Poema 23

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Algumas vezes eu me auto critiquei
Várias vezes me rebelei
Que dor é essa que não passa nunca?
Eu não consigo respirar.
Quantos sonhos eu enterrei?
Quantas lágrimas fingi não derramar?

Me sinto triste mesmo quando estou sorrindo
A minha mente quer me sabotar
Minhas palavras autoconfiantes não eram reais
Dormi o dia todo e não quero me levantar
Alguém me disse palavras fatais
Agora estou tentando me reinventar

Eu disse tudo bem quando só queria chorar
Respirei fundo para não pensar
Chorei de novo sem nenhum motivo
Eu não consigo me controlar
Quem diria que mesmo sem algemas meu coração estava cativo
Qualquer frase é capaz de me derrubar

Dias bons sempre terminam mal
Eu nem consigo me acostumar
Geralmente ouço o que não devia ouvir
E depois encontro uma desculpa para fugir
Sou fraca demais para me enfrentar,
Você provavelmente me verá sorrir

Posso ter chorado a noite toda sem ninguém perceber
Consigo falsificar um sorriso verdadeiro
Maquiagem para esconder a noite difícil
Gosto de andar na margem do despenhadeiro
Fingir alegria nunca foi tão fácil
Estou à ponto de deixar o picadeiro
Não quero ser uma palhaço dócil

Eu suprimi todas as minhas mágoas para escutar seus problemas
Segurei minhas lágrimas para secar as suas
Te dar força foi mais fácil do que pensei
Já chorei andando sem destino perdida nas ruas
Mas consegui me segurar e te motivei
Tentando esconder minhas "costas" nuas

Minha cabeça dói com frequência
Tenho pensamentos pessimistas
Meu pesadelo se tornou real
Faço parte dos conformistas
Minha boca anunciou meu sonho surreal
E hoje sou pior do que os vitimistas

Já não tenho medo de fracassar
Me acostumei a não tentar
Desistir é mais fácil do que lutar
Quero ter paz e não me preocupar
Autopiedade faz parte de quem sou
Não insistirei em algo que já passou

Sinto mais do que demonstro
Meu sorriso não é de verdade
Consigo enganar todos que se aproximam
Entre a mentira e a realidade
Facilmente as pessoas desanimam
Ninguém enxerga além da minha fachada de maldade

Estou cansada de ter que justicar meus atos
Quero chorar sem ter que explicar
Sorrir realmente e descobrir o som da minha risada
As vozes da minha cabeça, quero silenciar
Quero descobrir porque estou sempre irritada
Quero ser "humana" e me apreciar

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