O Rio Caótico

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Dois dias depois...

- Mad, olha o que chegou pra você. - Disse Johny, ainda de roupas casuais, trazendo uma carta.

- O que é isso? - Mad desviou o olhar da televisão e franziu o cenho, irritada pela interrupção.

- Uma intimação. - Disse confuso, estendendo o papel à ruiva.

Mad pegou tal folha com desespero, lendo rapidamente e suspirando aliviada ao fim.

- Só me querem pra depor. - Declarou aliviada.

- Será que... - Johnny arregalou os olhos. - Fodeu. Devem ter pego alguma ligação de você ao cargueiro que explodiu. -

O coração de Mad acelerou. Será que em tantos anos de crime, seria presa justamente por tráfico de drogas?

[...]

A mulher desceu de seu carro, acenando para sua escolta desaparecer pelas ruas enquanto ela estivesse na delegacia. Ela entrou no enorme edifício cinza, observando as pessoas uniformizadas e outras chorando em cadeiras isoladas, provavelmente trombadinhas detidos.
A mulher caminhou em passos largos e graciosos até a recepção, para entregar sua intimação.
Não demorou muito e ela foi levada para uma sala de confessionário, sendo recebida pelo Detetive Clark.

- Bem vinda, Senhorita Pestch. Por favor. - Disse o homem com educação, apontando para uma cadeira ao bater a porta.

Madelaine se sentou em silêncio e repousou a Prada no colo ao cruzar as pernas. Ela analisou os vários papéis em cima da mesa metálica cinza, entre ela e Clark. Olhou para a esquerda, vendo o famoso vidro fumê que esconde os escoltas da conversa.

- A Senhorita sabe por que está sendo intimada? - O homem a encarou, mantendo o tom profissional.

- Por favor, me chame de "você". - Ela sorriu gentilmente, pois sabia que suas esquivas tirariam a paciência dele e aquilo logo acabaria.

- Nos destroços do cargueiro que, obviamente, sofreu um atentado no dia 16 de março, o SEU nome foi encontrado numa lista entre o nome de vários outros bandidinhos. Num livro de finanças. - Declarou Clark, ainda calmo.

Mad analisou os traços do homem. Maxilar travado, sobrancelhas grossas franzidas levemente, lábios avermelhados e cheios num rosto sério de orbes castanhas e cabelos negros encaracolados bagunçados.

- Você me parece nervoso, devia tomar um café. - Sugeriu gentilmente.

- Não, Senhorita Pestch. Eu só quero que responda as perguntas, está bem? - Pediu ao suspirar fortemente, já imaginando o quanto seria difícil ou até impossível tirar algo da ruiva.

Mad assentiu.

- Certo. Por que o seu nome estaria em uma lista de finanças de um bandido? - Ditou calmamente todas as letras, para que ela pudesse compreender perfeitamente.

- Não faço ideia. - Deu de ombros. - De quem era o caderno? - O encarou tranquilamente.

- Ron Crawley. - Retribuiu a encarada.

Mad agitou a cabeça negativamente. Aquele nome lhe era familiar, mas ela fingiu perfeitamente que não. Ela sabe muito bem que qualquer comportamento errado pode incrimina-la de forma que fosse parar atrás das grades em dois dias.

Clark bufou, ficando irritado.

- Me diga a verdade e a sua pena pode ser menor. Sabe disse. -

- Eu garanto que não serei presa. Eu não fiz nada. - Disse a ruiva normalmente. - Aliás, eu tenho uma boate. "Rose Babi". Conhece? - Abriu um pequeno sorriso orgulhoso. - Talvez ele estivesse me devendo alguma grana... -

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