Mordida, Redemoinho e o Passarinho

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Quando o Sr. Oliveira Barreto e Catarina chegaram no restaurante, desceram do carro e entraram no estabelecimento. Era um local deslumbrante. Havia um lustre enorme e ficara tão alto que as velas nas mesas eram bem úteis. Muitas e muitas mesas, com toalhas brancos sob as mesas. As laterais eram todas de vidro e haviam algumas plantas e um pequeno palco com um piano entre as grandes portas da cozinha. Mesmo com apenas os funcionários no local, se encontrava uma mulher sentada em uma das mesas de madeira escura do restaurante. Uma mulher com um coque no cabelo; um blazer preto e uma maleta. Como já imaginavam, aquela seria a representante da nova escola de Catarina. Ela e seu pai se sentaram à mesa e a mulher começou a conversar com eles.

- Olá... Sr. Oliveira Barreto, não é?! – questionou a mulher

- Ah, sim, sim, o próprio. - disse ele com uma cara de estranhamento.

- Bem, - começou a mulher cruzando os dedos da mão e apoiando na mala escura. - Eu me chamo Lívia Martinsen e sou representante do Centro Educacional Eleonor Harrison. Vocês já devem saber, mas nós somos referência no ensino. A primeira em aprovações para às universidades. Nossa escola já foi avaliada como a melhor da capital e do estado por 33 anos consecutivos. Líder, não?! - falou ela imprimindo um longo sorriso no rosto enquanto Catarina corava de nervosa.

- Ah, sim, n-nós já conhecíamos a escola. - disse ela um tanto quanto gaga.

- Bom, nós somos extremamente exigentes com quem entra na nossa escola. - Continuou Lívia. - Apenas alunos com I.D.A, o Índice de Desenvolvimento Acadêmico, igual...

- 45% o mínimo do estado, mas vocês exigem quanto?! - Interrompeu e questionou o Sr. Oliveira Barreto.

- 75%. - respondeu a representante com uma cara surpresa.

- Bom, Catarina o I.D.A é o...

- Índice de Desenvolvimento Acadêmico que avalia o aluno ano após ano. - Interrompeu novamente o Sr. Oliveira Barreto olhando para o teto como quem tenta se concentrar e lembrar de algo.

- Sim, o Sr. está correto. E em relação ao I.E.E...

- Índice de Eficiência Escolar, que lhe avalia num aspecto geral somando todos os anos. Para o ensino fundamental é 450 o mínimo padrão, e em relação a Eleonor Harrison?! - Interrompera o Sr. Oliveira Barreto pela terceira vez.

- Nós cobramos o mínimo de 700, Sr. Oliveira Barreto. - Lívia aparentemente não estava se importando com as inúmeras interrupções, ficara na verdade surpresa a cada fala do Sr. Oliveira Barreto.

Catarina, que já estava um pouco envergonhada, se perguntava como seu pai sabia de tanta coisa assim. Coisas que não eram da sua área. Seu pai nunca fora professor, diretor ou coisa do tipo. Ela e a representante estavam bastante surpresas.

- Ah, sim, no meu I.D.A eu tirei 89% e no meu I.E.E eu tive 956 pontos. Tenho quase certeza que atendo às exigências da escola. - disse Catarina com um ar de extrema segurança enquanto conferia e entregava sua papelada à representante

- Oh, sim, é claro! - falava a representante em êxtase. - Você tem as maiores notas até hoje! É a mais nova Upper! - completou ela.

- O que é Upper? – questionou Catarina franzindo a testa.

- É como chamamos nossos alunos com notas mais altas. Você é uma das Uppers agora.

- Ah, ok. É algo bom. - disse Catarina com extremo alívio.

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⏰ Última atualização: Aug 01, 2020 ⏰

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