Capítulo 7

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Pov Joalin Loukamaa

Estava no vestiário feminino terminando de tomar banho, depois de correr durante um período inteiro de educação física, quando Savannah entrou me assustando.

— Tá, preciso confessar — olhei pra ela esperando a tal confissão. — Eu tô de quatro pela Diarra.

— Ah, é só isso? Achei que iria contar uma novidade — debochei revirando os olhos. Me enrolei na toalha e fui até o meu armário.

Isso não era surpresa. Desde o primeiro dia as duas não se desgrudavam. Savannah tinha parado de sair comigo e com Sina e não ligava mais para as garotas que se jogavam pra cima dela nas festas do ciclo.

— Cala boca branquela, você está gamada na Sabina e nem admite pra si mesma. — ela retrucou. Dei graças a Deus pela paciência que ele me deu naquele momento.

— De novo essa história? Eu não estou afim de Sabina, só me preocupo dela sozinha com Martina, e você sabe o porquê. — disse sem me importar enquanto colocava a calça.

— E seguir as duas por aí escondida é super normal né. — ela debochou.

— O que você quer Savannah? — perguntei sem paciência colocando minha camiseta.

— Preciso de um lugar onde eu tenha coragem de me abrir pra Diarra. Aliás, preciso contar a verdade pra ela sobre os rachas. Não posso mais mentir pra ela. — respirei fundo contrariada.

— Não sei se é uma boa ideia ela saber.

— Fala sério! As Hidalgo's já mostraram que gostam da gente e não nos entregariam. Até Heyoon e Sina já são amigas. — ela disse se encostando no armário me observando.

— Diga isso por vocês. Sabina ainda me odeia. — disse terminado de calçar minhas botas.

— Só arrume um lugar que possa me encorajar a contar tudo pra Diarra.

— Você está dizendo um lugar que tenha álcool pra você se declarar bêbada?

— Não bêbada, mas só pra me dar um empurrãozinho pra, sei lá, beijar ela. E se por acaso ela recusar eu posso encher a cara e me enterrar viva depois. — gargalhei.

— Diarra não faria isso. Ela gosta de você. — disse fechando o meu armário e indo pra fora do vestiário com Savannah do meu lado.

— Só, por favor, arruma uma festa pra gente ir. — ela implorou assim que entramos no corredor cheio de alunos.

— Certo, que tal você levar ela numa festa do ciclo no fim do mês?

— Isso seria perfeito. Ela já ficaria sabendo de como os rachas funcionam e eu ainda ficaria bêbada o suficiente pra confessar tudo pra ela.

Fomos pro estacionamento, conversando sobre coisas aleatórias, quando avistamos o carro de Sofya saindo cantando os pneus.

— O que diabos aconteceu? — Savannah perguntou pra Sabina e Hina, que eram as únicas ali, quando nos aproximamos.

— Nada! — Hina respondeu irritada entrando no carro e batendo a porta emburrada.

Olhamos confusa pra Sabina, que estava encostada no Renault roxo, e esperando alguma explicação.

— Eu não sei de nada, só sei que elas brigaram. — ela levantou a mão rendida. As vezes eu sentia que Sabina ficava desconfortável na minha presença.

Escutei um barulho de buzina e vi um sorriso se formar no rosto dela.

— Savannah, pode dizer à Heyoon que vou pra casa da Martina? — cerrei os punhos.

— Ok Saby, mas se cuida tá? — ela pediu e Sabina assentiu.

Ela passou por mim animada e entrou no carro da garota. Martina me lançou um sorriso debochado antes de arrancar com o carro, me fazendo travar a mandíbula.

— Otária. — murmurei irritada.

— Não vai seguir elas como você sempre faz? — Savannah me provocou.

— Cala boca. Tô cansada disso! Eu preciso de uma boa foda. — entrei no meu carro e dei partida.

(...)

— Joalin onde você se meteu? — a voz de Sina soou ansiosa, assim que atendi o celular.

— Estou saindo da casa da Shivani. — respondi dirigindo.

— Hm, safada! — ela disse maliciosa me fazendo rir. — Corre pra casa. Savannah e eu temos uma de madrugada.

— Lamar disse que não teriam mais corridas de madrugada, depois de ontem. — estranhei.

— É, eu também estranhei mas não ligo. Preciso ganhar dinheiro hoje.

— Certo. Chego aí em alguns minutos. — desliguei o celular e joguei no banco do lado, acelerando direto pra casa.

Essa história de ter corrida todo dia de madrugada vai acabar ferrando a gente. Não sei como Eric e Dona Johanna ainda não nos pegaram. Se eles nos pegassem poderíamos dar adeus a Miami.

Street Racer | Versão JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora