2.

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Josh.

O som estrondoso de uma tora de madeira se partindo e caindo no meio da casa, era sinal que tínhamos pouco tempo até virarmos "churrasquinho". O desespero se estampou no rosto do meu parceiro, que por ventura, ainda está estagiando e sem nenhuma experiência no assunto. O fogo já consumia uma grande porcentagem da casa, se deliciando com a estrutura madeirada e os móveis.

Movi-me para dar instruções a equipe posta ao lado de fora, avisando-os que tínhamos pouco tempo para retirar uma mãe e três crianças daquele lugar.  O caminhão urgentemente se posicionou, liberando a enorme escada até o andar de cima e constatando que ambos estavam em um dos quartos.

— JOSH! — meu pai, que por um milagre quis acompanhar a minha equipe no resgate de hoje gritou logo atrás de mim, ao lado de noah.

Sua testa estava franzida, seu rosto que sempre demonstrava certa relutância de emoções, estava trancado e preocupado. Seus olhos intensos diziam-me algo que não fui capaz de compreender naquele momento. Minha atenção estava voltada para as vidas que tinha naquela casa, e em hora, nas minhas mãos.

— pegue o machado no caminhão, Jess, você vem comigo. Os demais tentem conter do lado de fora. Eu vou subir. — instrui.

Em um piscar de olhos, todos já tinham assumido a sua função. Era literalmente fácil comandar a minha equipe, todos os batentes eram completamente ágeis e não brincavam em serviço. A adrenalina consumia todo o meu sangue, e graças a carla, uma paramédica, lembrei-me de pegar a máscara do oxigênio.

— VAMOS, VAMOS. — gritei. — CORONEL, PEÇA A TODOS — apontei para as pessoas que se aglomeravam a nossa volta. — QUE FIQUEM LONGE.

Ele assentiu.

Mas ao contrário do que imaginei, ele correu na minha direção e colocou a mão no meu peito, me fitando com o maxilar trincado.

— tome cuidado, filho. — pediu.

Foi a minha vez de assenti.

Corremos em direção a casa em chamas, Jess e jack em meu encalço. Puxei o ar com força, apenas para tentar manter o máximo de ar preso que conseguir. Imediatamente o ar que veio de fora assim que a porta foi aberta, colidiu com toda aquela fumaça preta, causando assim, uma altitude intensa das chamas.

— ABAIXA. — gritei.

Por sorte, ambos me escutaram a tempo, se esquivando e se protegendo do fogo. O vapor quente, veio em com tudo nas minhas costas, já que a usei como escudo para ajudar os rapazes. Minha roupa especializada, exatamente para momentos assim, não deixou que absolutamente nada chegasse a minha pele por baixo. Respirei mais uma vez.

— capitão, não consigo enxergar absolutamente nada com essa fumaça. — informou Jess, o principiante.

— só tentem não morrer hoje. — digo. — vão os dois em direção a cozinha e eu vou subir.

— O senhor não pode ir sozinho...

— Jack estará com você, vão!

Ele me olhou exitante, mas leu meus olhos muito bem e percebeu que aquilo era uma ordem. O andar de cima era o local mais consumido pelo fogo, sendo assim, apenas um deveria passar pelo meio e conseguir liberar as janelas.

Fire | beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora