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O sinal toca e todos começam a ir em direção às suas respectivas salas, menos eu, que mudei o horário de uma aula e agora estou perdida na minha própria escola, que estudo a anos

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O sinal toca e todos começam a ir em direção às suas respectivas salas, menos eu, que mudei o horário de uma aula e agora estou perdida na minha própria escola, que estudo a anos.

Não posso ser a culpada por me perder nesta escola, até porque ela tem cinco andares, e tantas salas que acho que seria impossível de contar, então tudo que posso fazer agora é ter paciência e tentar achar o meu caminho para a aula.

Eu entro em um corredor imenso que parece não ter fim, e olho sala por sala para ver se alguma tem o mesmo número que o papel que estou segurando.

"Droga." digo para mim mesma. É impossível achar alguma coisa nesta escola.

"Perdida?" Uma voz grossa e rouca chega até meus ouvidos, e eu olho em volta para achar o dono desta voz excitante.

Vejo um homem alto com jaqueta de couro se aproximando de mim, é o Christoffer. Ele vem até mim segurando um cigarro acesso, sem se importar que aqui dentro tem detectores de fumaça.

"Você sabe que não pode fumar aqui, não é?!" Digo apontando para o cigarro.

"Uau." ele sorri ironicamente. "Você só falou uma frase e conseguiu ser mais irritante do que aquela sua amiguinha."

Eu reviro os olhos e ignoro seu comentário rude. "Com licença, mas preciso achar minha sala." Tento passar por ele, mas de uma maneira ligeira e lisa, ele pega o papel da minha mão antes que eu perceba. "Ei, me devolva isso." tento pegar da mão dele, mas ele desvia.

"É sério que você está procurando a aula de biologia?" Ele ri ao ver o papel, como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo. "Não é melhor faltar essa aula de uma vez?"

"Me desculpa se eu tenho um pingo de responsabilidade e o mínimo que eu faço é ir às aulas." respondo ironicamente, assim como ele.

"Você é tão fofa." ele diz dando tapinhas em cima da minha cabeça, tirando sarro da minha altura. Sei que sou baixa, e que, eu sou pelo menos uma cabeça menor que ele, mas não é por causa disso que eu ficaria em desvantagem em uma discussão.

"E você é um idiota." retruco.

Ele faz um sinal de não com a cabeça ainda sorrindo e olhando para o papel. "Você é bem famosa aqui não é mesmo? Mal entrei nesta escola e já sei de tudo sobre você."

"Ah é? Perguntou sobre mim?" Olho para ele sorrindo de lado, convencida.

"De jeito nenhum, não faria isso nem morto." ele dobra o papel que pegou de mim, levanta a minha mão e me entrega, então fecha os meus dedos e dá duas batidinhas. "São as pessoas daqui que gostam de falar sobre coisas que não prestam." Ele dá um sorriso falso para mim.

"Olha, sabe que eu também estou impressionada, não achei que você fosse conseguir fazer alguma amizade." Respondo, mas ele parece não ligar, então sai andando como se nada tivesse acontecido. E eu, obviamente não iria deixar ele me desrespeitar deste jeito, então vou atrás dele.

"Ei, você." grito para que ele olhe para mim. "Quem você pensa que é para falar comigo deste jeito? Pare de me olhar com essa cara de deboche porque eu sou muito mais que isso."

Ele se vira para mim e começa a voltar, se aproximando cada vez mais de mim, e fazendo meu coração acelerar. Então dá mais um tragada no seu cigarro e o joga no chão, pisando nele logo em seguida.

"Que bom que você tem uma autoestima alta, Eva, isso faz bem para as pessoas." ele diz, e logo se vira continuando em frente. "Mas cuidado, nada é saudável se for em excesso." ele grita já de longe.

Eu bufo de irritação. Quando o vi pela primeira vez na sala de aula não pensei que ele seria uma pessoa tão insuportável de se conviver. Não tenho dúvidas do porquê que ele foi expulso da última escola, seus atos já respondem todas as minhas perguntas.

Depois de passar mais dez minutos procurando a sala da aula de biologia, o professor acaba não me deixando entrar por ter chegado muito atrasada, então eu vou até a área da piscina e começo a conversar com uma das minhas amigas que encontro lá, que conhecidamente estava tendo uma aula neste mesmo lugar.

"Eva, está todo mundo falando dele nesta escola, mas não é de se estranhar, já que ele é um dos meninos mais bonitos que aparece aqui há muito tempo," Vilde me conta das fofocas espalhadas pelo colégio.

"Ele é bonito e irritante." completo.

"Você já falou com ele?"

"Infelizmente." respondo.

"A Ingrid me contou que você não foi muito com a cara dele desde o início."

"Mas é com razão, você não faz ideia de como ele é falta de educação, se você não conversou com ele, tem mais sorte do que imagina."

"Bom, pode até ser, mas eu não me importaria de ser xingada por ele enquanto ele me dava uns tapas." ela diz sorrindo.

"Vilde." dou um tapa em seu ombro. "Não sabia que você era assim." brinco.

"Por favor, Eva, até você que tem um namorado perfeito queria que ele te desse alguns."

"Se você tivesse me dito isso antes de eu conhecê-lo, eu provavelmente concordaria." confesso.

"Eu sabia." ela diz vitoriosa. "Mas sabe, a Ingrid não falou a mesma que você está dizendo sobre ele."

"Não?"

"Não, ela disse que ele foi um verdadeiro cavalheiro com ela." ela diz me deixando surpresa.

"Jura?"

"Com todas as palavras."

Fiquei incrédula quando Vilde me disse que ele foi gentil com alguém, ainda mais com Ingrid, de quem ele acabara de me falar mal a alguns minutos atrás.

Mas não vou tentar entender alguém que não quer ser compreendido, tenho mais coisas para fazer do que pensar nas palavras que saem da boca de alguém que, nós claramente não podemos confiar.

Diga Meu Nome (Mohnstad)Onde histórias criam vida. Descubra agora