Rainha Má [COMPLETO]

II - Maçãs e Revelações

Regina apanhava os frutos maduros de uma macieira enquanto ouvia o canto dos pássaros sentido o sabor da liberdade.

Ela finalmente estava livre.

A moça respirou fundo sentindo o cheiro de grama molhada que emanava daquele lugar e sorriu consigo mesma.

Naquela noite, Rumpel cumpriu com sua parte no acordo como foi combinado e a tirou do castelo com um estralar de dedos, e a trouxe em uma cabana no meio do nada.

Simplesmente perfeito!

Ele a visitava frequentemente para ajudar nas despesas. O que ela estranhou a princípio, pois o acordo deles já tinha terminado, então por que ele continuava ali? Mas depois ela se acostumou com a presença de Rumpel, e hoje mesmo já o esperava.

Ela amava maçãs. Desde muito nova sempre teve muito apreço por esses frutos avermelhados e ficou mais que feliz quando descobriu esta macieira atrás de sua casa. Planejava fazer uma torta que tinha aprendido a fazer com uma das cozinheiras do palácio para esperar Rumpel.

Já havia se passado cinco meses desde que partiu do castelo de seus pais e ela não teve notícias nenhuma dos mesmos. Achou melhor assim. O passado foi feito para ser deixado para trás. Pelo menos, era isso que ela pensava.

Você deve estar se perguntando do porquê Regina fugiu assim e não simplesmente abdicou de seus deveres como princesa, não é?
Pois bem, ela não conhecia ninguém, não tinha amigos ou nenhum tipo de laço de parentesco para ser amparada. Ou seja, se ela abdicase do trono, seus pais iriam ficar irados e lhe deserdariam, não iria ter nem para onde ir.

Regina passou pela porta do casebre que agora chama de lar, carregando  a cesta cheia dos frutos e surpreendeu ao encontrar Rumpel sentado em uma das cadeiras da pequena mesa.

ㅡ Olá queridinha. ㅡ disse o mesmo analisando a moça com seus olhos verdes cintilantes.

Rumpelstiltskin estava animado. Havia um brilho em seu olhar que o condenava, e ao perceber isso, Regina o fitou com as sombrancelhas franzidas.

ㅡ Olá? ㅡ Ela tentou dizer, mas soou mais como uma pergunta. ㅡ Não esperava lhe ver, ainda é cedo. ㅡ comentou se justificando.

Um sorriso surge nos lábios de Rumpel. ㅡ Sente-se Alteza, temos muito o que conversar. ㅡ apontou a cadeira na sua frente. ㅡ por isso quis vir mais cedo.

Regina colocou o cesto sob a mesa e sentou-se encarando Rumpel com curiosidade.

ㅡ E então? ㅡ Quis saber pois estava ansiosa sobre o assunto que iria ser tratado.

ㅡ Chegou o momento de você recompensar o que lhe fiz. ㅡ disse simplesmente enquanto a olhava com um misto de ansiedade e satisfação.

Regina arqueou uma sombrancelha em questionamento. ㅡ Como assim? Nosso acordo não foi esse.

Rumpel solta uma risada seca. ㅡ Nosso acordo foi você me dar o seu coração em troca de sua liberdade. Isso significa que posso fazer o que quiser com ele.

Regina franziu as sobrancelhas outra vez ㅡ Ainda não entendo onde quer chegar.

Rumpelstiltskin revirou os olhos impaciente ㅡ Não é óbvio? Tenho seu coração. Ou seja, tenho você. Você fará o que eu quiser, pois está sob meu domínio. ㅡ Rumpel fez um barulho com a boca e desviou o olhar para um jarro de flores a sua esquerda. ㅡ Retiro o que eu disse sobre você ser inteligente.

Regina estava confusa ainda, mas apesar disso sabia que havia algo de errado nessa história. E principalmente, sentiu o estômago revirar com a declaração de Rumpelstiltskin.