"Estes não são todos do futebol", disse Christen rápida e modestamente. "Alguns deles eram para pista."

"Merda", Tobin terminou. "Eu nem sei se tenho tantos."

"Bem, sim, quero dizer, você não tem um Hermann", brincou Christen.

Tobin deu uma cotovelada nela. Kelley havia sido a ganhadora do Troféu Hermann no último ano da faculdade, e Tobin simplesmente não conseguia resistir.

"Deixe-me mostrar uma coisa", disse Christen enquanto segurava o pulso de Tobin.

Ela levou Tobin para a mesa. "Olhe por baixo."

Tobin se inclinou para dar uma olhada melhor no que Christen estava apontando. Na parede embaixo da mesa havia incontáveis ​​marcas de arranhões escuros e algumas amolgadelas e rachaduras espalhadas. Tobin ficou surpresa; ela esperava que as paredes fossem limpas, perfeitas. 

"Quando eu estava no ensino médio, costumava ter uma bola entre os pés quando fazia meus trabalhos escolares. E sempre que ficava frustrada, começava a dar chutes - chutes duros, golpes até - contra a parede". Era engraçado como Christen podia rir disso agora, quando seus pais costumavam gritar com ela por isso o tempo todo.

Diga-me Algo Que Eu Já não sei Onde histórias criam vida. Descubra agora