Capítulo 33

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Sina Deinert Point Of View

Me tranquei no meu quarto por quarenta e oito horas, afogada em lágrimas e em luto total, não quis receber visitas de Sabina ou Joalin, não dei tanta atenção para minha namorada, nem comia direito, tudo que eu fazia era tomar banhos demorados e dormir a tarde toda. Eu apenas estava sofrendo em silêncio, eu estava respeitando a morte do meu irmão.

— Está na hora. – Simon falou assim que eu saí do quarto.

Dois dias depois da fatalidade que aconteceu com Simon, meu pai veio me buscar, perguntei sobre minha mãe e ele disse que que ela estava inconsolável para sair do lado do corpo do meu irmão. Kleber não estava diferente, as olheiras escuras debaixo dos seus olhos mostrava o quanto ele havia chorado, assim como a rouquidão incomum na sua voz. Mas mesmo assim ele se preservava forte, abrindo sorrisos curtos e me dando beijos amorosos.
 
Já em Los Angeles, enquanto tentávamos sair do aeroporto, os paparazzi’s caíram em cima de nós, usando perguntas invasivas e intimidadoras, meus nervos estavam à flor da pele o que fez meu choro sair na frente de todos, os braços do meu pai tentavam me proteger de tantos flashes e os seguranças faziam uma barreira humana entre nós e os fotógrafos. Quando finalmente entramos no carro, conheci o novo motorista e segurança dos meus pais. Ele era grande e fofo, não tinha um semblante muito amigável, mas se mostrou bastante amoroso ao me conhecer.

Meu pai havia me dito que minha mãe já estava no cemitério, apenas nos esperando. Assim me pisei de volta em casa, Angela apareceu e me abraçou como sempre fazia, chorei novamente no seu colo, mas rapidamente ela impediu toda aquela choradeira, dizendo que eu precisava me apressar para o enterro do meu irmão, ela usou as palavras: “Você precisa se despedir dele, para que ele possa descansar em paz, Sina”.

Subi as escadas correndo, evitando de olhar em volta e sentir a falta de Josh, missão fracassada com sucesso. Entrei no meu quarto aos prantos, tomei um banho rápido e vesti roupas que me lembrava a alma de Josh, branca e florida. O vestido que jurei nunca usar se encaixava perfeitamente com o que se pedia. Meus cabelos se formaram cachos naturais, não passei maquiagem porque sabia que iria borrar.

Assim que saí no corredor encontrei Tom de cabeça baixa tocando na maçaneta da porta do quarto de Josh, ele limpou suas lágrimas e me olhou. Suas roupas estavam um pouco amassadas e desalinhadas no seu corpo.

— É bom te ver. – Ele abriu um breve sorriso. – Acho melhor irmos.

Balancei a cabeça e segui o garoto, descemos para a sala-de-estar e esperamos nosso pai. Tom e eu não trocamos nenhuma palavra desde aquele momento. Meia hora depois, Angela e meu pai se juntaram a nós, para assim seguirmos a caminho do cemitério.

O dia estava quente e o sol radiante, o lugar era perfeito. Desci do carro e caminhei ao lado de Angela, a grama verde e bem cortada deixava as flores mais vivas, e no meio daquele imenso gramado verde com algumas lápides maiores do que as outras, estava um grupo de pessoas. Senti meu coração parar assim que vi minha mãe ao lado de um caixão, ela usava óculos escuros e roupas pretas, uma de suas mãos estavam sobre o caixão de madeira e a outra segurava o lenço branco perto do nariz.

Minhas pernas travaram e acidentalmente fiz Tom trombar em mim, Angela segurou meu rosto e me fez olhá-la nos olhos, minha visão já estava embaçada por causa das lágrimas.

— Você precisa ser forte, meu amor. Eu sei que você é. – Balancei a cabeça e a lágrima escorreu. – Josh precisa descansar em paz, Sina.

— Eu não quero que ele vá. – Falei com a voz embargada. – Eu não quero que ele me deixe.

— Ele não está mais entre nós, apenas nos nossos corações. – A mulher tocou suavemente sobre meu peito. – Ele precisa sentir paz no seu coração, para viver apenas aí dentro.

「 𝖣𝖾𝗌𝗍𝗂𝗇𝖺𝗍𝗂𝗈𝗇 𝖳𝗋𝖺𝗂𝗍𝗌 」- 𝖲𝗂𝗒𝗈𝗈𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora