A Fibra Do Amor

Capítulo II

Meu nome é Mateo, sou chileno, tenho vinte sete anos, meus pais são chilenos, trabalhadores humildes que lutaram muito para ter uma vida estável e darem-me a possibilidade de ter uma vida melhor daquela que eles tiveram.

Com todo o apoio deles e esforço acabei por me licenciar em Direito afim de lutar pelo Direitos Comuns e assim defender os mais necessitados.

Quando acabei o curso fui trabalhar numa empresa grande de advogacia com a especialidade da família, lutando e protegendo os respetivos direitos.

Apesar de estar numa área que eu gostava muito em que estudei muito para me licenciar havia algo em falta, apesar de aqui já ter me deparado de tudo um pouco, não me sentia cem por cento realizado.

Procurei algo para fazer de forma a preencher o meu "vazio interior", onde acabei por encontrar a jardinagem.

Sempre tive um gosto por tudo que seja relacionado pela natureza e foi na jardinagem que encontrei algo que me faz sentir realizado, que me fez desistir do meu curso de todo o trabalho que tive durante anos para embarcar nesta aventura, onde fui aprofundando conhecimento e fazendo formações dentro da área

Mudei-me a cerca de dois meses, para o interior de São Paulo, para o pequeno município de Campos de Jordão conhecida por muitos como a Suíça Brasileira, sendo considerado uma estância climática pelo governo, tem uma arquitetura baseada nas construções europeias e pelo clima frio, sendo principalmente visitado nos meses de julho pelos turistas.

Passado pouco tempo de estar em São Paulo, comecei a trabalhar num dos maiores centros de jardinagem da zona, o Piante Grasse e Cactus, propriedade da pequena Lara.

Lara é uma jovem lindíssima, caucasiana, de olhos verdes, personalidade determinada, inteligente, serena, mas acima de tudo apaixonada pelo que faz. Ela trata as plantas como pessoas, com carinho e amor sendo perfecionista nos mínimos detalhes.

Não me lembro de alguma vez ter conhecido uma mulher com esta paixão e esta personalidade em toda a minha vida, mas havia algo nela que me despertava interesse, detrás daquela mulher forte e determinada havia algo mais.

Nos primeiros dias no centro, apanhei a várias vezes dentro das estufas a falar com as plantas, parecia que estava a sussurrar algo bonito para que crescessem rápido e bonitas, quando sentia que estava a ser observada começava a corar pois ela detestava ser o ser das atenções, segundo o que corria pelo centro.

Sempre que havia feiras ou apresentações no centro, ela raramente comparecia pois não gosta de ser o centro das atenções, dizem que não tem a coragem de estar frente a várias pessoas, prefere estar entre as plantas, isso fez me querer conhece la mais do que apenas o que me falavam.

Cada vez que tentava me aproximar de Lara parecia uma tarefa impossível, pois de alguma forma ela parecia que evitava, como se houvesse algo entre nós para que eu não me aproximasse dela

Mas hoje havia sido um dia diferente, tínhamos uma feira em breve e tínhamos de começar a preparar todas as plantas que seriam expostas na feira, havia todo um cuidado a fazer pois estamos a falar de plantas muito delicadas como os cactus.

Estava no cactario dos Echinocactus Grusonii – conhecidos pelos Cadeira de sogra, quando sentia aquele cheiro doce e suave aproximar se bem perto de mim, quando me virei lá estava ela deslumbrante como desde o primeiro dia em que vi.

Desde o primeiro que a beleza daquela mulher não me é indiferente, adoro quando ela sorri, quando a apanho a sussurrar com as plantas como se fossem "íntimas" as vezes fico a pensar que esta a confessar algum secreto, desde que cheguei aqui ela é o mais belo tesouro que descobri nesta cidade.

Quando me aproximei dela com o cactus por mim selecionado para a feira, toquei lhe sem querer no braço o que fez ela se voltar rapidamente, olhar para mim e fugir da estufa sem eu entender nada

Aquele toque de leveza na suave pele dela, fez sentir um arrepio por toda a minha espinha como nunca havia sentido antes por ninguém, mas ao mesmo tempo confuso do porque de ela ter fugido quando lhe toquei.

-Noentendí por qué se fue, dijo en voz alta (não entendi porque se foi, digo voz alta), acabei por chamar a atenção do meu colega Gaspar que ficou a olhar para mim sem nada entender.