capítulo 1

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Era um dia ensolarado, com poucas nuvens no céu. Margo estava agitada, brincando com minhas bonecas, e sujando-as, na areia do gato. Minha mãe logo vê, e corre até nós. Com os olhos sedentos de fúria, pelas bonecas imundas, pela areia do gato. Ela grita, e nós faz sair correndo, para dentro de minha casa. Papai com o olhar mais sereno possível, nós acolhe da melhor forma possível. Margo,era uma pentelha, era a filha da vizinha ao lado.

— não quero, mais as duas nesta areia

— elas são pequenas, amor. Não sabem bem, o que fazem

— sabem sim, ontem pegaram o coitado, do gato. E jogaram na lavar- louças.

— por que, jogaram o gatinho, no lava - louças, meninas?

A culpa não é minha, é da Margo

Seus olhos castanhos, estavam procurando uma resposta. mas Margo, não dizia nada. Sempre levava a culpa, pela minha melhor amiga, isto de certa forma, era ruim. Por que, eu perderia de olhar, meus desenhos favoritos.

— Margo, venha para casa. Seu pai já está chegando. A oi Sra e Sr. Römelt. Margo, fez muita bagunça?

— ela só colocou as mãos....

— ela só, lavou as mãos, na pia da cozinha. Nada de mais. Minha esposa, as vezes grita com elas

— a sei como é, Margo muitas vezes brinca com o cocô do cachorro. Ainda não sei como essa menina, não ficou doente. — a mãe de Margo olhava a mesma e ria

— ela é teimosa só, crianças teimosas não ficam doente. Já Alycia está sempre no médico — papai logo passou as mãos, em meus cabelos.

— bom vizinhos, tenho que ir. Margo tem que ficar cheirosa, para seu pai. Não é mesmo filha? — Margo balança a cabeça e resmunga.

— uma boa tarde, srta. Muller.

A conversa logo parou. Porém mamãe estava furiosa ainda. Meu banho foi tão longo, e cheio de sermões, que nunca mais eu, queria chegar perto da areia do gato.

O jantar, foi mais calmo. Papai conversou sobre a escola, que iria trabalhar, ele seria professor, dos alunos do 2° do ensino médio. E pelas reclamações dele, não era bom ser adolescente. Havia muitas responsabilidades, muitas brigas. Após jantar, fui ao meu quarto, papai logo foi junto, contar-me uma história, para dormir.

— qual você prefere? A da princesa dos enormes cabelos ou da menina que fugiu do seu reino?

— a da menina que fugiu, papai

— certeza?

— sim, por favor

— então tá bom. Era uma vez, uma menina com cabelos pretos, e enormes olhos verdes, que se chamava, Lisa. A menina era tão curiosa e bagunceira, que foi presa em seu quarto.

— ela parece, a Margo

— só que a Margo, tem cabelos loiros, ela se parece mais com você. Não acha?

— mas, eu não sou bagunceira

Minha voz, saia fina e meus olhos, enchiam de água. Papai logo se deitou ao meu lado, puxando as cobertas, e sorrindo carinhoso para me confortar.

— você é a minha princesa. Podemos continuar?

— sim, papai

— Lisa, como era esperta, resolveu fugir. Quando ela saiu, do enorme castelo. Ela correu, mas correu. Tão rápido, que ficou sem fôlego. Ela parou para descansar, e viu um senhor. Com a barba bem branca, pedindo algum dinheiro.

— o que, ela fez papai?

— ela, deu sua coroa de princesa para o mais velho, e em troca. Ele a deu um chapéu, aquele chapéu ajudaria ela se disfarçar e sair da cidade.

— mais a coroa, não valia mais que o chapéu?

— sim, valia e muito. Mas para a princesa, não era mais importante.

— ela era simples, igual você papai

— sim, filha. Sabe o que a princesa fez depois?

— o que?

— saiu da cidade, e encontrou um príncipe, e viveram felizes para sempre. Fim

— o final, eu não gostei. Sempre as princesas acham um príncipe.

— mais é assim, filha. Você acha que ficaria melhor duas princesas? Igual suas duas tias?

— seria divertido, ter duas princesas juntas, fugindo. Você não acha?

— acho, quem sabe no futuro não tenha, e você conte para seus filhos.

— acho que sim — bocejo

— está na hora já, boa noite princesa

— boa noite, papai — resmungo já com os olhos fechados

A luz do abajur foi desligada. Papai deixou um beijo em minha testa, e se retirou, fechando a porta do quarto. A ideia, de ter duas princesas não era errado. Minha tia, casou-se com uma mulher e são felizes.

Continua.....

A fronteira não nos impedeOnde histórias criam vida. Descubra agora