Capítulo 4 - Surpresa na festa junina!

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     Dona Maria usava um lindo chapéu cheio de flores coloridas e estava com um outro chapéu pequeno nas mãos. Ela olhou para Dom Pepito, sorriu e colocou o chapeuzinho no topete do menino poodle. Então ela disse:

- Que lindo você ficou com este chapéu de palha, combinou com a sua gravatinha junina, Anjope!! Agora vamos comer um pouquinho e depois iremos para a festa!

     E então Dona Maria deu um pouco de comida para Dom Pepito, que ficou feliz de barriguinha cheia! Em seguida, foram para a barraquinha de doces e pescaria que ela montou na calçada.

     Quando ele voltou e viu toda aquela festa iluminada e todas aquelas pessoas, lembrou-se da ideia que teve antes do jantar. E resolveu colocar em prática! Aproveitou que Dona Maria estava distraída vendendo seus doces e saiu de fininho da barraquinha.

- Essa é a minha chance! Lá vou eu! – Pensou Dom Pepito.

     Ele queria explorar a festa! E também aproveitar para tentar encontrar alguém da sua família ou algum conhecido, mas desta vez não só para voltar para casa, mas para todos se divertirem juntos com ele e conhecerem sua nova amiga Dona Maria.

- Vamos começar a dança da quadrilha! Anarriê! - Anunciou o narrador do arraiá.

     Os fogos explodiram no céu, a música tocou com mais potência e o povo se aproximou em círculo, em volta do grupo que começava a dançar. E Dom Pepito, que estava passando, ficou no meio da quadrilha! Que sufoco!

- olha a cobra!! – disse o narrador.

     Dom Pepito correu tentando sair do meio do círculo, pois não queria levar uma picada de cobra!

- É mentira! – continuou o narrador.

     Então, como era mentira, Dom Pepito ficou aliviado, mas parou no meio do círculo e olhou para o narrador com cara de bravo.

- Au au!! Grrrr... – latiu e rosnou Dom Pepito, mostrando que não gostara da brincadeira de mau gosto!

     Dom Pepito não entendia que fazia parte da dança da quadrilha estas brincadeiras de verdade e mentira.

- Olha o menino poodle! Essa é verdade, gente! Tem um mascote no meio da quadrilha! Vamos lá gente, animação!! Anarriê! – Completou o narrador, que já tinha visto Dom Pepito no meio da quadrilha e achou que ele estava se divertindo muito!

- Vamos fazer o caracol! – anunciou o narrador.

     E o pessoal começou a entrar no círculo uns de mãos dadas com os outros, fazendo um caracol em direção ao centro. Nesta hora, Dom Pepito não teve mais saída. O caracol foi se fechando e as pessoas foram passando em volta dele, uma a uma. Ele até achou interessante, pois assim ele pode ver todos os rostinhos sorridentes e tentou reconhecer alguém. Logo, escutou uma voz conhecida, um pouco longe:

- Olha o Dom Pepito! É ele o mascote! Pega ele, Gustavo!

- É a Baru! E o Gustavo! Mas onde? - Pensou Dom Pepito, imediatamente.

     Quando ele olhou para ver onde eles estavam, não conseguiu, pois tinha muita gente em volta, fechando o caracol. Ele tentou passar entre as pernas dos dançarinos, mas eram muitas pernas para atravessar! Desesperado, começou a dar saltos muito altos e algumas vezes ficou de pé sobre as suas duas patinhas traseiras, empinando seu corpinho para cima. Como ele era um poodle, conseguia esta proeza com muita maestria! E as pessoas acharam graça e continuaram a brincar e a dançar em volta dele. Então o caracol foi sendo desfeito para iniciar um outro passo na dança.

- Vamos fazer o túnel! Anarriê! – Comandou o narrador.

     E os dançarinos deram as suas mãos aos seus pares uns de frente para os outros, formando um túnel e Dom Pepito finalmente conseguiu escapar correndo por dentro do túnel de gente.

- Ah, o nosso mascote foi embora! E não é mentira! – brincou o narrador.

     Ele ainda correu em volta das pessoas que estavam assistindo a dança para ver se eram mesmo Baru e Gustavo que estavam ali, mas não os viu. Percorreu o arraiá de ponta a ponta, e nada. Então, desanimado, voltou para a barraquinha de Dona Maria.

     E ali ficou com dona Maria, na barraquinha, vendo as crianças se divertirem pescando os peixes de papelão numa bacia cheia de areia. E achou aquilo muito esquisito. Mas viu que elas estavam se divertindo e tentou chegar mais perto para tentar pegar um também.

- Vó, o Anjope bagunçou a pescaria toda! Disseram Ana e Eva, as gêmeas, que eram netas de dona Maria.

- grrr.. peguei um, e mais outro...gr... que pescara divertida! Gr... – rosnava, e comemorava Dom Pepito!

     Ele pegava os peixes com a boca, jogava para fora da bacia e bagunçava tudo! Quando ele se deu conta que as meninas estavam reclamando, parou e ficou olhando para elas, envergonhado. E lá estava Dom Pepito com um peixe de papelão na boca, no meio da bacia! E era peixe espalhado com areia para todo lado!

- Eu acho que fiz uma bobagem! – Pensou Dom Pepito, com o peixe na boca.

     Dona Maria não aguentou e começou a gargalhar. E as meninas, reclamando, se puseram a rir também, mesmo com a pescaria acabada.

     Neste momento, aproximaram-se da barraquinha um menino gordinho e outro magrinho. E estavam disputando para ver quem ia pegar mais peixes. Quando olharam para dentro da barraquinha, viram aquele menino poodle dentro da bacia com o peixe na boca. E se puseram a rir!

- hahaha, Gustavo, esse cachorro parece com Dom Pepito, olha só! - Disse Gabriel, aquele menino que tinha cara e nome de anjo, aos risos, para seu irmão Gustavo, o palito.

- É ele, Gabriel! Era ele que estava de mascote na quadrilha! Eu e tia Baru tínhamos visto ele lá! Achamos o Dom Pepito! - Afirmou Gustavo, que rapidamente perguntou à senhora se o cachorro era dela, para ter certeza.

- Ah, que bom que Anjope achou seus cuidadores! Sinto apenas que vou ficar com saudades deste menino sapequinha! - respondeu Dona Maria.

     Então Dom Pepito reconheceu os meninos, largou o peixe de papel e pulou no colo de Gustavo, rosnando para Gabriel, como de costume nas brincadeiras deles. E foi uma alegria só! Em seguida, chegaram Barú e sua sobrinha Camille, que iam também brincar de pescaria com os meninos, e então a felicidade foi completa!

- Pepito! Estávamos tão tristes sem saber onde você estava, procuramos você o dia todo! Disse Simone Baru, dando um forte abraço no seu amigão!

- Pepitinho, que saudade de você! – suspirou Camille, com um sorriso!

     Nesta hora, Camille e os meninos se juntaram a eles num abraço coletivo. E agradeceram a Dona Maria pela acolhida e pelo carinho com Dom Pepito, que agora ganhara o apelido de Anjope!

- Au au! Como estou feliz com minha família e meus novos amigos! Eba! Depois da festa vou voltar para minha casa! – Comemorou Dom Pepito.

     E as gêmeas, Teresinha e Dona Maria ficaram felizes de saber que Anjope se chamava Dom Pepito e que moravam no mesmo bairro. Por isso, como era bem perto, poderiam se ver e brincar sempre!

     Então, ideia de Dom Pepito se concretizou! E a festa ficou mais animada ainda, depois que ele reencontrou seus familiares e todos se divertiram juntos dançando quadrilha, comendo maçãs do amor feitas por Dona Maria e brincando bastante naquele arraiá maravilhoso! 

- FIM -

Dom Pepito no arraiáOnde histórias criam vida. Descubra agora