A chuva estava incessante nas ultimas horas, fazendo muito mais clientes na taverna aquela noite. Viajantes, comerciantes, soldados, e outras pessoas de funções indefinidas faziam parte da clientela. Oliver corria de mesa em mesa para repor as cervejas e atender a todos. Seu pai Meriador, o taverneiro, ficava atrás do balcão atendendo e conversando com os sujeitos bebendo por ali, para sempre estar por dentro dos acontecimentos do reino e de outros.
Oliver tinha seus vinte e tantos anos, desde criança trabalhava com seu pai na taverna, e era algo que adorava, pois ouvia muita história de muita gente, que contavam sobre suas viagens, trabalhos e aventuras e que sempre o fascinavam e o fazia sonhar sobre um dia viver suas próprias aventuras. Apesar de amar trabalhar com seu pai e cuidar da taverna, queria também conhecer o mundo por si mesmo, e não pelas histórias e emoções de outros.
Quando já era tarde e restavam 3 bêbados sentados nas mesas, Meriador mandou-os para fora, um inclusive teve que ser carregado pelos outros dois companheiros, pois dormira sentado. Oliver limpou todas as mesas e o balcão enquanto seu pai terminava de trancar todas portas e janelas. A taverna ficava no limite da cidade, era uma boa localização, pois todos que entravam e saiam do reino passavam a frente, mas ao mesmo tempo não tinha toda a segurança das tavernas no centro da cidade que tinha guardas o dia todo, por isso todas portas e janelas eram muito mais reforçadas.
Oliver limpava as últimas mesas quando alguém bateu a porta já trancada, ele foi até ela, abriu a portinhola e espiou para fora, o vento gelado e úmido entrou e resfriou seu rosto. Com os olhos semicerrados ele encarou a rua e viu o semblante de uma mulher:
- desculpe senhora, mas já fechamos, abriremos daqui algumas horas quando o sol nascer. Ele disse. Ao que a mulher respondeu:
- Preciso falar urgente com o dono dessa taverna, não posso esperar até amanhã, muito tarde.
- tarde para o que? Como é mesmo seu nome?
- melhor não falar meu nome senhor, pode chamar o taverneiro? Ele precisa muito de uma notícia que tenho.
- pode falar para mim que logo repasso, ele está dormindo. Não estava ainda, mas Oliver não queria incomodar seu pai com estranhos de madrugada.
Enquanto estava conversando com a mulher, seu pai chegou próximo:
- o que está havendo? Já falou que logo ao amanhecer vamos abrir? Meriador falou a Oliver. Que fechou a portinhola para lhe responder, não queria que a moça descobrisse que ele não estava dormindo.
- Sim, mas ela não quer comprar nem passar a noite, quer lhe passar uma notícia "urgente". Disse Oliver num tom de zombaria.
- Então deixa que eu cuido disso, termina de limpar a mesa e pode subir.
Então tá, boa noite. Oliver respondeu, abrindo a portinhola e pegando o pano de seu ombro para limpar as mesas. Meriador se aproximou da porta, e também com os olhos semicerrados olhou para a figura na escuridão:
- que noticia é tão importante para trazer no meio da noite?
Oliver se afastou e não acompanhou a conversa, terminou de limpar as mesas e após deixar os panos atrás do balcão, subiu para seus aposentos. Mal havia se afastado da porta de seu quarto após fechar que seu pai bateu com os nós dos dedos três vezes bem rápido e a abriu, ainda segurando a maçaneta e sem entrar no quarto falou:
- tenho que sair agora, volto antes de abrir as portas. E foi fechando a porta e virando o rosto. Oliver impediu.
-espere aí, por que é tão urgente? Não pode esperar para amanhã durante o dia? É meio perigoso sair agora. Na hora que estava falando lembrou da mulher na porta, e franzindo a testa continuou:
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Petran Caçador de Dragões*
AdventureA história do filho de taverneiro que caça dragões e desvenda golpes.