On a Summer Day

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   O sol ardia naquela tarde de sábado fazendo a pele branca e avermelhada adoravelmente nas juntas de Marjorine se irritar causando rubor em seu rosto, olhava para a rua pela fresta dos olhos que estavam instintivamente semicerrados por conta da luz do sol.

Poderia estar dentro de casa aproveitando o ar-condicionado mas sua curiosidade para saber quem eram os novos vizinhos falava mais alto, então resolveu sentar nos pequenos degraus da porta de casa e comer um picolé de morango afim de se refrescar um pouco, agradeceu aos céus quando uma solitária nuvem passou diante o sol fazendo sombra por todo o quarteirão, finalmente pode abrir seus grandes olhos azuis e olhar para o começo da rua, viu um caminhão de mudanças chegando sob o asfalto ardente, começou a imaginar como seriam os móveis deles, qual a cor do sofá? Quantas bocas no fogão? Quantas camas?

Assim que o caminhão estacionou e as portas se abriram ela pode ouvir o carro vindo, era um caminhonete vermelha bem envelhecida —mas tinha seu charme—, se levantou afim de receber os novos vizinhos, puxou seu short pra que não mostrasse mais do que desejava e esvoaçou a sua regata branca para resfriar o corpo não muito suado, sorridente desceu os dois degraus e foi correndo até a cerca branca se debruçando sob ela e mordendo um pedaço do picolé. Assim que a caminhonete parou a lona branca se moveu estranhamente logo revelando uma garota aparentemente da sua idade com cabelos tom de mel, uma camiseta laranja e uma mom jeans rasgada nos joelhos, ela tinha um sorriso divertido no rosto e algumas sardas na pele com um bronzeado leve, seus olhos pareciam ter um tom arroxeado, Marjorine ficou boquiaberta com a beleza da garota e com aquele sorriso mas ao mesmo tempo se perguntava se as leis de trânsito permitiam aquilo.

A garota tom de mel pulou da caminhonete e logo ajudou uma pequena menina a sair da mesma, ela parecia ter 4 anos ou mais e tinha um sorriso e chiquinhas adoráveis, logo um garoto alto saiu também, tinha os cabelos um pouco mais acinzentados e uma expressão tediosa, Marjorine tinha total certeza que se um guarda visse aquilo a multa seria gigantesca.

  Seus grandes olhos azuis fizeram encontro com os olhos arroxeados, antes que percebesse eles estavam extremamente próximos de si fazendo Marjorine pular para trás.

— Olá vizinha curiosa. — Sorriu a garota tom de mel enquanto se debruçava na cerca. — Nunca ouviu aquele ditado? A curiosidade matou o gato. — Piscou.

— Eu não sou um gato. — Rebateu Marjorine, um pouco incomodada enquanto lábia seu picolé.

— Realmente. — Riu levemente. — E onde esta a minha sobremesa de boas vindas?

— O que? — Estava totalmente confusa, e um pouco irritada, que garota atrevida, mal a conhecia e era assim que agia?

— Todo mundo sabe, vizinhos novos sempre ganham alguma comida dos outros vizinhos, normalmente sobremesas, é assim que funciona nos filmes. — A garota tom de mel sorria brincalhona, os olhos de Marjorine fizeram encontro com aquele sorriso e se perderam entre o sentimento quente e confortável que o sorriso dela lhe causava e a adorável separação que ela tinha entre os dentes da frente.

— E-eu não fiz nada. — Percebeu que havia gaguejado e se envergonhou disso, fazendo com que desviasse o olhar e seu rosto tomasse um tom mais rubro, e a outra garota notou isso.

— Não se preocupe. — Sorriu de lado. — Eu aceito seu picolé.

— Espera, O QUE!? — antes que pudesse fazer algo seu picolé não se encontrava mais em suas mãos, deixando pra trás apenas um pouco de si derretido entre seus dedos.

— Você é adorável sabia? — Sorriu enquanto dava uma longa lambida no picolé de morango, Marjorine inflou as bochechas com vergonha e irritação, a garota riu. — Qual seu nome, loirinha?