Stiles sabia que não iria sobreviver, não desta vez. Ele já sobreviveu a várias coisas, e sua vida foi relativamente boa. Ele se sentia bem.
Nogitsune era forte e a única maneira de matá-lo de vez seria a sua morte, então foi o que ele fez. Não permitiu que Allison morresse então morreu em seu lugar, morreu nos braços do seu melhor amigo.
– Stiles. – A voz de Scott soou trêmula como se as palavras estivessem presas na sua garganta. – Vai ficar tudo bem. – Não, não ia. – Você vai sobreviver. – Não, não vai. – Eu prometo. – McCall não era bom com promessas. Até ele sabia que não importava o que ele falasse, o destino já havia decidido o fim, um fim injusto que ele não conseguia aceitar.
– Scott, tá tudo bem. – A voz era fraca, e seria inaudível se o outro não fosse um lobisomem. Mesmo que Stiles continuasse com um sorriso pequeno no rosto ele estava mentindo. O castanho estava desesperado, não queria morrer, não queria. – Não dói. – Uma verdade. Morrer era indolor, mas o desespero de saber que seria o fim era agoniante.
Os batimentos foram parando de vez, levando o lindo brilho que os olhos castanhos tinham. E um uivo de tristeza foi dado pelo alfa, sendo acompanhado por vários outros, e também pelo grito estridente da banshee.
– STILESSS. – Soou agudo, quase estourando os tímpanos dos sobrenaturais, mas não é como se eles se importassem com isso agora.
Eles venceram o nogitsune, mas perderam um grande amigo, irmão e filho.
***
O sheriff chorava aos prantos na frente do túmulo do filho, enquanto o pack observava.
O cheiro de tristeza no ar só deixava tudo mais melancólico, o que fazia seus lobos internos choramingarem.
Todos continuariam chorando ao olhar o túmulo se uma garota não tivesse ido na direção deles. A garota continha um sorriso triste e segurava uma caixa de tom cinza relativamente grande.
Ela parou bem na frente do pack e começou a falar com uma voz calma e doce.
- Olá... Eu sou uma amiga de Stiles. Vocês provavelmente não ouviram falar da minha existência, e provavelmente nunca mais vamos nos encontrar. – Ela fala como se estivesse divagando. – Ele pediu um favor para mim... Que eu entregasse essa caixa para vocês depois de sua morte.
– Você sabia que ele iria morrer? – Noah pergunta com certa irritação na voz, quem era aquela garota para interromper o seu momento triste pela perda do seu filho.
– Oh, eu não tinha certeza... Mas Stiles sabia. – Ela fez uma pausa e observou a caixa. – Ele disse que aqui dentro tinha cartas... Cartas para a família dele.
Com essas palavras Scott andou até a garota e pegou a caixa de seus braços.
– Obrigado... – Ele fala e a menina simplesmente acena com a cabeça já se virando para ir embora.
– De onde conhece o Stiles? – A voz de Lydia foi ouvida.
– Isso é uma longa história. Mas não é importante para vocês… – A desconhecida fala por cima dos ombros e logo volta a caminhar para fora do cemitério.
A palavra estranho passava pela cabeça de todos os presentes, mas talvez eles descobriram algo ao abrir a caixa.
***
Todos se encontravam no loft observando a caixa no meio da sala.
– A gente vai ficar só observando ou vai abrir logo essa caixa? – Lydia perguntou sem paciência o que fez com quase todos os outros revirar os olhos.
– Tenha paciência, Lydia. – Scott falava cansado. – O sheriff deve abrir a caixa, e esperaremos o tempo dele.
Noah suspirou com isso, a responsabilidade caiu sobre as costas dele. Ele era o sheriff e tal mas... Estava com medo.
O filho sabia que iria morrer, o que tinha nas cartas? Mas ele teria que abri-la uma hora ou outra.
Se aproximou da caixa e a abriu.
No seu interior havia vários envelopes da cor bege com uma lua às fechando. Mas no meio de todas havia uma diferente toda preta, ele a pegou e a abriu logo começando a ler.
“Ei, pessoal. Se vocês estão lendo essa carta, quer dizer que eu estava certo e eu morri. A pessoa que entregou a caixa para vocês é uma amiga minha que eu conheci quando eu fui em uma festa qualquer, mas isso não é importante agora. Essas cartas. Eu fiz essas cartas para vocês, cada um de vocês. Depois que vocês lerem algumas irão entender melhor.
Fiquem bem. Eu amo vocês.
ℳ𝒾ℯ𝒸𝓏𝓎𝓈𝓁𝒶𝓌 '𝒮𝓉𝒾𝓁ℯ𝓈' 𝒮𝓉𝒾𝓁𝒾𝓃𝓈𝓀𝒾”
Um silêncio permaneceu no loft por um tempo. Alguns ficavam quietos, outros choravam em silêncio, e outros nem disfarçavam e choravam alto.
– Que tal… – Peter começa com a voz quebrada. – Lermos uma por dia?
– É uma boa ideia. – Scott apoia. – Nos reunimos aqui todos os dias para lermos uma carta... Todos de acordo?
Todos simplesmente concordaram, seria bom não ler tudo de uma vez. Se lessem tudo seria como assistir todos os episódios de sua série preferida de uma vez, deprimente.
– Eu leio. – Allison falou indo em direção a caixa e pegando um envelope.
Antes de abrir ela admirou a lua que ali estava, Stiles tinha bom gosto para essas coisas.
A morena soltou um suspiro e finalmente abriu para começar a ler.
"De: Stiles Stilinski
Para: Peter Hale"Todos ficaram surpresos com o nome citado e Peter não pode evitar um sorriso, o garoto não tinha esquecido de si.
"Iai, lobo psicopata, como vai a vida? Espero que não esteja tão arrasado com a minha morte. Eu fico triste quando você fica triste".
Peter rio com essa afirmação, porque era a pura verdade. Uma vez o castanho pegou o mais velho chorando escondido e só de ver seus olhos lacrimejaram e ele abraçou o lobo. Os dois prometeram que não contariam para ninguém, e seria tipo uma piada interna só dos dois.
“Eu espero que você comece a se dar bem com Malia, ela é durona mas no fundo ela te ama".
Ao ouvir isso Malia olhou para o pai, Stiles estava certo ela amava o pai só era difícil admitir isso em voz alta.
"A gente não é tão próximo, mas nos damos bem e eu desejo que você seja feliz".
Peter também desejava que Stiles fosse feliz, onde quer que ele esteja.
"P.S.: Eu te amo, mas não se acha muito não".
Isso causou uma pequena risada pela sala e ansiedade. Queriam ler tudo de uma vez e matar a curiosidade do que estava escrito nas outras cartas, mas já haviam combinado do outro jeito.
Allison guardou a carta dentro do envelope, fechou a caixa e foi até Peter.
– Acho que você deve ficar com ela. – A menina estende o envelope para o lobo que o pega rapidamente.
Ele não pode se conter e apertou a carta com certa força contra o peito. A guardaria em um lugar seguro para não a perder.
Ninguém julgava a ação dele, fariam o mesmo.
E por mais que quisessem já abrir outra carta esperariam o dia seguinte.
Só esperavam que o dia passasse rápido.

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P.S.: Eu te amo
FanfictionStiles sabia que não iria sobreviver, não desta vez. Ele já sobreviveu a várias coisas, e sua vida foi relativamente boa. Ele se sentia bem.