Pov Alyssa
Finalmente meu primeiro dia de aula chegou, eu me arrumei de forma impecável, cabelos bem presos em um rabo de cavalo, uma blusa básica branca com mangas e uma saia verde água que ia até um pouco acima do joelho, minhas inseparáveis sapatilhas e uma bolsa com meus cadernos e mais algumas coisas essenciais.
Sai cerca de uma hora e meia mais cedo, passei em uma lanchonete e tomei um café da manhã reforçado, comprando uma bolacha pra deixar na bolsa, caso não desse tempo pra eu almoçar entre as aulas, e finalmente fui em direção ao campus, era mais perto do que eu pensei que seria, e eu cheguei 40 minutos adiantada. Tinha uma moça na porta da sala, mas eu somente sorri pra ela e tentei abrir a porta.
- Pois é, a porta está trancada, eles só abrem a sala meia hora antes. É ótimo saber que não sou a única que não queria chegar atrasada no primeiro dia, prazer, sou a Jade. – A Jade era super simpática, e extremamente linda, tinha cabelos castanhos cacheados longos, olhos escuros brilhantes e uma pele de dar inveja, ela não tinha uma espinha ou marca de expressão sequer, parecia uma verdadeira Barbie. Eu estendi a mão pra ela e sorri assim que sai do meu modo admiradora.
- É um prazer te conhecer, sou a Alyssa. Você também cursa literatura? – Como nossas grades eram mescladas e eu sabia que teria aulas até com o pessoal de jornalismo, tinha que saber qual o curso dela.
- Curso sim, e é muito bom que a gente faça o mesmo curso. – Apereceu um senhor de meia idade que sorriu para nós e abriu a porta, nós sentamos sem nem combinar, uma do lado da outra, no centro da sala e na primeira fileira. A sala era simplesmente gigante, tendo dois corredores de escadas ao meio dela.
- Qual sua grade de aulas? Podemos nos encontrar e vir junto pra aula nos dias que forem iguais. – Jade pensava da mesma forma que eu, e agradecia a Deus por isso, finalmente alguém que me entendia e tinha a mesma linha de raciocínio. Remexi um pouco meu caderno, até encontrar a grade de aulas e passar pra ela.
- É uma ótima ideia virmos juntas, fico feliz de conhecer alguém que me entenda. – Eu sorri pra ela mais uma vez, Jade deveria me achar maluca.
- Não gostou muito da sua colega de quarto é? A minha é uma veterana bem centrada, mas faz faculdade de ciências e o quarto parece um grande big bang, ela quase não fala o dia todo, só estuda. – Ela falou e começamos a rir.
- Ah quem me dera que meu problema fosse uma colega de quartos estudiosa. A minha veterana anda com o que parece uma gang de roqueiros, tem a parte debaixo do cabelo colorido, ela é um amor de pessoa, mas nada parecida comigo, é festeira e muito comunicativa, então sempre tem alguém no nosso quarto. E na maioria das vezes está com a grossa da Lauren.
- Lauren? Tipo, a Lauren branquinha dos olhos verdes e toda tatuada? Com um piercing na sobrancelha? – Como ela conhecia a Lauren se era uma novata e não tinha ido a festa?
- Sim, essa mesmo.
- Cuidado com ela, é muito explosiva e não é boa coisa. Ela é enteada do meu pai, a garota é uma confusão ambulante e super encrenqueira. – Estava explicado de onde ela conhecia, mas porque será que ela era assim com a família? – Ela literalmente me odeia e odeia o fato dos nossos pais serem casados. O pai dela é muito rico e faz o que ela quer pra recompensar alguma merda de infância. Mas ela não parece perdoar e nem falar sobre isso, ela sempre fala que os pais dela estão mortos.
Aquilo era muito mais revelador do que ter passado praticamente dois dias com a Lauren, ela realmente me parecia muito misteriosa e fechada, talvez até um pouco maldosa, mas não imaginava que ela agia assim com a família. Com os amigos ela aparentemente era hostil, menos com a Vero, com a Vero ela era até que mais paciente e carinhosa, mas o resto, ela não hesitaria muito em enfiar a porrada em quem se atrevesse a irritar ela. Uma riquinha mimada com um passado secreto que a deixou revoltada, interessante.
- Eu não quero continuar andando com eles, somos de mundos diferentes e eu não estou nem um pouco afim de conhecer o mundo deles. Não se preocupe. – Nós sorrimos uma pra outra e nos sentamos direito.
Logo em seguida entrou o professor Nelson, que nos daria aula de Linguística. Ele informou que não era muito rígido, mas as aulas dele todas contavam pontos e o nosso primeiro trabalho seria uma pesquisa sobre preconceitos linguísticos. Teríamos a aula toda para a pesquisa e o restante de tempo até a próxima aula para aprimorar nosso trabalho. Eu e a Jade começamos a fazer pesquisas e nos concentramos até vermos que já não restava ninguém na aula, eu juntei meus materiais e saímos, a próxima aula era ao campus do lado, então fomos caminhando pela calçada e conversando sobre o que achávamos que seria da aula de linguística.
Até que eu vi uma Verônica sorridente e uma Lauren carrancuda vindo até nós.
- Ei mocinha, não te vi hoje de manhã e vim te chamar pra almoçar, mas dessa vez só vai eu, você, a Lauren, o Dean e o Jace. Sem dramas, eu prometo! – Droga, eu não queria ir, mas não sabia como recusar, então sorri e concordei com a cabeça.
- A Lauren vai ter aula com você pelo que eu vi na grade. Quais suas próximas aulas? – Lauren não esboçou nenhuma reação, mas Vero estava sorridente.
- As duas próximas são de Morfologia e sintaxe, e depois tenho Leitura e produção de texto. São só essas minhas aulas hoje. – Lauren revirou os olhos e a Vero bateu palminhas. Nossas aulas duram cerca de 2 horas cada com intervalo de 30 minutos de uma pra outra quando é necessário mudar de prédio.
- Ótimo, Lauren sai da aula de Leitura com você e encontramos vocês no estacionamento. Se quiser pode vir junto Jade, vai ser bem vinda. – Verônica deu um olhar cúmplice pra ela e saiu andando com Lauren olhando feio pra Jade e pisando duro atrás da Vero. Elas teriam com certeza uma grande briga.
Eu e a Jade rimos da situação e da maluquice delas, e nos apressamos pra ir até a sala, chegando lá, a sala estava novamente vazia e escolhemos o mesmo lugar que sentávamos na outra sala, como as típicas nerds, sempre a cadeira da frente!
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Unexpected Love
RomanceUma vez, li uma frase que dizia que o amor não começa e nem termina como imaginamos. O amor é uma batalha diária. É uma guerra interminável. É o que nos faz crescer como pessoas, ou talvez, seja a falta do amor que nos faz evoluir. Eu espero con...