Os móveis antigos haviam sido substituídos por móveis novos, já que fazia um bom tempo que o lugar não era usado por Erick (o real proprietário) pois era mais conviniente morar com a minha tia.
A decoração antiga tinha cores escuras e um design rustico de muito bom gosto, mas tia Adeline preferiu redecorar tudo e dar um ar clean. Admito que gostei mais da sua nova versão .
O apartamento não era tão grande quanto a casa da tia Adeline, mas era o suficiente para mim. Sendo sincera, ainda era estranho acreditar que realmente estava ali para morar sozinha.
Porém o que ainda circulava minha mente foi o que Erick disse antes de ir embora.
Sua mudança drástica no seu humor me deixou atônita. O lado irônico deu lugar a uma voz séria e um olhar tenso, uma energia forte emanava do seu corpo na real intensão que suas palavras jamais fugissem da minha memória.
"Celine, não desperdice essa chance. Você sabe como chegou até nós, somos a sua família, porém não faça nenhuma estupidez. Você é inteligente e está recebendo uma oportunidade que qualquer um lá fora daria um braço para ter. Então faça o certo!"
Eu não me sentia chateada com essa cobrança toda, até porque cheguei até eles numa situação crítica - mas eu sabia que era feito das minhas escolhas.
Assim que alcancei meus dezessete anos uma série de problemas começou a acontecer, e eu preferi me afundar em buracos cada vez mais fundos.As coisas começaram a fugir do controle após a morte de Lana e transicao da minha tia. A partir daí minha família toda se revelou mais autoritária e preconceituosa, e assim me mandaram para outro país num intercâmbio repentino já que eu passava dias ao lado de Lana ( e minha família acreditava fielmente que a "promiscuidade" da minha tia poderia ser passada para mim se eu continuasse por perto) porém não adiantou muito, já que durante a viagem conheci uma garota e algo muito diferente aconteceu entre nós.
Claro que meus pais ficaram sabendo, já que haviam colocado pessoas fiéis para me vigiar, sendo assim logo que voltei para San Diego fui expulsa de casa e jogadas num internato feminino.
E eu me questionei :
"Se sabem que gosto de garotas, por que me joga no meio delas? O diabo não está no paraíso?"
Talvez isso nunca tenha passado na cabeça dos meus pais, mas aquele internato foi simplesmente o atalho para a minha morte - mas por algum motivo divino ainda sobrevivi.
Com todas essas lembranças passando pela minha cabeça, eu fui colocando cada peça de roupa dentro do closet, como agora eu trabalharia dentro de um prédio chique, minha tia me fez tomar um banho de loja, e me ensinou a como basicamente me relacionar com a família Saint.
Pensar neles era melhor que remoer o passado ...
Mas aparentemente a família Saint nai tinha fama de serem difíceis de lidar, mas eram sempre sábios e muito bons do que fazem, sendo assim, cada trabalho exercido na família devia ser feito com mestria e o mais próximo da perfeição.
Mas a grande incógnita da família de fato era Rene Saint. A caçula dos quatro irmãos sempre se mostra a mais fechava, constantemente com um semblante sério e uma presença arrebatadora mesmo sendo silenciosa.
Sua beleza não era cheia de arranjos ou enfeites como Agatha, e nem rústica como Ângelo, ou delicada como Elif, era apenas minimalista.
Eu havia a visto apenas duas vezes, a primeira foi numa festa após um dos desfiles da grife da tia Adeline , e a segunda vez foi no verão quando Agatha foi nos visitar para falar do seu noivado.
No dia da festa Rene estava em um vestido branco de mangas, seu tecido e caimento pareciam tão leves quanto as nuvens, seus cabelos longos cabelos ondulados estavam soltos sobre seu decote V. Ela definitivamente tinha o corpo de uma modelo, sem muita massa, mas elegante.
Seu rosto com traços fortes e até um pouco másculo estava nu sem maquiagem, a beleza exótica e elegante de Rene ainda sim fascinava a todos.
No verão os cabelos dela ganhou pontas loiras, seu corpo dessa vez estava coberto por uma calça Jeans azul clara dobrada até o tornozelo, uma camisa branca por dentro da mesma, seus pés estavam bem acomodados dentro das sapatilhas simples que não remetia qualquer feminilidade.
E se uma palavra servisse para descrever Rene, eu diria "neutro"...
Mas foi nesse verão que Rene conheceu meus desenhos.
Foi algo realmente aleatório.Sempre que eu via os croquis antigos da tia Adeline, imaginava suas modelos usando acessórios mais elaborados (não que os dos croquis não fosse suficiente, mas meu desejo era trabalhar mais nesses detalhes), e algumas vezes recriava os looks em uma folha a parte e dava meu toque.
Era apenas um passatempo, porém deixei as folhas largadas sobre a mesa do escritório e saí para dar espaço a minha tia e suas convidadas, e assim que Rene bateu os olhos, criou um enorme interesse.Nunca chegamos a conversar por mais de vinte segundos, mas aos poucos ela começou a negociar uma pequena experiência comigo por um mês, já que a antiga designer de jóias estava prestes a sair da marca por conta da sua idade avançada.
Mas se eu conseguisse surpreender ela e me adaptar a empresa, receberia um treinamento completo para exercer a função com total competência.
Era um desafio, e eu precisava surpreender a mim mesma também.
[...]
De noite eu recebi um e-mail com o endereço e o horário para chegar lá.
Eu estava exausta depois de organizar tudo e limpar o apartamento, mesmo que não estivesse realmente sujo, eu queria deixar as coisas organizadas e limpas da minha forma.
Mas ali em frente ao notebook, dei uma pesquisada rápida no que realmente era a marca Lady'L.
Qualquer informação seria boa para puxar o saco da chefe caso eu falasse alguma idiotece sem querer.
'Fundada em 1940 por Elizabeth Laviolette Saint, que passou de cantora noturna de bordéis a estilista de jóias em Veneza, graças a Anthony Roy, um exportador de pedras preciosas muito rico na época.
Segundo os boatos, Anthony sempre trazia pequenas pedras preciosas para Elizabeth após suas viagens, como um pequeno agrado, e a moça construía seus próprios adornos com os mimos recebidos.
Aos poucos os enfeites singulares se tornaram atrativos comentado entre os clientes dos bordéis - principalmente as gargantilhas , presilhas de cabelo e broches.
Notando a atenção que seus adornos atraiam, Elizabeth resolveu investir em uma pequena produção manual para venda. Em menos de um mês Lady'L (seu nome artístico) se tornou referência dando para uma parceria com Anthony que logo investiu em uma pequena lojinha que se expandiu rapidamente.
Mais tarde Anthony e Elizabeth além de sócios se tornaram marido e mulher.
A joalheria então criou a tradição de ser deixada para as caçulas da família afim de manter a tradição (já que Elizabeth era caçula quando fundou sua marca), porém anos depois Lady'L teve um declínio quando foi assumida por Damien Laviolette Saint e mais tarde por Stephan Laviolette Saint (que inclusive trouxe a marca para a América) e assim criou o boato que a marca só poderia ser assumida por mulheres.
Mais tarde isso foi comprovado com a entrada de Rene Laviolette Saint, que praticamente tirou a empresa de um buraco financeiro e recuperou cinco anos de declínio severo em pouco tempo.
Novamente Lady'L estava no topo expandindo rapidamente suas lojas e unidades de produção por mais de 50 países. '
Suspirei após a longa leitura e ousei pesquisar sobre Rene Saint.
Não havia muitas notícias sobre ela, apenas especulações sobre sua orientação sexual, já que nunca chegaram a vê-la acompanhada por alguém que não fosse da sua família.
- É... Bem discreta.
Sendo assim, só pude criar duas teorias, ou ela comia quieto ou ninguém era interessante o suficiente para chamar sua atenção.
- Rene sempre será uma incógnita.
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۞ sнє ıs мy ❦
Любовные романыᴄᴇʟɪɴᴇ ʀᴜᴅᴏʟғ ᴇ ᴜᴍᴀ ᴊᴏᴠᴇᴍ ɪᴍᴀᴛᴜʀᴀ ǫᴜᴇ ᴀᴘᴏs ᴘᴀssᴀʀ ᴘᴏʀ ᴍᴏᴍᴇɴᴛᴏs ᴛᴇʀʀɪᴠᴇɪs ɢʀᴀᴄᴀs ᴀs sᴜᴀs ᴍᴀs ᴇsᴄᴏʟʜᴀs, ᴇ ᴇxᴘᴜʟsᴀ ᴅᴇ ᴄᴀsᴀ, ᴍᴀs ᴀᴄᴀʙᴀ ʀᴇᴄᴇʙᴇɴᴅᴏ ᴏ ᴀᴄᴏʟʜɪᴍᴇɴᴛᴏ ᴅᴀ sᴜᴀ ᴛɪᴀ ᴀᴅᴇʟɪɴᴇ ᴄᴏᴍ ᴜᴍᴀ ᴄᴏɴᴅɪᴄᴀᴏ, ǫᴜᴇ ᴍᴜᴅᴇ sᴜᴀ ᴠɪᴅᴀ ᴘᴏʀ ᴄᴏᴍᴘʟᴇᴛᴏ, ᴘᴏʀᴇᴍ ᴇssᴀ ᴍᴜᴅᴀɴᴄᴀ ᴀᴛʀᴀɪ...