♧• Bruxa má•♧

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Salem - Ano 1683 Sarah Sanderson

A floresta nunca havia me parecido tão convidativa, Mary e Winni ficariam na cabana preparando uma poção magica, enquanto eu deveria atrair o máximo de crianças, para o que eu chamava de abatedouro. Sinto um aperto em meu coração, não queria ter que fazer aquilo novamente, mesmo sendo uma bruxa eu tinha um coração que se apertava toda vez, essa seria a ultima, era uma promessa.

Olho mais uma vez aquela cabana cercada pela beleza da floresta, quanta ilusão, pego minha vassoura e vou voando pela cidade, cantando meu canto encantado:

- Vem criancinha, eu vou te levar
para uma terra encantada
Vem criancinha, venha brincar
No meu jardim das sombras

Doce criança, eu vou lhe mostrar
a trilha entre a dor e a tristeza
não chore criança, este é o caminho
de beleza e paixões mortas

silêncio criança, esta é a trilha
das decepções da vida
Descanse, criança,
pois logo iremos
para a calma e o silencio
na calma e no silencio. ( Escutem a Musica)

Em quanto cantava fazia uma prece silenciosa para que tudo acabasse logo. Vários pequeninos haviam sido guiados por meu chamado. Passeio meus olhos os parando na unica que não deveria estar ali, Emilly Binx, DROGA, eu havia avisado Thackery, para vigiar e tampar os olhos e ouvidos da menina. Caminho até ela a deixando mais ao fundo, Winni não a escolheria, na pressa, pegaria a primeira que estivesse em seu caminho.

De subito sou tomada por uma sensação ruim, em poucas horas o Sol nasceria e se minhas ações estivessem sido executadas corretamente em poucas horas fugiria com meu amor.

- Irmãs! Está feito. - Digo observando a cena do garoto amarrado no canto Thackery, malditas. - O que ele está fazendo aqui?

- Acredita que ele disse que iria nós impedir? - Winni me olhava enquanto sorria diabolicamente. - Quanta petulância  não acham irmãs? Deveriamos começar pela sua irmãzinha Binx. - Um frio atravessa toda a minha espinha, não consigo manter o sorriso falso, olho para ele buscando como deveria preceder, quais deveriam ser meus próximos passos.

- Isso seria bem interessante e Winni vamos começar pela irmã dele, vamos, vamos. - Mary concordava com a insanidade de nossa irmã. Olho para ele mais uma vez, ele me odiaria pelo resto de sua vida mortal se algo acontecesse a Emilly. - Decido agir mesmo sabendo que esse poderia ser o meu fim.

- Não a necessidade de pegarmos a menina, a tantas outras crianças novas, com mais juventude o que pode nós dar mais tempo. Não tenham pressa. - Fiz o meu melhor olhar indiferente voltando a sorrir, dando um ar de que parecia não me importar com a situação. Mary pareceu considerar minhas palavras, até Winni parecia estar pensando nelas.

Tento parecer o mais distante e desinteressada o possível. Minhas irmãs me analisam a procura de uma brecha, talvez algo que sugerisse minha traição.

- Mary, pegue a menina! - Ela diz olhando para mim, claro, Mary não espera muito para cumprir as ordens.

...

Não havia muito o que eu pudesse fazer, se eu me metece não séria  somente Emily a pagar com a vida, aquelas crianças lá fora também pereceram. Logo a energia vital da menina foi sugada.

Não me atrevo a olhar para Thackery, agora não importava mais, ele me odiava, o que faz meu coração doer.

Olho para minhas irmãs alegres com sua jovial aparência, belas por fora e podres por dentro. Não me atrevi a me alimentar da energia da menina, não faria mais parte disso.

- Deixem o rapaz ir, posso encantalo, ele não lembrará o que aconteceu aqui.

- A irmã, irmã. Sarah acha que sou besta e não notei como vocês se olham? - Winni me olha portando o seu melhor sorriso psicopata.

- Não a nada o que notar irmã, eles são de uma família importante sabe que se ambos sumirem, pode se gerar uma desconfiança em nós. O que poderia custar nossas cabeças. - Parecia que enfim ela me escutara, mas então Thackary faz a coisa mais imbecil nesse momento. Ele resolve abrir a boca e mexer com a única  coisa frágil nelas, seu ego.

- Nem todas as crianças do Mundo as faram belas. - O Olho assustada, tento correr em sua direção, sou impedida por Mary.

- NÃO! ME SOLTA! - Deixo o ódio tomar conta de mim, sinto cada molécula do meu corpo ferver, as paredes da casa tremem em resposta ao meu poder. - Se encostar nele vou mata-las!

- Mary!

- NÃO!! - A voz de Thackary é a última  coisa que escuto antes de apagar.

...

- Aonde está meu filho suas malditas?...

- Enforquem as bruxas!

- Enforquem!

A multidão enfurecida gritava. Minhas mãos estavam amarradas, olho ao redor constatando o óbvio o rapaz fora morto por suas irmãs. O ódio e a dor estavam presentes em meu ser o único acalento era que elas morreriam também. A forca já nós esperava.

- Pela última vez o que fizeram com o meu filho? - A dor do homem abraçado com a sua mulher era visível, mas não me comovia, talvez eu fosse má igual a elas.

Winnifred lança uma maldição acompanhada por Mary, eu não as ajudei preferi lançar um feitiço de retorno somente para mim.

- Uma nova vida, uma história diferente, renascerei! Sussurrei as palavras enquanto elas lançavam suas maldições.

- Já chega! - O homem fez um gesto, foram questões de segundo entre o sufocamento e a minha morte.

Ao menos agora eu seria livre...

Ao menos agora eu seria livre

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Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora