Estava muito irritado. Isso era um fato.
Draco não entendia a necessidade que Potter tinha de abrir a boca e sair contando para todos que estava namorando, não apenas um homem, (como se isso fosse pouco), mas um homem que, além disso, era um sonserino, não qualquer sonserino, claro, justo um que, por acaso, era filho de um comensal da morte e que, como a cereja do topo do sundae, para deixar toda a insustentável realidade da situação mais irônica, seu maior inimigo na escola.
Mas quem se importa? Potter com certeza não. E naquela cabeça rachada ainda pensava que todos iriam compreender, com toda bondade do coração, que Draco Malfoy não só é digno de amor e confiança (que, diga-se de passagem, é a mais pura verdade), como ele ama e quer somente o bem de Harry Potter, o maldito menino-que-simplesmente-não-morre.
"Claro, todos irão compreender e ficar felizes por eles, depois dariam as mãos confiantes e sairiam rindo e dançando cantando canções de paz e amor eternos rumo ao arco-íris." Pensava sarcasticamente rolando os olhos.
Bufou, tentando expelir junto com o ar toda a sua exasperação, enquanto caminhava pelo castelo. Será que o cérebro, que já não era assim tão prodigioso, acabou escorrendo por aquela cicatriz ridícula na sua testa? Draco não duvidava que essa fosse a única explicação plausível para o moreno ser tão... Confiante (para não usar a palavra que realmente estava em sua mente).
O mundo não é uma bela fantasia, um conto de fadas lindo e perfeito onde tudo termina no "E foram felizes para sempre...". Não acreditariam nem em um fio de cabelo (por mais perfeito que fosse) de um Malfoy. Muito pelo contrário, mandariam o testa rachada direto para o St. Mungus na certeza de que estaria sob algum tipo de feitiço lançado por ele. Que essa situação, que seria tido por ridícula por alguns, seria mais uma tentativa de derrubar o salvador do mundo mágico e Draco, por se atrever a mais uma vez se envolver em outro evento dramático, receberia instantaneamente um convite fantástico: uma passagem só de ida para Azkaban.
"Não, obrigado. Dispenso o amável convite. Eles que fiquem com seu herói querido, o maravilhoso Harry Potter, só para eles" Pensou contrariado e um pouco triste por achar que aquele relacionamento estava fadado ao fracasso.
Notou, um pouco distante, a Hermione "sabe-tudo" Granger caminhando de mãos dadas com aquele idiota do Weasel, trocando beijos de vez em quando enquanto se encaminhavam para o exterior do castelo. Não compreendia o que ela via naquele pobretão, mas enfim, ela era uma sangue-ruim, não se espera que esse tipo de gente saiba tomar decisões, ainda mais uma inteligente.
Virou no primeiro corredor para não ser obrigado a passar pelos "amiguinhos" de Potter. Que com certeza àquela hora já sabiam de toda discussão que ele e Harry tiveram sobre a "divulgação do namoro".
Sim, porque o seu querido namorado idiota de marca maior precisava contar para os melhores amigos que estava saindo com Draco Malfoy. Já era ruim ter que aguentar a cara do Weasel sem querer transformá-lo no animal que deveria ser ou azarar até a última geração daquela família gigante de traidores do sangue, imagina então com ele fazendo cara feia! Tinha certeza que precisaria de tratamento psicológico para superar tanta pressão mental.
"Aquela mulher deveria ser proibida de colocar mais ruivos no mundo, sinceramente!"
Tarde demais viu que logo no fim do corredor Pansy estava falando com algumas amigas. Parecia que seu dia estava indo de mal para muito pior. Logo que a garota o avistou despediu-se das colegas e estava caminhando em sua direção toda sorridente (já havia lhe dito para não sorrir, piorava sua cara de cavalo). Era tudo o que precisava para aquele dia entrar no top cinco piores dias da sua vida.
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Dracolândia
Fanfiction[HarryxDraco] O que acontece quando um loiro (lindo, maravilhoso e perfeito) se encontra em uma jornada de autoconhecimento, de uma forma que só ele pode vivenciar, para aceitar que nem tudo é tão difícil quanto a vida faz crer. [Essa história é bas...