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SINA DEINERT

eu tinha um desconhecido amarrado na minha cadeira da escrivaninha, e ele estava amarrado com pisca-pisca de Natal porque nem a porcaria da corda eu consegui achar nessa porra

porque justo hoje o quartel tinha que chamar minha mãe? ela é bombeira, aqui não tem incêndio, mas ela saberia o que fazer com um desconhecido desacordado. Inclusive, amassei a frigideira dela, vou precisar comprar outra

- caralho, eu morri? - escuto o murmurinho baixo vindo dos lábios do ladrão, e apontei minha frigideira para ele em posição de ataque

- fica quieto, meliante! - ameacei
- vai, me conta como você veio parar aqui, e o que quer?! - ordenei mantendo uma certa distância dele, mas o garoto ficou calado me olhando - me responde!

- você me mandou eu ficar quieto! - se defendeu e eu revirei os olhos apertando o cabo da frigideira em minhas mãos, eu estou nervosa - você já pode abaixar isso ai - fez um aceno com a cabeça em direção ao objeto de metal

- você está achando que eu tenho cara de trouxa? - perguntei irônica e repassei a frase em minha mente - ta, eu tenho, mas não sou! eu sei que você quer que eu abaixe para você me atacar!

- garota? cheirou pó de suco tang?
- pronunciou as palavras já se soltando dos meus piscas-piscas com facilidade

nem pra fazer um nó firme eu presto, ótimo, agora ele me mata, rouba minhas coisas e vai embora. Foi bom viver até agora

- responde minha pergunta! Como veio parar aqui, seu criminoso?! -perguntei novamente

-eu não sou criminoso - se defendeu levando uma das mãos até sua cabeça, em cima do local onde eu bati com força

- acho que invadir propriedade alheia lhe torna um, não acha?

- vamos dizer que eu sou um pouco, mas só um pouco distraído, e provei uma blusa em uma loja, e esqueci que estava com ela no corpo e fui embora sem pagar...

- você roubou! isso é um crime, você é um criminoso - sorrio vitoriosa e por um momento esqueço da minha pose super ameaçadora com minha inseparável frigideira mortal.

- foi sem querer! - ele diz

- querido, eu posso até ser lerda, mas não sou burra ao ponto de acreditar que você roubou "sem querer" a porcaria da blusa! - faço aspas com uma das maos no ar

- se quiser acreditar, acredite - ele deu de ombros e fez careta, com a mão ainda na cabeça - agora, será que tem como me arrumar gelo? você levantou um galo enorme na minha cabeça!

bufei abaixando a frigideira e deixei a mesma em cima da escrivaninha, um pouco receosa por ficar "desarmada"

- escuta aqui, se encostar nas minhas blusas, eu arranco isso que você tem entre as pernas! - faço sinal com a mão de estava de olho nele e saio para buscar gelo para aquela praga que estragou minha noite sozinha em casa

𝐓𝐇𝐈𝐄𝐅Onde histórias criam vida. Descubra agora