Capítulo 2 - As jaulas

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Assim que chegamos em minha casa, entro e subo para meu quarto onde me troco rapidamente. Me visto com uma camisa vermelha mais leve, visto uma calça verde musgo feita de um tecido leve e logo em seguida coloco um tênis all-star. 

Escuto um barulho de um carro familiar, vindo do lado de fora da casa, olho pela janela do meu quarto e vejo minha mãe saindo do carro que eu estava conduzindo mais cedo, ela não fica muito tempo, apenas troca algumas palavras com Helena e logo em seguida arranca em seu carro na qual vim com Helena. 

Enquanto desço as escadas para ir ao encontro de Helena, vejo uma foto do casamento de meus pais, e reparo que há varias pessoas na foto, tanto pessoas que eu conhecia como Ethan que é meu tio de consideração e também é meu padrinho, vejo que nesta há pessoas que eu nunca havia visto mas pelas historias que meus pais contavam, eram muito especiais como um homem de terno que passava uma imagem muito culta de si mesmo somente pela sua roupa e postura. Escuto Helena buzinar, enquanto reclama da demora, então saio de meu rápido transe e vou em direção a saída

 Assim que saio, vejo Helena encostada no carro que meu pai outrora dirigiu, um Pontiac GTO 67 da cor preta que emanava um charme único. Helena enquanto termina um cigarro observa a casa, me aproximo e a escuto comentar enquanto joga o cigarro no chão e pisando em cima deste logo em seguida

— Quem me dera ter uma casa desse tamanho

— Relaxa, isso é mérito do meu pai, ainda mais depois de tudo que ele fez pra essa cidade – digo enquanto entro no carro e completo assim que helena também entra neste ao meu lado – Se tem algo em que eu acredito, é que todos recebemos exatamente o que merecemos.

Sinto uma breve curiosidade e decido a tirar perguntando para Helena que acabara de se sentar no banco do motorista 

— Então eu estava lá em cima e vi quando minha mãe passou aqui, mas o que minha mãe falou com você agora pouco? 

— Você é curioso não é mesmo? - Diz Helena enquanto liga o carro e completa sem muita importância- Relaxa ela não falou nada demais, só me disse pra ficar de olho em você

— Você? De olho em  mim? Que fofo agora tenho uma guarda costas! - Digo com ironia  

— Sim, então espero que você mereça vencer hoje nas lutas, ainda mais se for chamado paras as jaulas, não estou afim de levar bronca da sua mãe – Diz Helena me encarando e completa com suavidade em sua voz sem parecer se preocupar soltando um leve sorriso de canto – Mas se vencer hoje, quem sabe não consiga me vencer um dia.

— Tenha certeza que sim - Digo enquanto a encaro em resposta

Dessa vez Helena conduz o carro até o local das lutas clandestinas, pelo caminho observo as pessoas, estas nas quais aparentam ser totalmente comuns com vidas comuns mas podendo esconder segredos sejam eles grandes ou não. A descoberta sobre os feitos do meu pai quando mais jovem me fez questionar mais sobre o que as pessoas escondem e guardam para si mesmos. Um pensamento passa rapidamente pela minha mente -Por que meu pai e minha mãe esconderam a existência desse sub-mundo? Foi realmente só para me proteger?-  Entre tantos pensamentos em volta deste não consigo achar uma explicação que justificasse tal ato dos meus pais. Sempre odiei mentir, mas isso não quer dizer que eu não saiba mentir, e aparentemente meus pais também.

Coloco a mão dentro do bolso de minha calça e desta tiro a carta que minha mãe havia me entregado, a encaro por alguns instantes. Acabei me trocando tão rápido que não percebi que havia a colocado no bolso. Helena olha para carta em minhas mãos e logo em seguida olha para meu rosto, e diz após respirar fundo 

— Olha eu não sei o que está escrito, mas tenha certeza que eu quero encontra-lo tanto quanto você, porém o primeiro passo vai ser ler essa carta, definitivamente não vou muito com a sua cara mas pode ter certeza que se for para ajudar o Erick eu te ajudo a encontra-lo

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