IV - Final não-feliz

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No dia seguinte, o rei estava dentro de uma carruagem indo na direção da floresta. Ele estava ansioso. E se ela não aceitasse? Havia essa possibilidade, e mesmo sendo o rei, Leopoldo jamais obrigaria alguém a se casar com ele.

Oh céus, e se ela já for casada?

E se ela o ama?

E se ela já tiver alguém?

Leopoldo estava mais que nervoso, na verdade. Muitos, pensamentos desse gênero circulavam por sua cabeça, o deixando transtornado.

Mas ele teve de deixar todos para o lado, quando a carruagem parou e pela janela, pôde ver o casebre em que a moça morava.

No dia anterior, a qual o rei acompanhou Regina até sua casa, Leopoldo não conseguiu parar de pensar na moça dos olhos lindos. Passou a noite em claro, relembrando de como aquelas duas esmeraldas tinham um brilho tão bonito, e ao mesmo tempo tão triste. Era como se ela precisasse de alguém.

E ela disse que não tinha ninguém.

Aquilo foi como um soco no estômago de Leopoldo. Não pôde deixar de se compadecer da jovem. Ela precisava de alguém.

E foi esses pensamentos, que o levaram a tomar essa decisão: ele iria pedi-la em casamento.

Fazia um tempo que pensava em se casar novamente, pois Branca precisava de uma figura materna, e a Floresta Encantada, de uma rainha.

E ele se encantou pela gentileza e beleza de Regina. Mas agora, parado em frente a porta do lar da jovem, ele se perguntava se realmente isso era o certo a se fazer.

Ela poderá não aceitar...

O rei balançou a cabeça a fim de espantar tais pensamentos e respirou fundo antes de bater na porta velha de madeira.

Do outro lado da porta, Regina estava sentada em uma cadeira de balanço com os pensamentos distantes, mas foram interrompidos pelas batidas na porta.

Quem seria? Rumpelstiltskin nunca batia para entrar, e ela não conhecia ninguém. A menos que...

Regina arregalou os olhos e se levantou rapidamente. Poderia ser o rei? Mas o que ele estaria fazendo ali? A essa hora da manhã? A moça balançou a cabeça a fim de espantar seus questionamentos. Pois ela tem que abrir a porta, para respondê-los, então tratou de fazer tal feito.

Surpreendeu-se ao se deparar com o loiro atrás da porta, mesmo tendo suspeitado, não pôde evitar a surpresa.

ㅡ Majestade?

ㅡ Creio que já conversamos sobre formalidades, querida. ㅡ Disse em um meio sorriso que fez Regina suspirar.

ㅡ Certo, perdão. ㅡ Regina abriu passagem para o coroado entrar ㅡ Entre.

O rei sorriu e entrou na casa.

ㅡ No que posso ajudá-lo? ㅡ Regina perguntou sem cerimônias.

ㅡ Eu vim lhe fazer um pedido. ㅡ O loiro deu uma pausa dramática, com receio de continuar. Respirou fundo, e olhou dentro daqueles olhos lindos que ele tanto gostava.ㅡ Regina, aceita se casar comigo?

Um silêncio se instalou naquela sala. E Regina olhava surpresa para o rei. Certo, que era isso que ela queria, mas já?

ㅡ Como? ㅡ Perguntou totalmente confusa perante as palavras de Leopoldo.

ㅡ Olha, eu entendo se não aceitar, pois nem me conhece direito e vise e versa. Porém, quero que entenda o porquê de minha atitude repentina. Branca precisa de uma mãe. E o reino de uma rainha. E eu... Bem, eu me encantei por você desde o primeiro momento que te vi. Sei que parece loucura, mas...

ㅡ Sim. ㅡ Regina nem se quer o deixou terminar sua fala.

ㅡ O que disse? ㅡ Perguntou o rei somente para confirmar se realmente ouviu certo.

ㅡ Sim. ㅡ Ela repetiu ㅡ Sim, Leopoldo. Eu aceito me casar com você. ㅡ Ela disse com uma falsa doçura na voz, mas que convenceu o rei, ja que o mesmo deu um sorriso de chegar a orelha.

ㅡ Está falando sério? ㅡ O loiro perguntou e logo em seguida soltou uma risada de alívio. ㅡ Não sabe, como estava com medo de dizer não.

O rei estava tão feliz e aliviado pela resposta de Regina, que nem pensou no porquê dela ter aceitado tão depressa. O que para Regina foi um alívio, já que nunca foi boa com mentiras.

E assim aconteceu. Regina se mudou para o castelo e o casamento aconteceu cerca de uma semana depois. E tudo estava perfeitamente bem. Todos estavam felizes.

O restante dessa história, creio que todos sabem. A morte do rei, a fuga de Branca, maçãs e pentes envenenados. Todos conhecem essa história, porém vista pelo lado da princesa.

Sabe aquele velho ditado que diz que, nem tudo é o que parece ser? Isso se enquadra muito bem na história de Regina, pois ao contrário do que todos pensam, ela não é nenhuma vilã e nada do que fez foi por pura maldade. Ela só foi uma vítima de Rumpelstiltskin.

A verdade sobre tanto a morte do rei, como as tentativas de assassinato à princesa, é só uma: Regina fez tudo, porém sob o controle de Rumpelstiltskin.

Se lembra dele dizer que Regina, além de ser a peça chave para a destruição do rei, ela seria também a sua "válvula de escape"?

A resposta para isso, é que caso algo desse errado (como deu), Regina, seria a única responsável pelos crimes. E foi exatamente o que aconteceu.

O final dessa história? Bem... Existem várias versões contadas por diferentes autores, porém todas a Rainha Má, tem um final trágico.

Na versão dos Irmãos Grimm, a Rainha vai ao casamento da princesa com o príncipe e é obrigada a dançar com sapatos de ferro em brasa até cair morta.

Já na primeira tradução do Inglês conto dos irmãos Grimm, escrito por já Edgar Taylor em 1823, tem o estrangulamento rainha em sua própria inveja sobre a visão de Branca de Neve vivo. Outra precoce (1871) Tradução Inglês por Susannah Mary Paull "substitui a morte da Rainha pela punição física cruel com a morte de dor auto-infligida e auto-destruição" quando era seus próprios sapatos que se tornou quente devido à sua raiva. Outros finais alternativos pode ter a rainha apenas instantaneamente cair morto "de raiva" no casamento ou na frente de seu espelho em cima de aprender sobre isso, morrer de seus próprios projetos indo errado (como de tocar seu próprio rosa envenenado) ou por natureza ( tais como cair na areia movediça ao atravessar um pântano em seu caminho de volta depois de envenenar Branca de neve), ser morto pelos anões durante uma perseguição, ser destruída por seu próprio espelho, fugir para a floresta para nunca mais ser visto novamente, ou simplesmente ser banido do reino para sempre.

Qual dessas é a verdadeira? Não há como saber. Afinal, se esconderam essa versão de Regina, como saber qual é a verdadeira mesmo?

Essa é uma pergunta sem resposta. Você acredita no que querer.

Qual a moral dessa história? Não sei se há bem uma "moral da história", mas é importante lembrar que toda história tem dois lados. Ninguém se torna mau por nada, ou por apenas capricho.

Pensando bem, há sim uma moral da história:

Pensando bem, há sim uma moral da história:

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Rainha Má [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora