Naquela rua deserta, além do forte som da tempestade, era possível escutar o som dos passos desesperados do jovem que corria para não ser pego. Seu coração batia de forma acelerada e a sua respiração ofegante,estava com muita dificuldades para correr, pois além de estar cansado, ainda havia um ferimento em seu braço.
— NÃO ADIANTA FUGIR! — um deles gritou, por um minuto, ele olhou para trás e por conta dessa distração acabou tropeçando e caindo no chão.
Naquele momento, Ian pensou em desistir, já corria há muito tempo e já estava muito cansado.Quando já estava praticamente desistindo, se lembrou de tudo, desde o que deu início a aquilo e o que fez para continuar sobrevivêndo.
"Não! Não é agora que vou deixar eles me pegarem!"
Se arrastou por alguns metros, até que conseguiu juntar forças para se levantar e novamente começar a correr.
Não sabia se estavam perto o suficiente ou não, mas não pararia para olhar.Quando chegou no final da rua, ele dobrou uma esquina e se escondeu em um beco qualquer. Ficou em silêncio, viu os seus perseguidores passarem direto por onde estava. Suspirou aliviado e se sentou no chão. Ficou parado alí durante certo tempo para descansar, quando sua respiração se normalizou e já não estava mais tão cansado, Ian se levantou e começou a andar. Não era seguro ficar por um lugar como aquele, ainda mais a noite.
Bem, na verdade, nenhum lugar era seguro. Pelo menos para ele.
***
Seu braço doía muito, o corte era profundo e sangrava muito. Se não o cuidasse, era bem capaz de pegar uma infecção. Para a sua sorte, havia conseguido uma kit de primeiros socorros. O que o fez ser perseguido ao ponto de estar daquela forma foi que o seu último kit de primeiros socorros acabou e ele precisou ir atrás de um. Havia entrado na casa das criaturas e obviamente foi ferido e acabou sendo perseguido por eles. Sabia que roubar era errado, mas precisava sobreviver.
Ao chegar no local que passava as noites, que na verdade era uma caverna que ficava em uma das colinas mais altas daquela floresta. Não gostava de viver alí, porém não tinha muita escolha.
— lar doce lar..— sussurrou ironicamente ao adentrar no local. Se sentou no chão, pegou o kit de primeiros socorros e começou a cuidar do ferimento em seu braço esquerdo.
Demorou um pouco para que terminasse, mas quando finalmente limpou o ferimento e enfaixou o braço. Suspirou aliviado e foi para um pequeno canto que ficava no fundo da caverna, onde se deitou em cima de vários panos e cobertas que formavam uma cama improvisada. Não era tão confortável assim, porém dava pro gasto.
Se deitou lentamente e se cobriu com um lençol, se virou para o lado e começou a encarar a parede enquanto pensava. Sua vida havia mudado tanto desde aquele dia.
Ao se lembrar daquilo, sentiu uma certa fúria tomar conta de si. Simplesmente não entendia, por que fizeram aquilo? Qual era a necessidade de fazer o que fizeram?
Essas eram coisas aos quais se perguntava há anos, mas nunca obteve resposta a nenhum desses questionamentos. E pensava que provavelmente nunca iria ter.
Fechou os olhos e respirou fundo afim de afastar aqueles pensamentos. Pois pensar em acontecimentos do passado não iria mudar nada.
Depois de algum tempo, finalmente conseguiu dormir.
***
No dia seguinte, Ian acordou sentindo-se um pouco melhor do que no dia anterior. Mesmo que o ferimento em seu braço ainda doesse, já não doía tanto.
Se levantou e após se arrumar. Decidiu sair um pouco.Começou a caminhar por aquela floresta, aquele era o único lugar onde não tinha medo de andar livremente. Pois ninguém ia para aquele lugar,
Tinha medo pelo motivo de que achavam que havia uma maldição por lá ou algo parecido. Já havia escutado algumas conversas das criaturas onde eles mesmos afirmavam aquilo, por isso havia decidido que aquele seria um lugar perfeito para ficar.Parou de andar quando chegou próximo a um lago. Pensou por algum tempo, até que finalmente decidiu entrar na água. Retirou todas as suas peças de roupa e entrou no lago. Estava muito calor, então sentir a água gelada entrar em contato com a sua pele era algo bastante refrescante para si. Deu um mergulho e entrou na pequena cachoeira.
Ficou com os olhos fechados por um bom tempo, porém, ouviu o barulho de algo se mexendo nos arbustos. No começo ficou desconfiado e até pensou na possibilidade de sair da água. Mas logo relaxou um pouco ao pensar que poderia ser apenas algum animal selvagem que vivia por ali. Também sentiu uma estranho sensação de estar sendo observado, mas logo ignorou aquele sentimento e voltou a se banhar.
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.Os olhos acinzentados encaravam de forma fixa a figura magra a sua frente, no meio dos arbustos, alí estava ele. Era possível notar uma certa curiosidade em seus olhos ao observa-lo. Nunca havia visto alguém com aquela aparência, suas bochechas tomaram um tom levemente avermelhado ao ve-lo se despir. Mesmo que envergonhado, continuou parado no mesmo lugar, a curiosidade era tanta que resolveu aproximar-se um pouco mais para observar o estranho ser.
Sem querer acabou fazendo um pouco de barulho, percebeu que isso fez com que a criatura ficasse em alerta e olhasse para os lados com o intuito de saber de onde havia vindo o som. Ficou assim durante alguns segundos até que voltou a se banhar novamente. suspirou aliviado ao ver que não havia sido descoberto, pois mesmo que parecesse interessante, não sabia o que era e podia ser perigoso.
Os olhos azuis como o oceano tomavam um brilho inexplicável ao entrar em contato com a luz do sol. Percebeu também que a pele bronzeada possuía bastante cicatrizes, ficou pensativo imaginando o que havia lhe causado tantos ferimentos.
— É tão...— não terminou a frase. Apenas se calou e começou a se afastar, não sabia o quê, mas existia algo naquele ser que o atraia.
Rapidamente ele começou a correr para sair o mais rápido possível daquela floresta.
OLÁ!
Aqui quem fala é o autor do livro, bem, esse é a primeira história que eu escrevo no wattpad. Então é bem provável que não tenha ficado muito bom, mas eu pretendo melhorar e dar tudo de mim nela.
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O Último Humano
Romance14 de janeiro, esse foi o dia em que o mundo que conhecemos mudou para sempre. Criaturas sobrenaturais invadiram a terra e os humanos foram exterminados. Ian Davies era o último dos humanos. com apenas dezessete anos, tentava da forma que podia sobr...