"Eu nunca achei pertencer a alguém ou a algum lugar, mas isso foi antes de conhecer ele..."
S/n é uma garota considerada boa demais para o mundo e a maior parte das pessoas ao seu redor exigem sempre que a jovem dê sempre um pouco mais de si. Mesmo...
Acabo por adormecer já que tinha passado a noite anterior acordada criando possibilidades e tentando imaginar como seria a pequena garotinha.
Sinto o motor do carro desligar e ouço a voz da minha tia. - S/n? Acorde! - Olho para ela ainda com uma imagem desfocada.
Me viro para a janela ficando de frente para uma casa enorme e um pouco assustadora, eu jamais conseguiria imaginar algo assim, parecia uma casa típica de filmes de terror, e precisava de uma pintura nova.
Ao contemplar a beleza da casa sinto uma energia a me invadir e saio rapidamente do carro. Quando pouso os pés no chão sinto uma tontura ligeira que dura pouco tempo e depois me dirijo até à minha tia para ajudá-la a carregar as malas. Pego nas minhas duas únicas malas e ela nas suas três.
- Não quer ajuda? - Pergunto ao vê-la carregar três malas.
- Não é perciso S/n, mas obrigada. Vamos? - Aponta com o queixo para a casa e começa a caminhar sem esperar por mim.
Enquanto acompanho a minha tia os meus olhos se fixam em fontes e estátuas. Ao longe consigo ver vários caminhos que não faço ideia de possam ir dar.
- Onde está a Mrs. Grose, ela devia estar por aqui? - A Kate pergunta enquanto olha à sua volta.
- Não sei... - Digo pousando as malas no chão da entrada e olhando para uns corvos que acabam de pousar sobre o parapeito de uma janela.
- Fique aqui, vou procurar a Mrs. Grose! - Diz já a fazer a curva para outra parte da casa me deixando ali sozinha com as malas.
Acabo por me sentar num dos bancos de jardim junto à entrada e observo como o tempo aqui está desagradável. - Daqui a pouco vai começar a chover.- Digo para mim mesma observando as nuvens escuras que se formam no céu.
- Não quer acompanhar a sua tia e entrar. - Assusto-me e olho para uma senhora de cabelos grisalhos parada à minha frente.
A minha tia percebeu que eu estava confusa e disse enquanto pegava nas suas malas.
- Anne esta é a Mrs. Grose. Estendo a mão à senhora e faço o meu maior sorriso, ela apenas me olha nos olhos e se vira dizendo para a seguirmos o que me deixa desconfortável e para disfarçar esta minha ação pego nas minhas malas e vou atrás dela e da minha tia.
Quando entramos na casa reparo que a decoração e mobília são antiquadas. Este pensamento é varrido da minha cabeça assim que sinto alguém me abraçar.
Olho para baixo e vejo uma garota com um ar simpático.
Ela é a garota? Claro que sim. Minhas dúvidas desaparecem quando ela se apresenta.
Olá, sou a Flora Fairchild. - A menininha se curva e eu retribuo o gesto, a ouço rir e me perguntar. - Isso é uma boneca? Olho para a mala fechada onde está a boneca e olho confusa para ela.
- Sim ... Como ... - Antes que eu possa terminar, ela pega minha mão e diz alegremente:
- Vamos lá, eu vou te mostrar seu quarto! Ela começa a me puxar com força pelos corredores e quartos até chegarmos a um corredor pelo qual ela passa e eu pergunto o porque é que ela não me mostrou aquele corredor.
- Esta é a ala leste, eu não vou lá ... E também acho melhor você não ir... - ela diz quase num sussurro.
- Ok ... Então me mostre onde fica o meu quarto.
Ela continua me puxando e quando chegamos a um corredor com várias portas ela diz: - Aqui é o meu quarto! - diz apontando para uma porta com alguns desenhos colados.
- E ... Este é o seu quarto! Flora solta minha mão e vai para o meu quarto, onde ela começa falar sobre todo tipo de coisa.
Olho para a vista da janela, que é basicamente um labirinto coberto por uma névoa mais espessa do que em outros lugares do jardim.
O quarto é bonito. Tem até um banheiro. Pelo menos não vou ter que andar por esses corredores à noite.
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