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Depois daquele dia, passei a levar Aurora todos os dias para a escola, e a trazer também. Onde ela ia, eu ia junto. Ao mesmo tempo que tinha esperanças de que fosse Jack, tinha medo que não fosse... E se fossem alguém a perseguindo de maldade? Tinha medo de algo acontecer à minha filha.

Terminei de arrumar os cabelos de Aurora em uma trança, olhei para minha filha pelo reflexo de sua penteadeira e suspirei.

- Mãe? - Aurora me interrompe quando tento sair do quarto. Me viro novamente para ela e digo um leve "sim?" - Acha mesmo que o papai possa estar vivo? - Fico em choque com a pergunta, parece que perdi o chão ou que um rolo compressor me esmagou naquele momento. - Ouvi você conversando com o tio Taylor ontem à noite... - Ela completa e eu lembro da minha conversa com Taylor, que por sua vez, queria pedir para reabrirem o caso de Jack.

- Há sim uma pequena chance, minha filha... mas não quero que crie muitas expectativas, por varias vezes já achei que tinha visto seu pai, e no fim, não era. - Digo, com um nó querendo se formar em minha garganta. - Vou me arrumar para ir à casa do seu tio Jhonson, quer ir? - Pergunto, recebendo um "não" como resposta.

Minhas esperanças ainda continuam tão fortes quanto naquela época, achei mesmo que havia superado essa história, mas a real é que eu nunca vou conseguir superar isso. Jamais vou deixar de amar Jack, jamais vou esquecê-lo. E enquanto Jack estiver vivo em minha memória, lutarei para achar uma resposta para o seu caso, nem que receba um "Jack foi encontrado morto", mas ainda sim quero uma resposta. Não quero que minha filha cresça com essa dúvida.

Assim que saio do banho, pego meu celular e ligo para Maia, minha advogada.

- Alô? - Diz minha advogada.

- Ei, Maia! É a Alisha, tudo bem? Está ocupada? - Faço um pouco de conversa fiada, buscando coragem para falar sobre Jack.

- Oi, Alisha! Tudo ótimo e com você? Não estou, não querida... Pode dizer.

- Bom Maia, não sei nem como começar... - Respiro fundo, engolindo o nó que se formava em minha garganta. - Já faz um tempo que Aurora reclama que tem um homem a seguindo, pedi para Jack a acompanhar um dia, para averiguar a situação... E então, quando eles chegaram, disseram que tinham conseguido ver o homem e que ele se parecia muito com Jack, o pai da Aurora... Eu busquei conselhos de todos os lados, mas tanto eu, como minha filha e a família de Jack, queremos reabrir o caso dele, queremos uma resposta... Pode me ajudar com isso? - Desabafo e sinto um medo crescer em meu peito... medo de não conseguir reabrir o caso de Jack.

- Bom, Alisha...

15 yearsWhere stories live. Discover now