A Fênix entrou na partida

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UMA brisa suave batia gentilmente contra meu rosto como se estivesse fazendo um carinho em um pedido fofo para que eu levantasse, porem lembro-me que na noite anterior fechei muito bem a janela de meu quarto antes de me deitar para meu descanso físico, mas isso não me impediu de abrir os olhos para verificar de onde vinha a brisa e quase ficar alguns instantes cega devido ao clarão que veio de encontro as minhas retinas. Minha cabeça parecia pesar toneladas, talvez as noites mal dormidas que estive tendo sejam as culpadas por tal fato, mas quando minha visão se estabeleceu devidamente percebi que não estava em meu aconchego habitual, e sim meio a uma mata que parecia não ter fim. A mata a minha volta tinha uma extensão muito grande, tão grande que se tivessem trilhas por aqui - o que eu acho que não venha a ter- as pessoas se perderiam muito rápido, pois ali era um verdadeiro labirinto.

Perguntas e mais perguntas se passavam em minha mente e a que mais me perturbava era: "Como eu havia chego ali?". Até um tempo atrás não tinha tido nenhum caso de sonambulismo* e se por acaso fosse sonambula ...como isso nunca havia se manifestado antes? Isso certamente é muito estranho!

Me levantei, embora uma dor imensurável tenha vindo de encontro ao meu corpo tive que permanecer firme para não cair e conforme dei pequenos passos um bip começou a entoar pela mata me dando uma sensação eminente de perigo. Em poucos minutos já tinha percorrido um metro, mas certamente seria difícil pelo cansaço na qual se estabeleceu sob meus ombros, era como se eu tivesse em um coma induzido e tivesse acordado a minutos atrás. E bem... não duvidaria nada que isso tivesse acontecido e tudo a minha volta fosse apenas um sonho fruto de uma imaginação muito fértil a qual eu que tinha ou pelo menos achava.

Andei por um pouco mais de tempo, tempo esse que me fez querer parar por um momento por conta de barulhos estranhos na vegetação a minha volta- mais especificamente atrás de mim- e quando me virei para ver o que era apenas vi uma garota passar por mim correndo como se estivesse fugindo da morte.

-- CORRA!

Ela me gritou voltando para puxar uma de minhas mãos na direção em que a mesma seguia e assim eu fiz, não sabia do que estava fugindo, mas quando olhei para trás para me certificar do que estávamos fugindo pude ver homens com uma aparência de uns trinta e poucos anos com armas em punho apontadas para nós e aquilo me deu um grande arrepio na espinha que só me incentivou a correr, embora minhas pernas parecem gelatinas me esforcei o máximo que consegui para acompanhar a agora e sair daquela situação.

Corremos durante o que pra mim parecia ser uma eternidade enquanto os sons de disparos eram efetuados, todavia não nos acertavam, só paramos quando a jovem moça de cabelos negros me empurrou para uma vegetação caída que logo deduzi ter uma passagem por baixo. Nos escondemos entre as enormes fendas que ali haviam. Eu até poderia ter perguntado seu nome, mas fui impedida pelo som de passos em nossa direção. A mesma me fez um sinal de silencio enquanto mexia em sua cintura retirando uma faca a segurando firmemente em punhos e quando os passos ficaram mais perto um golpe fora desferido no agressor que estava a nossa procura.

Um a menos.

Fiquei horrorizada por ter sido testemunha de um assassinato que provavelmente era melhor ver o agressor morrer do que estar no lugar dele.
A morena ou ruiva - não sabia identifica muito bem a cor de seu cabelo- se abaixou perto do corpo sem vida do homem e começou a revistar os bolsos de sua calça e casacos.

-- Por que não pega a arma? -- perguntei-lhe parecendo óbvio, pois uma arma era muito mais eficaz que uma faca.

-- Esse tipo de arma faz um barulho alto ao ser disparada e não ele não está com um silenciador para ela, então, ao menos que você queira denunciar sua posição... Use-a. -- respondeu sem me olhar nos olhos.

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