Unexpected Love

Capítulo 1

Pov. Alyssa

Parece que o ano não vai ser nem de longe como o planejado.
Os meus planos eram entrar na Seattle University e cursar Literatura, me mudar para Seattle e sair da cidade pacata em que moro atualmente, procurar um bom estágio e quem sabe não noivaria com o Josh até o fim do ano? Já namoramos a 4 anos e eu tinha a total certeza de que ele era a pessoa certa para mim.
E não, você não leu errado, eu avisei que o ano não estava saindo como planejado.

Josh e eu estudamos juntos desde a 5° série, mas éramos apenas amigos até o 9° ano quando saímos juntos e sozinhos pela primeira vez. O Josh me convidou para ir em uma sorveteria depois da aula e se declarou, disse que me amava desde o momento que me viu, e eu não pude negar que sempre tive uma grande queda por ele.

Desde então eu não me lembro de um só momento em que nos separamos, ele além de namorado, se tornou meu melhor amigo e braço direito, um ano depois meus pais se separaram após uma traição vinda do meu pai, e o Josh passou a ser ainda mais o meu apoio, e da mamãe também. Não sei o que seria de nós aquela época sem esse garoto de cabelo ondulado e olhos azuis.

Mas foi no fim do ano passado que as coisas começaram a desmoronar. O Josh sempre quis ir para a University of Whashington e eu sempre quis me formar na Seattle University, coisa que nenhum dos dois estava/ está disposto a abrir mão pela felicidade do outro, e decidimos que vamos namorar a distância. Eu sinto que isso me trará problemas e muito sofrimento, mas estou disposta a isso pela felicidade do meu garoto.

A mamãe ficou bem mal após a separação, o que me deixa bem preocupada de deixa-la sozinha e ficar longe por muito tempo, apesar de ela já estar retomando sua vida e aparentemente voltando ao normal, pois já voltou a querer controlar a minha vida e meus planos. Na cabeça dela eu terei que noivar logo, encontrar o estágio perfeito em menos de um ano, casar ao fim da faculdade, e um anos após o casamento com o Josh, nós temos que começar a ter filhos. Ela disse que quer pelo menos 2 netos para animar a vida dela.
E com certeza nenhum desses planos faz parte dos meus, mas ela não precisa descobrir isso agora, vamos um passo de cada vez.

Hoje é o dia em que eu irei me mudar, e com certeza eu estou tendo um ataque de pânico.
Será que minha colega de quarto é legal? Será que é estudiosa? Eles colocam veteranos e novatos juntos?
Ai meu Deus e se ela for uma veterana daquelas que se acham melhor que todo mundo? Será que vai ser uma festeira que não quer nada com a vida ou uma estudiosa como eu? São tantas possibilidades que me causam tantas dúvidas.

Escolhi um vestido de alças que era justo no busto mas rodado na saia, ele tem o caimento perfeito em meu corpo cheio de curvas, mas que eu não gosto e nem costumo revelar, gosto de ser reservada e sinceramente, o meu corpo já é chamativo o bastante para que eu coloque uma roupa justa e curta e me sinta confortável. Talvez isso seja pelas coisas que minha mãe colocou em minha cabeça, ou talvez seja apenas uma questão de não me sentir confortável com muitos olhares em mim.

O vestido azul marinho fica lindo como sempre, e eu coloco um casaco de lã branco por cima para ficar mais confortável e me sentir mais segura. Coloco minhas sapatilhas pretas e prendo o cabelo em um rabo de cavalo.
Olho pra todo o meu quarto com nostalgia, e a certeza de que apesar de sempre ter desejado sair dessa casa e dessa cidade, eu vou sentir falta de cada um dos detalhes.

Minhas malas já estão prontas e no porta-malas desde ontem, então eu faço minha higiene matinal, passo rímel apenas para melhorar um pouco minha aparência, já que não costumo usar maquiagem. Minhas sobrancelhas grossas e bem desenhadas me deixam mais bonita e eu me sinto bem.
Desço e começo a preparar o café, quando a mamãe chega na cozinha.

- Bom dia Lyza, como se sente? Está se sentindo pronta? – Ela deixa um beijo em minha bochecha e segue até a cafeteira para se servir.

- Bom dia dona Clara, me sinto ótima e muito nervosa, é tudo muito novo, mas eu acho que vou me adaptar rápido.

- Claro que vai querida, você é incrível e vai se sair muito bem. Não tem com o que se preocupar. O Josh já chegou? – E no exato momento a campainha toca.

- Acho que isso te responde, certo? – Eu brinco com ela e vou até a porta recebe-lo.

- Como está linda, desse jeito eu vou ter que mudar de universidade pra não enlouquecer de ciúmes. – Josh me dá um selinho suave e apaixonado após a brincadeira.

- Não vai precisar disso, pretendo seu invisível por lá, e você chama muito mais atenção que eu. Quando você vai? – Eu vou andando até a cozinha e ele me segue, dá um beijo na bochecha da mamãe e se senta do meu lado.

- Vou amanhã, meu colega de quarto não estará lá hoje e eu quero passar o máximo de tempo possível com você. Vou te levar e te ajudar a se acomodar com a sua mãe, é bom que eu tomo conta dela para não dormir no volante na volta. - Ele sorri com as covinhas lindas e marcadas e a dona Clara cospe metade de seu café na pia ouvindo a conversa.

- Josh eu não durmo no volante, aquele foi um dia atípico e que não vai acontecer de novo! – Ela diz fazendo caras e bocas, como sempre.

- Eu só quero garantir que ainda terei uma sogra no dia do meu casamento. É para o seu bem, eu juro. – E para variar a mamãe cai nos encantos do Josh e faz aquela cara de quem é grata pela vida dele.

Após toda a agitação matinal nós finalmente entramos no carro e vamos rumo a SU (Seattle University) e eu mal posso ver a hora de chegar até lá e me instalar finalmente. Espero que tudo saia como o planejado pelo menos de agora em diante.
O Josh massageia minhas costas enquanto a viagem longa me cansa, e eu vou relaxando e deixando de pensar em tudo isso aos poucos.

O que tiver que acontecer, vai acontecer.